A morte vicária de Jesus
na cruz significa que seu sofrimento foi muito agradável
a Deus, e, em consequência disso, os pecados da humanidade,
que tanto teriam ofendido a Deus, teriam sido resgatados ou pagos.
Isso é o que tenho chamado de teologia de sangue.
O pecado faz sofrer nosso próximo
e, por consequência, de acordo com a lei inexorável
bíblica e universal de causa e efeito, faz-nos sofrer também,
pois a cada um será dado de acordo com suas obras (Mateus
16: 27). E ninguém deixará de pagar tudo até
o último centavo (Mateus 5: 26).
Isso quer dizer que, quando pagarmos o último centavo de
nossas faltas, estaremos quites com a lei de causa e efeito e, portanto,
não vamos pagar mais nada, o que derruba totalmente por terra
as chamadas penas eternas no sentido como foram entendidas, erradamente,
pelos teólogos cristãos antigos e ainda por um grande
número dos da atualidade.
As exceções dos que
não aceitam essas ideias absurdas incompatíveis com
o Deus verdadeiro de amor infinito e irrestrito para com todos os
seus filhos (Atos 10: 34) são dos teólogos cristãos
espíritas e de uma minoria de avançados teólogos
católicos e protestantes. E os cristãos ainda mais
agarrados a essas ideias de um Deus pagão, sofredor, de terror
e vingador, com suas penas infernais sempiternas, são os
nossos irmãos evangélicos. Aliás, muitos pastores,
não todos, usam essas penas infernais como meio de amedrontar
seus fiéis e, assim, pegarem mais dízimos deles.
Todas as religiões recebem
influências de outras. O cristianismo as recebeu dos judeus
antigos, que, por sua vez, receberam as dos fenícios, caldeus
e outros povos antigos da região do chamado Oriente Médio.
Essas ideias de um Deus que sofre
com as nossas faltas e de ser Ele um castigador vingativo cruel
e antropomórfico (de natureza humana) originaram-se dos deuses
ou espíritos humanos desencarnados que se comunicavam através
dos médiuns (na Bíblia, profetas), deuses esses que
foram erradamente tidos como sendo o próprio e verdadeiro
Deus. E esses deuses ou espíritos desencarnados são
confirmados pelo próprio Jesus: “Vós sois deuses”
(João 10: 34). Entre esses deuses
há os bons, os mais ou menos e os maus e enganadores. Daí
João Evangelista nos recomendar que examinemos os espíritos
para sabermos se são bons ou maus, para que não venhamos
dar crédito aos que são maus (Primeira
Carta de João 4: 1). É por isso que Moisés,
também, até proibiu a comunicação com
os espíritos desencarnados (Deuteronômio
capítulo 18).
Mas ele elogiou os médiuns
(profetas na Bíblia) esclarecidos, verdadeiros e não
mercenários Medade e Heldade, os quais recebiam espíritos
bons e profetizavam (Números 11: 24
a 30).
Deus não sofre com os nossos
pecados, além de Ele não ser um espírito atrasado
vampiro, que se deleita com sangue derramado e menos ainda com sangue
humano. Que Deus seria esse? Essa teologia, além de ser absurda,
leva muitos ao ateísmo!
Os deuses ou espíritos humanos
evoluídos não ensinam a teologia de sangue nem que
Deus sofre com os nossos pecados vingando-os de modo exagerado e,
pois, injusto, e menos ainda esses espíritos humanos evoluídos
ensinam o absurdo de que um pecado como o do assassinado de Jesus
anula nossos pecados!