José Reis Chaves

>   Há o nascer “de novo” do espírito sim, mas há também o da carne

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José Reis Chaves
>   Há o nascer “de novo” do espírito sim, mas há também o da carne


Publicado em 27 de abril de 2015

 

 

Jesus disse que se alguém não nascer de novo, não pode ver o reino de Deus (João 3: 3).

Com essa passagem, Ele ensinou a Nicodemos e a nós que temos que renascer, várias vezes, espiritual e carnalmente, para que consigamos um nível de evolução suficiente para que adquiramos o reino dos céus.

Os teólogos e tradutores da Bíblia mais recentes, depois de 2.000 anos da tradução do texto acima citado, estão fazendo uma nova versão dele. Todos nós sabemos até de cor essa expressão: É necessário nascer “de novo”. Mas porque ela sugere a ideia da reencarnação, os teólogos e tradutores resolveram mudá-la para é necessário nascer “do alto”, alegando que em grego “anothen” significa também “do alto” e não só “de novo”, o que é verdade.

Mas eles aplicam essa expressão “de novo” e, agora, “do alto”, à água do batismo, o que é exclusivismo religioso, pois ela exclui da salvação todos os adeptos das outras religiões que não têm esse ritual, o que é um absurdo contra Jesus, a Bíblia e o bom senso, já que Deus, o Pai, não faz acepção de pessoas e de crenças. “Então disse Pedro: De fato, agora compreendo que Deus não faz distinção de pessoas; mas todos os que o adoram e praticam o bem são aceitos por ele, seja qual for a sua nação”. “...É Ele o Senhor de todos” (Atos 10: 34 a 36). “E João começou a falar: Mestre, vimos alguém expulsando demônios em teu nome e quisemos proibi-lo, porque não te segue conosco. Mas Jesus respondeu: Não proibais. Quem não está contra vós, está a vosso favor” (Lucas 9: 49).

Se lermos a continuação do texto é necessário nascer “de novo” ou “do alto”, veremos que a interpretação tradicional dos teólogos não é correta, pois, como vimos, eles a atribuem ao nascer “de novo” ou “do alto” pela água do batismo. Eis a sequência do texto: “O vento sopra onde quer, ouves a sua voz, mas não sabes donde vem, nem para onde vai; assim é todo o que é nascido do Espírito” (João 3: 8). “Ppneuma”, vento em grego, significa também espírito. E é mesmo o que quer dizer o texto, pois o que não sabe donde vem é o espírito do indivíduo e não o vento! Realmente, o espírito não sabe de qual corpo de pessoa ele vem, para qual novo corpo humano ele irá e nem sequer quando isso acontecerá. “Somos de ontem e nada sabemos” (Jó 8: 9).

Porém, Nicodemos não entendia bem o que dizia Jesus, ou talvez, quisesse que Ele tratasse melhor do assunto da reencarnação. Então, Jesus usou no lugar de água o vocábulo carne. Há o nascer “de novo” do espírito que significa conversão (metanóia) e o nascer “de novo” da carne. Ora, o nascer “de novo” da carne é nascer “de novo” de pai e mãe.

Mas por que só agora, depois de 2.000 anos, mudaram a tradução de “anothen” de “de novo” para a “do alto”? Por dois motivos. O primeiro é porque os teólogos e biblistas perceberam que o sentido real dessa expressão não pode ser o nascer “de novo” da água do batismo. O segundo motivo é porque o nascer “de novo” tem mesmo a ver também com a reencarnação, pois é o espírito “de novo” na carne!

E se pensarmos bem, a mudança da expressão “de novo” para a “do alto” não altera muito o sentido real de “anothen”, pois, quando o espírito nasce “de novo”, ele vem mesmo “do alto”, do mundo espiritual, seja esse nascer “de novo” ou “do alto” de conversão ou da carne!

 

José Reis Chaves é teósofo e biblista

 

 

 

Fonte: https://www.otempo.com.br/opiniao/jose-reis-chaves/ha-o-nascer-de-novo-do-espirito-sim-mas-ha-tambem-o-da-carne-1.1030012

 

 


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