Parece que foi ontem!
Estávamos festejando a entrada de um Ano Novo – 2023,
com muita festa e alegria e pronto: este ano em poucos dias se
finda e outros 365 dias se apresentam para prosseguimento de mais
uma pequena jornada destes Espíritos imortais habitantes
da Terra - que somos todos nós -, apenas um instante considerando
a nossa imortalidade.
Alguns pensam que é tudo a mesma coisa, mas não
é.
Cada ano contém o seu particular script, com suas relativas
surpresas, acontecimentos totalmente inesperados e alguma rotina
misturada a este cenário, ou seja, ninguém pode
prever com precisão como serão estes novos 365 dias
de existência material, tempo este que só existe
como uma convenção, pois na vida real, no plano
etéreo, a contagem do tempo perde totalmente o sentido.
Entretanto, uma certeza podemos ter: este novo período
nos provocará, certamente, com antigos desafios que ainda
não superamos, bem como com novas propostas de crescimento
espiritual que nos convocarão à renovação
constante: é da Lei de Deus!
Se tivemos o cuidado de elaborar uma lista de propostas visando
a nossa melhora moral e conquistas materiais, para este ano, devemos
agora ter a atenção voltada para identificar aquelas
que cumprimos, as que realizamos parcialmente, e, finalmente,
talvez a maior parte da lista, as que não cumprimos, uma
triste realidade, os velhos desafios.
É fato, como as nossas dívidas e falhas de caráter
hoje são significativas, em função de escolhas
equivocadas na condução da vida nas existências
passadas, não é fácil superá-las,
pois as imperfeições morais estão bem enraizadas
em nossa personalidade, e ainda há os prejuízos
causados aos próximos e a nós mesmos, que devem
ser ressarcidos de uma forma ou de outra.
São as feridas morais que agora temos que curar e, também,
os desafios de ordem material que precisamos enfrentar, caracterizados
pelas diversificadas expiações e provas.
Entretanto, a cada Ano Novo temos uma nova oportunidade de cobrir
a multidão de pecados com a prática do amor, mas,
para tanto, precisamos empenhar-nos, e muito, uma vez que, não
basta querer é preciso fazer acontecer esta mudança
tão desejada, resgatando com paciência e aproveitamento
as situações expiatórias que vivemos, bem
como deveremos atentar para não pecarmos mais, evitando
criar resgates novos para as existências futuras.
Mas quais são estes velhos desafios?
Se prendem à nossa sombra – o lado de nossa personalidade
e caráter que insiste em manter padrões de conduta
distanciados das leis divinas.
Esta face sombria foi construída, pouco a pouco, por repetidas
ações comandadas pelo egoísmo e orgulho,
as duas chagas da humanidade que ainda mantemos em função
da não aplicação da máxima crística
- fazer ao próximo aquilo que desejamos nos seja feito.
Agora é a hora de renovar condutas, aprender novas propostas
de vida, estudar as nossas imperfeições, aprimorar
o nosso caráter, vigiando de perto estes comportamentos
inadequados que tanto mal nos trazem, e que ainda nos caracterizam.
Já identificamos as muitas virtudes que necessitamos aprender:
ponderação, brandura, misericórdia, paciência,
tolerância..., sendo assim, observemos se as nossas atitudes
do dia a dia estão impregnadas destas virtudes. Se concluirmos
que ainda não as possuímos na plenitude, trabalhemos
para que elas se incorporem ao nosso modo de vida; o processo
é simples, mas de difícil implementação,
em função de já nos termos saturado das propostas
opostas: leviandade, violência, impiedade, impaciência,
intolerância...
Iniciemos, como exemplo, tomando uma das características
que nos incomodam - a violência -, tão em voga nestes
tempos turbulentos, e, rotineiramente, vigiemos para nos contermos
caso surjam situações em que o nosso espírito
belicoso queira manifestar-se e se impor.
De início, basta escolher um setor problemático,
um vício por vez, apenas uma fraqueza de caráter
e iniciar um programa de retrabalho, sem pressa, e vejamos o resultado.
Se nos agradar, intensifiquemos a nova rotina para que incorporemos
definitivamente esta nova virtude à nós mesmos.
Caso sintamos que ainda estamos pouco fortalecidos para enfrentar
alguma particular deficiência de caráter, escolhamos
outra virtude, pois ninguém disse que é fácil,
mas se não tentarmos..., quem fará por nós
o trabalho que nos compete?
Em relação às expiações, que
virão, queiramos ou não, experimentemos exercitar
outra virtude – a paciência -, considerando que é
preciso atravessar as tempestades provocadas pelos contratempos
com aproveitamento das lições proporcionadas por
estas dificuldades, caso contrário, somos reprovados no
teste e, como lição não aprendida deve ser
necessariamente repetida, isto se dará em nova reencarnação.
Não adianta fugir dos desafios da reforma íntima,
pois o nosso destino é a perfeição relativa
e esta só se obtém se houver muito esforço,
trabalho, continuidade para superar os percalços da existência.
Não ajamos tais quais crianças que já fomos,
nos escondendo dos deveres da vida através do deixar para
depois ou da mentira, estas duas atitudes jamais nos ajudarão,
permanecendo descoberto o pecado cometido no passado, nos solicitando
sanar as suas consequências, hoje ou amanhã.
Habituar-se a evitar responsabilidades perante a nossa jornada
evolutiva conduz a uma falsa condição de comodidade,
que mais tarde cobrará do indivíduo leviano e infantil
os prejuízos dessa conduta, através da dor e do
sofrimento.
No jogo da evolução, se houver o fracasso, é
melhor perder jogando do que perder por WO.1 O pior jogador é
aquele que não se testa, e, como consequência, não
se conhece.
O Ano Novo está chegando! Bate às nossas portas.
Agradeçamos esta nova oportunidade que a Divindade nos
oferece e não desperdicemos, mais uma vez, este novo período
de 365 dias, que, embora insignificante perante a nossa vida imortal,
é momento valioso para consolidarmos aprendizados e adquirirmos
novos conhecimentos.