(trecho inicial)
É comum, entre os espíritas,
a preocupação sobre o uso do tempo disponível
no decorrer da existência, como bem aproveitá-lo,
considerando existirem alguns setores de atuação,
todos visando à nossa própria evolução:
Família, Trabalho, Religião e Sociedade.
Esta apreensão se justifica plenamente, pois a existência
é curta, e, de modo geral, só percebemos quanto
é passageira, quando já se foi. E mais, atingindo
a fase da vida quando se supõe acontecerá o término
dela, já se começa a ajuizar como bem usufruir a
próxima, porquanto, a atual já estaria sinalizando
o seu término. A desencarnação é certa
para todos nós, contudo, quando nos “convidará”
a atravessar a aduana da morte, ninguém em princípio
o sabe.
Quanto mais consciente é o espírita, tanto mais
questiona como bem repartir o seu tempo ao longo de mais este
período de aprendizado, sobretudo quando não foi
espírita de berço; neste caso, uma boa parte da
vida já se foi sem o norte dos conceitos espíritas,
não que estes sejam absolutamente necessários, indispensáveis,
mas nos ajudam na boa utilização ou distribuição
do tempo.
Pensando nesta situação, pois é recorrente,
a espiritualidade não poderia deixar de nos oferecer uma
sugestão para avaliarmos e, quem sabe, usá-la em
nosso próprio proveito. Em meio à rica e vasta literatura
espírita, há um livro extremamente objetivo e bem
delineado, abordando muitas destas questões do dia a dia.
Publicado em 1960, fez sucesso no Movimento e, lamentavelmente,
vem sendo esquecido em parte pelos ávidos leitores espíritas
da atualidade.
Trata-se de Conduta espírita, de autoria de André
Luiz. A obra é composta de 47 capítulos, todos de
muita utilidade, em dois dos quais o autor oferece uma possível
“receita”, orientando-nos na divisão do tempo
pelas quatro áreas citadas anteriormente.