A Bíblia está repleta de fenômenos espirituais
ou mediúnicos conhecidos desde os primórdios da humanidade
e em todas as culturas e civilizações de todos os povos.
Segundo o renomado biblista e pastor presbiteriano Nehemias Marien,
a Bíblia é um manual de psicografia do princípio
ao fim, ao que eu acrescento e, também, de psicofonia (fala).
Jesus promete outro Consolador (denominado também de Espírito
Santo e Espírito de Verdade), que ficaria sempre conosco. (João
14:16). Pelo texto, o Consolador não é Jesus. E, apesar
de o excelso Mestre dizer que é o Pai que no-lo enviaria (João
14:16), Ele afirma também que é Ele mesmo que o enviaria.
(João 15:26). O Consolador não é um espírito
encarnado, pois não pode estar sempre conosco, já que,
um dia, ele desencarna. Não se trata também de um espírito
desencarnado, pois poderíamos perguntar que é de ele?
Uma doutrina teológica ensina que o Consolador é o Espírito
Santo da Trindade, que ela afirma ser também Deus.Essa doutrina
é polêmica, pois, se o Consolador fosse Deus, falaria
por si mesmo. Mas Jesus disse que o Consolador não falaria
por ele mesmo, mas o que ele teria ouvido, e que nos faria lembrar
de tudo o que Ele, Jesus, ensinou. (João 14,26).
E a citada doutrina ainda ensina, há séculos, que o
Consolador nos foi enviado no fenômeno de Pentecostes. Mas em
Pentecostes não existe sequer um só exemplo que nos
faz lembrar do ensino de Jesus. Teria o Nazareno, pois, se equivocado,
ao falar-nos sobre o Consolador prometido? Não, foram os teólogos
é que se equivocaram, interpretando errada e forçadamente
o Pentecostes. Nele, aconteceu o fenômeno de Xenoglossia, ou
seja, vários espíritos falando em línguas estrangeiras
através dos apóstolos, que eram todos médiuns
especiais, principalmente Tiago, Pedro e João, sempre presentes
nos feitos mais importantes realizados por Jesus. Alguns diziam que
os apóstolos estavam embriagados, quando eles estavam era em
transe.
Os títulos bíblicos nem sempre conferem com os seus
textos. O capítulo 2 de Atos, na tradução de
João de Almeida, tem o título forçado de “A
descida do Espírito Santo”, o que não se ajusta
com o conteúdo do texto. Também, em vez de “o”
Espírito Santo, como trazem as traduções, nos
originais em grego, lê-se, geralmente, “um” Espírito
Santo. O próprio Espírito de Deus nunca se manifesta
diretamente. Paulo diz aos coríntios: Nós temos recebido
o Espírito que vem de Deus (1 Coríntios 2:12). Ora,
se vem de Deus, não é o Espírito do próprio
Deus!
O profeta Joel e são Pedro ensinam que, nos últimos
dias (últimos dias de um ciclo e não do mundo), Deus
derramará de seu Espírito sobre toda a carne. Os filhos
e filhas profetizarão, os jovens terão visões,
e os velhos sonharão (Joel 2:28; e Atos 2:17 e 18). Isso é
um modo de dizer que, um dia, todos os seres humanos terão
sua mediunidade desenvolvida, com capacidade, pois, para receberem
espíritos, mas, como vimos, não o próprio Espírito
de Deus. Para Kardec, o Consolador prometido personifica a Doutrina
dos Espíritos. E eu assino em baixo.
Os teólogos criaram um imbróglio, pois, além
de ensinarem que o Consolador ou o Espírito Santo é
outro Deus, ensinam também que é Ele próprio
que se manifesta, o que é igualmente contra a Bíblia!
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