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(trecho inicial)
Ciência estuda mente e se
aproxima da confirmação da existência do Espírito
Reportagem da revista “Veja”
(26 de setembro de 2007), como matéria de capa e encartada
às páginas 98 a 105, tem como título “O
cérebro e o espírito”, de autoria de Carlos Grieb.
Nela são apresentados os resultados das pesquisas mais recentes
em Neurociência (área que estuda a realização
física do processo de informação no sistema nervoso
animal e humano), reunindo as disciplinas biológicas que se
debruçam sobre o sistema nervoso, especialmente a anatomia
e a fisiologia do cérebro humano. A matéria destaca,
inicialmente, o quanto a ciência avançou, já que
tradicionalmente o cérebro sempre esteve ligado às atividades
cognitivas, de raciocínio, a sede da razão, enquanto
que manifestações culturais e artísticas, o chamado
talento humano, sempre pertenceu ao domínio daquilo que era
conceituado filosoficamente como Espírito.
Hoje, técnicas instrumentais
como a “ressonância magnética funcional”,
que capta, segundo o relato, imagens do cérebro em funcionamento,
as pesquisas de neuroquímica (ramo da bioquímica que
lida com os processos químicos que ocorrem no cérebro
e no sistema nervoso de um modo geral), ou os modelos computadorizados
das redes neuronais humanas, para estudos específicos do potencial
criador de nossa espécie, sobretudo no campo das artes e das
línguas, fazem surgir a neuroestética (um conhecimento
que visa relacionar a criação e a contemplação
estética com as funções do cérebro). Interessante
notar que questões comumente subjetivas (como a noção
do belo e do feio, puramente estéticas e sujeitas ao gosto
pessoal), passam a ser estudadas como modalidades de reação
e resposta do cérebro a distintas situações propostas
em exames de laboratório e, comparativamente, o desenvolvimento
de determinadas regiões cerebrais em músicos, de modo
distinto a pessoas que não têm qualquer ligação
com a arte.
Merece destaque a menção feita a uma das encruzilhadas
mais célebres de nossa história humana, qual seja a
da contraposição entre as teses de influenciação
(o indivíduo sobre o meio e vice-versa), numa nova concepção
conceitual: quem molda o comportamento humano: a natureza ou a cultura?
Assim, como destaca o repórter, “Embora condicione de
muitas maneiras a nossa experiência do mundo, o cérebro
também possui uma capacidade espantosa de reconfigurar-se de
acordo com a informação que recebe de fora” (página
100).
Surgem, assim, no meio clínico
– até então extremamente materialista –
tendências, teorias e práticas médicas ou de laboratório
que vislumbram a possibilidade (cada vez mais real) de encontrar,
não em células cognitivas ou sensoriais, a “fonte”
de tudo, em termos de individualidade, o que poderá levar à
descoberta, na seqüência, de que a memória, enquanto
expressão espiritual, permite incursões seguidas e constantes
ao manancial mnemônico das vidas sucessivas, pelo resgate e
acesso a informações que, notada e comprovadamente,
não tenham origem em experiências, vivências e
aprendizados desta existência. Mas, aí, verdadeiramente,
o passo dado em direção à comprovação
científica do Espírito (como individualidade imortal,
não atrelada a dogmas ou conceitos religiosos ou filosóficos)
e, com ela, a da reencarnação como Lei Universal.