O conhecimento é a única
porta de acesso à verdade. Sem ele é praticamente
impossível evoluir e a recusa ao seu acesso é um gesto
de rebeldia e indiferença contra as leis do Universo. Quando
aceitamos o conhecimento, reconhecemos que precisamos progredir
intelectualmente e nos transformar espiritualmente, atitude que
significa sempre luz e bem-aventurança. Significa também
comprometimento, já que a posse do mesmo nos torna responsáveis
pelas implicações dessas informações,
seja em no plano individual, seja no coletivo. Quando recusamos
o conhecimento, negamos a necessidade de progredir e bloqueamos
a nossa maturação espiritual. Sofremos, quase sempre,
as consequências negativas desse gesto, geralmente um sentimento
de culpa e uma sensação de impotência diante
das situações delicadas e desafiadoras.
Mas Deus sempre insiste e renova constantemente as possibilidades
de acesso à Verdade. Essas oportunidades são praticamente
inesgotáveis, mesmo quando estamos mergulhados em provações
ou em graves processos expiatórios. Esta a essência
das bem-aventuranças, conselhos sábios para todos
aqueles que recusaram a luz do conhecimento ou então , mais
grave ainda, impediram que seus semelhante não tivessem a
cesso à ela.
Assim como são verdadeiras as cores do arco-íris,
e inegáveis as sonoridades das notas musicais, sete também
são os tipos de conhecimentos manifestados na experiência
humana:
O Conhecimento
MÁGICO (descoberta instintiva): os seres primitivos, ainda
muito influenciados pelo instinto animal, descobrem de maneira
mágica e infantil os fenômenos e recursos da Natureza.
Era Pré-Histórica.
O Conhecimento
EMPÍRICO: adquirido pelo esforço da experiência
prática. Exemplo: o mecânico quando busca solução
para o conserto ou construção de uma máquina;
o lavrador quando desenvolve uma variedade de sementes. Era Agrícola.
O Conhecimento
REVELADO (transcendente): adquirido através das manifestações
paranormais. Exemplo: as revelações religiosas históricas
da Bíblia, do budismo, etc. Era Teológica.
O Conhecimento
LÓGICO-RACIONAL (relação de causa e efeito):
adquirido pela observação repetitiva dos fenômenos.
Exemplo: os cientistas quando estudam os fenômenos da Natureza
no ambiente ou no laboratório. Era da Razão.
O Conhecimento
EXPERIMENTAL: obtido pela observação sistemática
e metodológica da pesquisa científica. Tese, antítese
e síntese. Era Industrial. Era Positiva.
O Conhecimento INTUITIVO: domínio
do Superconsciente e das inteligências voltadas para
os problemas subjetivos, interiores e espirituais. Era Psicológica
e Espiritual.
A inter-relação desses conhecimentos é que
forma o conjunto de CONCEITOS que temos sobre as coisas, isto é,
a definição mais próxima que temos da Verdade.
Quanto mais distante da verdade for o conhecimento, mais ele manifesta-se
como PRÉ-CONCEITO, isto é, algo não definido,
falso e mal formulado.
Na sua formação mental e social o ser humano desenvolve
os VALORES para o exercício do juízo nas escolhas
e decisões. É nesse percurso que desenvolvemos também
os preconceitos mais comuns: raça, cor, sexo, origem, classe,
profissão, religião, opinião, comportamento,
gosto, condição pessoal, etc. Muitos deles são
adquiridos de forma inconsciente e por isso manifestam-se também
de forma inconsciente, sem o nosso controle. Qualquer situação
ou atitude que se choca com os nossos VALORES desperta uma reação
de defesa em forma de preconceito.
A distinção entre o preconceito
e o conceito geralmente é obtida pela postura crítica
(capacidade de observância e percepção), distinguindo
o que é ESSENCIAL do que é SUPERFICIAL. Isso só
não acontece quando nos sentimos ameaçados ou quando
aplicamos uma análise crítica da situação.
Mas a postura crítica não ocorre somente no terreno
lógico-racional (causa e efeito ou tese, antítese
e síntese); ocorre também no plano emocional, pois
é nele que estão gravados os preconceitos mais graves,
onde nossas rejeições se manifestam de forma mais
agressiva, ainda que camufladas. Nesse caso, o caminho mais seguro
para evitar ataques inconsequentes é sempre a autocrítica
e o autoconhecimento. Quando deixamos a nossa emoção
avaliar determinas situações quase sempre fazemos
julgamentos (gosto ou não gosto) e consequentemente condenamos
ou absolvemos de acordo com os nossos valores, que nem sempre são
os mais corretos. Querer conhecer e criticar os outros é
sempre um risco de julgamento superficial e projeção
equivocada dos nossos limites e defeitos. Para não julgar,
nem cair em erro, é preferível sempre aceitar. E aceitar
não quer dizer concordar nem aplaudir, mas simplesmente não
julgar. Essa foi a experiência que os grandes sábios
se esforçaram para ensinar aos seres humanos a ideia de Vida
Plena, ou seja, a aquisição de graus mais elevados
de consciência e felicidade. Nas parábolas e exemplos
desses sábios de todos os tempos encontramos sempre preciosos
antídotos contra os preconceitos, quase sempre identificados
nos personagens ou nas situações por eles relatadas.
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