O que sugere a expressão “Laboratório Mediúnico”?
Experiências, isto é, a aplicação
prática, em vivências e situações específicas,
após algum tempo de estudo ou contato com a teoria, contando,
para tal, com a supervisão de pessoas experimentadas, na qualidade
de tutores do trabalho. Experimentar é, sim, a palavra de ordem,
no âmbito dos trabalhos mediúnicos das Instituições
Espíritas, de vez que o caráter experimental da fenomenologia
mediúnica é componente fundamental da própria
prática mediúnica. Afinal, se o desabrochar das potencialidades
mediúnicas nas pessoas nem sempre obedece a treinamento ou
exercício, seguramente, encontra o anteparo necessário
para a tarefa em grupos mediúnicos que investem no estudo aprofundado
dos caracteres e princípios espíritas e na eclosão
das espécies de mediunidades, devidamente assistida pelos Espíritos
Superiores e pelos dirigentes de trabalhos, cônscios de suas
responsabilidades na seara.
Em muitos casos, a prática mediúnica institucional espírita
enquadra situações corriqueiras em que o médium
apenas "deixa fluir" as energias e opera o intercâmbio
mediúnico, sem a devida tutela e acompanhamento. Não
foram poucas as vezes em que ouvimos, deste ou daquele coordenador
a precária afirmativa: - "Dê passagem!"
O processo, efetivamente, é bem mais complexo. Na Educação
Mediúnica, é imperiosa a canalização
do potencial mediúnico, mas é essencial o "treinamento"
do médium em trabalho, adotando-se técnicas e dinâmicas
que possam propiciar a concentração, a múltipla
atividade sensorial e a utilização dos "canais"
mediúnicos, conforme seja possível e adequado em cada
sessão. Então, ao invés de deixarmos "a
cargo dos Espíritos Superiores" a condução
dos médiuns, assumamos nós a responsabilidade de credenciar
os participantes dos grupos a servirem de instrumento para o intercâmbio
com o Plano Invisível. Nem sempre, de modo espontâneo
(ou acidental), as faculdades de psicofonia, incorporação,
psicografia, vidência ou audiência, magnetização,
irradiação, transporte e materialização
- para ficarmos nas principais - eclodem. Há toda uma didática
e metodologia científica, com anteparo na filosofia espiritista,
para que, aos médiuns, seja franqueada a possibilidade de trabalho.
Há que fazermos "a parte que nos cabe", seja pelo
credenciamento de tutores ou facilitadores da atividade medianímica,
seja pela disponibilização das experiências, de
modo crescente e dirigido, iniciando pela sugestão mental (técnicas
de sensibilização) na qual o médium-aprendiz
desenvolve as fases e as estratégias de concentração,
a associação com as entidades desencarnadas e, por fim,
a realização propriamente dita do fenômeno de
intercâmbio. E, neste processo, não existe censura à
exploração (coordenada e responsável) dos "dons"
mediúnicos, permitindo-se, inclusive, que a repetição
das vivências nos grupos de estudo e trabalho possa inspirar-nos
e credenciar-nos para o desabrochar de "tipos" mediúnicos
que, até então, não conhecíamos.
É para isto que o Centro Cultural Espírita Herculano
Pires realiza, todas as quintas-feiras, a partir das 20 horas, suas
reuniões do “Laboratório Mediúnico”.
Dela participam aquelas pessoas que, pela freqüência às
atividades da casa e, principalmente, após participarem com
assiduidade das reuniões de estudo sistematizado (quartas-feiras,
20h.), são convidadas pelo dirigentes responsáveis pelo
trabalho a se filiarem ao Laboratório. Tudo alicerçado
no conjunto de informações contidas em O Livro dos Médiuns.