Há quem interessa essa questão do Código Secreto
de Chico Xavier?
Não existe nenhum motivo
plausível, a não ser por questões familiares,
para cremos num código secreto de Chico Xavier. Seria até
um contra-senso da parte do médium, que sempre respeitou
e colocou em prática os ensinamentos de Allan Kardec, alimentar
esses exageros religiosos e concepções exóticas
e estranhas à doutrina espírita.
Então, por que um código
secreto? O que Chico teria a nos dizer se, durante toda a sua existência,
ele nunca se preocupou em dizer coisas de si mesmo, das suas idéias
próprias?
Chico sempre serviu de intermediário
das idéias dos espíritos e sempre reconheceu o seu
papel de simples colaborador ou canal mediúnico. Por que
então, depois desencarnado, seria diferente?
Será que as pessoas estão
se esquecendo que tudo que o médium produziu de importante
não era de sua autoria e que o essencial de sua obra pessoal
foi a caridade e que esta jamais esteve revestida da máscara
do segredo?
Então que segredo é
esse senão a nossa incapacidade de enxergar o que não
queremos ver ?
Quem ou o que está por trás
dessa idéia medíocre e que depõe contra a própria
sobriedade e responsabilidade que o médium sempre demonstrou
quando estava entre nós?
Se o caso permanecesse na esfera
familiar poderíamos até compreender que houvesse algo
que deveria ser esclarecido e que seria apenas do interesse de quem
conviveu próximo do médium. De outra forma, nos parece
ser esta uma questão de imaturidade e abuso, uma necessidade
mesquinha de alimentar um falso prestígio em torno da figura
carismática e admirável de Chico Xavier.
O Espiritismo não tem segredos,
nunca foi de segredos e foi totalmente estruturado pelo Espíritos
Superiores para abolir essas idéias e práticas da
cultura dogmática e manipuladora da fé popular.
Os espíritas verdadeiros,
portadores da consciência e da moral decorrentes da Doutrina
dos Espíritos certamente não se interessam e até
ficam indignados quando algo de bom sobre o grande médium
deixa de ser divulgado ao público para ceder espaço
ao fanatismo e à vaidade dos pretensos amigos e admiradores
de Chico Xavier.
Observador Espírita – 14/09/2010