Este "conflito" parece não ter solução.
Incontáveis textos espíritas têm sido escritos
sobre a família. Dada a sua inegável importância,
variados aspectos desta instituição vêm sendo
analisados, comentados, explorados, visando melhor entender todas
as suas nuances. Justifica-se assim, plenamente, a abordagem frequente
do tema para o nosso máximo esclarecimento e conscientização
da necessidade de aproveitamento das inúmeras oportunidades
de crescimento oferecidas pela organização familiar.
Notória lei de Deus, consagrada pelo Espiritismo, como não
poderia deixar de ser, estabelece o mecanismo básico mais adequado
para promover o progresso dos Espíritos. Tal foi também
a preocupação de Allan Kardec, ao registrar em O Livro
dos Espíritos (KARDEC,
Allan. O Livro dos Espíritos. Parte 3ª, cap. VII, q.775.)
Dentre as possíveis posições ocupadas por Espíritos
no seio de uma família, considerando o sentido estrito, existem
a de pais ou filhos, quando respeitadas, possibilitam também
a continuação regular da espécie, atendendo a
outra importante lei divina, a da reprodução.
Antes da reencarnação, geralmente, há acertos
entre Espíritos, empenhando-se já do lado de lá
a manter e estruturar mais uma família. Estes compromissos
têm as suas raízes na lei de Ação e Reação,
ou seja, nas diversas interações e vivências comuns
entre estes Espíritos em outras muitas vidas, que agora determinam
ajustes e resgates entre todos. Contudo, ao chegar à Terra,
após mais um reingresso na carne, acontece a benção
do provisório esquecimento do passado, e os familiares, mesmo
reiteradamente avisados pela voz da consciência e regularmente
orientados pelos seus guias espirituais, em muitos casos acabam por
negligenciar seus compromissos, relaxando os cuidados devidos nos
relacionamentos familiares, tornando estes últimos problemáticos
a ponto de causar, quando não bem vivenciados, a ruptura total
ou a quebra parcial do organismo familiar, com prejuízos claros
para os componentes do grupo e para a sociedade.
Futuros pais, se obrigam a bem orientar certos Espíritos quando
sob sua guarda temporariamente permanecerão encarnados, todavia,
alguns se impaicientam, agindo de forma quase passional, quando não
há o atendimento de suas particulares expectativas em relação
à prole, esquecidos da realidade, pois, seus rebentos, de fato,
não lhes pertencem, antes são filhos de Deus foram criados
originalmente por Ele. Não se lembram, da mesma forma que os
filhos são Espíritos independentes com extensa bagagem
particular forjada em muitas vidas, sendo em alguns casos mais antigos
do que os próprios genitores. Estes filhos agora detêm
tendências e inclinações inatas construídas
em vivências passadas, quando estiveram integrando outros agrupamentos
familiares. Elaboraram gradativamente traços de personalidade
a se manifestarem espontaneamente, sem terem sido incentivados ou
recebido quaisquer exemplos paternos. Nem sempre, estes traços
antigos de caráter são positivos, daí a necessidade
imperiosa dos pais em primar pela mansidão e pela pacificação.