Manancial aparentemente inesgotável
de ensinamentos, O livro dos espíritos é
um compêndio com imensos tesouros, sendo descobertos na
medida em que o leitor amadurece espiritualmente, alcançando
pouco a pouco a idade da razão. Leia-se uma, duas, mil
vezes, e em cada leitura observam-se pérolas não
percebidas anteriormente. Entre tantas excepcionais perguntas
e respectivas respostas, sábias e elucidativas, uma se
destaca por fornecer um guia seguro de conduta e comportamento
para todos os espíritas e certamente no futuro para toda
a humanidade. Referimo-nos à pergunta de número
642. Nesta, Allan Kardec, abordando a primeira Lei divina, a Lei
Natural, em seu item terceiro, quando explora os conceitos sobre
“o bem e o mal”, após várias considerações,
expressa o desejo de entender como nos conduziremos para alcançar
a tão almejada “salvação”, visto
assim podermos interpretar desta forma o texto: “Agradar
a Deus e assegurar a sua posição futura”.
Notam-se no conjunto duas recomendações de conduta
regendo a nossa existência, considerando o aspecto moral:
“não fazer o mal”; “fazer o bem”,
contudo, há um destaque: [...] responderá por todo
mal que haja resultado de não haver praticado o
bem. (Destaque nosso.)
Vemos claramente duas obrigações: uma de não
fazer e uma de fazer, mas, com ênfase ao exercício
da segunda no limite das forças, quando, mesmo não
praticando o mal, há possibilidade de se incorrer em falta.
Observa-se no original francês, a orientação
também escrita em itálico: “à cause
du bien qu'il n'aura pas fait”, vindo dai a razão
dos tradutores terem sido fiéis ao texto, mantendo o destaque
original. E qual seria a justificativa de Allan Kardec, por ter
registrado em itálico apenas esta parte da resposta? Teriam
os Espíritos lhe sugerido escrever desta forma para alertar
os futuros leitores sobre este particular e importantíssimo
enfoque? Desconhecemos, contudo, independente do motivo, destaca-se
o fato. Talvez seja este o lado menos observado em nossa conduta
em relação ao próximo, afinal, não
fazer o mal é “relativamente fácil”
e fazer o bem “também o é”, mas fazer
o bem até a exaustão não é uma conduta
esperada de Espíritos vinculados a um mundo de provas e
expiações em vias de se regenerar.
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