O Centro Espírita
Aprendizes do Evangelho, com sede na rua Genebra, 172,
no bairro paulistano da Bela Vista (Bexiga), completou no dia 19
de dezembro último 40 anos de fundação e atividades.
As comemorações foram marcadas pela presença
de convidados especiais expondo conteúdos temáticos
do diálogo inter-religioso e diversidade filosófico-científica.
Entre os convidados estavam a monja budista Coen Sensei, a pesquisadora
Sônia Rinaldi e o índio ambientalista Kaka Wera Jecupe.
O mais conhecido grupo integrado da Aliança Espírita
Evangélica – que muitos ainda confundem com
sede da entidade, foi fundado em 1970 (três anos antes da
fundação da Aliança), por ativistas oriundos
da FEESP e outras instituições tradicionais da capital
paulista. Na ocasião alguns fundadores da casa alugaram a
sede e tempos depois, por circunstâncias práticas e
espirituais, assumiram o compromisso pessoal de aquisição
do imóvel dando como fiança para financiamento seus
próprios bens particulares.
A história do CEAE-Genebra confundiu-se
com a história da Aliança não somente por que
os seus freqüentadores ocupavam tarefas de liderança
nas duas instituições, mas principalmente porque tornou-se
uma referência na aplicação do programa de Escolas
de Aprendizes do Evangelho criado por Edgard Armond
na FEESP. Das quase 90 turmas formadas no centro surgiram 20 novos
centros espíritas na Capital e muitos outros no interior,
litoral, alguns estados e também grupos no Uruguai e Argentina.
Essas casas, por sua vez, aplicando o mesmo programa, deram sequência
ao conhecido processo de multiplicação celular de
centros espíritas proposto por Armond e idealizado pelos
espíritos ligados às Fraternidades da Luz, citadas
por André Luiz na obra Nosso Lar.
Sobre esse evento histórico do movimento espírita,
escreveu Jacques André Conchon (jornal
O Trevo nº 2 - janeiro de 1974):
"Quando o grande relógio
da sala com suas batidas cadenciadas assinalou 20 horas, a reunião
teve o seu início.Estávamos na aconchegante sala
da residência de um estimado confrade, resguardados da fina
garoa que enevoava aquela noite de dezembro. Sem formalidades
iniciamos uma proveitosa troca de idéias no sentido de
unificar as “casas novas” que estavam surgindo no
campo do Espiritismo Evangélico, com perspectivas assaz
otimistas. A princípio desconhecíamos que naquele
dia 4 de dezembro seria constituída uma forte aliança,
inicialmente entre as sete casas espíritas presentes e,
no futuro, estendida a muitas centenas.
Desta forma simples e despretensiosa
foi fundada a Aliança Espírita Evangélica
(AEE), com sede à Rua Genebra n°172, estruturada num
regime colegiado (pelos representantes dos Centros adesos) e tendo
por finalidade precípua orientar as instituições
filiadas para a uniformização dos trabalhos concernentes
aos seguintes setores:
a) Escola de Aprendizes do
Evangelho – que voltará a funcionar estritamente
dentro das normas estabelecidas em 1950, procurando promover em
todos os alunos um processo de renovação moral,
eficiente e em curto prazo (dois anos e meio).
b) Curso de Médiuns
– cada Centro oferecerá aos alunos da Escola de Aprendizes
do Evangelho, e aos demais freqüentadores, um curso bastante
objetivo, cujo programa já está oficializado, dirigido
exclusivamente aos portadores de mediunidade-tarefa, onde após
16 aulas teóricas os alunos entrarão numa parte
prática dinâmica e produtiva, durante um ano aproximadamente,
segundo o método exposto no livro “Desenvolvimento
Mediúnico” de autoria do Cmt. Edgard Armond. O curso
completo se alongará por 18 meses.
c) Assistência Espiritual
– nesse campo a uniformização se procederá
na base do livro “Passes e Radiações”,
também do mesmo autor. A AEE facilitará os Centros
adesos a implantação das diversas modalidades de
tratamento espiritual previstas na obra citada.
Além disso, a Aliança
realizará trabalhos integrados no setor da Assistência
Social e, podemos adiantar, que, não obstante a sua recente
criação, a AEE já está implantando
o programa das Caravanas de Auxílio e Evangelização,
de grande alcance social, abrangendo principalmente as zonas periféricas
da nossa megalópole, onde impera o sofrimento".
Hoje o imóvel onde funciona CEAE-Genebra pertence à
uma instituição criada anos mais tarde, a Fraternidade
Esperança, mantenedora de diversas obras sociais, incluindo
o Posto do CVV da rua Abolição e a Comunidade Terapeutica
Francisca Júlia, em São José dos Campos.
Nós que fomos alunos da 3ª Turma do antigo CE Irmão
Timóteo (São Vicente, 1981) e depois da 84ª do
CEAE (Genebra, 1999), desejamos vida longa ao CEAE-Genebra e aos
ideais de expansão implantados pelos seus fundadores e trabalhadores!
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