Espiritualidade e Sociedade



Marcus Vinicius de Azevedo Braga


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Marcus Vinicius de Azevedo Braga
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Criado no Rio de Janeiro, como criança tive meus primeiros contatos com a praia, acompanhado de meus pais... E foram muitos “caixotes” e tombos, para aprender a navegar de forma segura no imenso mar.

Agora, passados mais de 30 anos, levando a minha filha de 7 anos para a bela praia da Barra da Tijuca, debutando esta nas ondas e nos “caixotes”, vêm à minha mente as lições que meu pai me deixou nas vezes que estive na praia, lições de procedimento e segurança, que repasso agora atenciosamente à minha filha.

Lições simples, que servem para a praia, mas que servem também para a vida de encarnado no planetinha azul. Parafraseando a ideia da bela canção, que diz que a “vida vem em ondas, como o mar”, vamos tentar estabelecer alguns paralelos dos conselhos paternos para a segurança no mar e na nossa existência terrena.

Boca fechada - A primeira dica paterna foi essa. Diante das imprevisibilidades da onda, a boca fechada nos mantém protegidos de beber água salgada, situação indesejável. Na vida encarnada, penso que devemos pensar no que falamos, via de regra, cultuar o silêncio, mas também ter a coragem de abrir a boca quando necessário. Na água, diante do perigo da onda que se avizinha, vale a pena avisar o amigo e com isso romper a regra de não abrir a boca.

Pernas abertas - Uma base forte se obtém com o afastamento das pernas, o que nos mantém, mesmo no mais raso, seguros quanto a eventuais choques de ondas, especialmente em momentos de distração. Uma base firme, que nos sustente nos momentos difíceis da vida, deve ser construída pelo esforço cotidiano. Diante das ondas que assolam a existência de todos, mais cedo ou mais tarde, somente com uma base forte nos mantemos de pé.

Olhe sempre para a água - É de lá que vêm as ondas... Esqueça os parentes, os vendedores, o vôlei e as demais atrações da areia. Mantenha, via de regra, seu olhar na água, e não será surpreendido. Na nossa existência, temos que focar a atenção no que é importante em termos espirituais, naquilo que pode nos derrubar, mas também nos trazer prazer, como a onda que nos permite “pegar jacarés”, rir e divertir.

Fique na linha dos outros banhistas - Um indicativo de segurança que meu pai me trouxe como dica era observar se havia outros banhistas na mesma linha de afastamento da praia, compartilhando a percepção de riscos, para verificar se estávamos em algum risco. É importante saber como as outras pessoas enxergam determinadas situações, para sopesarmos, na vida, as nossas impressões de determinados cenários, fugindo a ilusões.

Cuidado com a corrente - Essa, a cada onda, nos puxa para o mar. Assim, na vida, após alguns traumas, somos levados pelas correntes da tristeza e da desilusão para o mar da depressão. É preciso resistir, nadando paralelamente à praia para fugir desse caminho, contando por vezes com a ajuda dos amigos.

Atento sempre - Praia é diversão, mas não é brincadeira. Atento sempre ao movimento das ondas, às pranchas, às ondas, aos buracos. O hábito de ser cioso, de se preocupar, demonstra maturidade na vida e nos garante a alegria com responsabilidade, levando a nossa existência de forma produtiva.

Meu pai deixou uma lição que repasso aos meus, que serve para a vida nesse balneário carioca, sempre ensolarado, mas que também serve para a vida como Espírito, levando a vida “como uma onda no mar”.

 

 

 

 

Fonte: http://www.oconsolador.com.br/ano7/357/marcus_braga.html

 

 


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