É muito comum que
os iniciantes no estudo da Doutrina Espírita, após
tomarem conhecimento da lei das reencarnações, questionem
qual a razão de esquecermos o que fizemos e o que fomos
nas vidas passadas. Têm a impressão de que seria
muito melhor se nos lembrássemos de tudo, argumentam, adicionando
ainda que, com a ciência do que fizemos poderíamos
melhor nos conduzir na vida atual e aproveitar as oportunidades
presentes.
Uma primeira abordagem que poderíamos fazer, bastante simplista,
esclarecendo estes novos espíritas, é de que, se
cremos em Deus, e Ele assim determinou é que há
nisso vantagem e sabedoria: É Lei de Deus, ponto final!
Contudo, nada impede que tentemos entender e aprofundar o tema
um pouco mais, pois isto nos ajuda a construir a fé que
pode encarar a razão a qualquer momento. Entretanto, de
modo a não criarmos uma expectativa muito grande neste
aprofundamento da questão, podemos adiantar que o homem
não pode, nem deve saber de tudo.
A Doutrina nos ensina que, esquecido de seu passado o homem é
mais senhor de si, tem condição de melhor conduzir
a própria vida.
Esclarece ainda que, se lembrássemos de tudo, pode-se afirmar,
não seria mais fácil lidar com as situações
do dia a dia, muito pelo contrário, haveria perturbações
nas relações sociais e mesmo dentro do ambiente
familiar. Basta recordar que, frequentemente, o Espírito
renasce no mesmo meio em que já viveu, cercado de muitos
com quem dividiu experiências no passado.
Imaginemos lembrar que tiramos a vida de
um familiar; fomos o responsável pela doença ou
problema mental que nosso filho agora apresenta; levamos à
morte milhares de pessoas; destruímos, queimamos e conquistamos
pela força; semeamos o medo e a desgraça entre os
povos. Não há dúvida de que se nos recordássemos
destes feitos teríamos sentimentos nada tranquilizadores
de vergonha, humilhação, remorso e acentuada culpa.