CLARIVIDÊNCIA: propriedade
inerente à alma e que dá a certas pessoas a faculdade
de ver sem o auxílio dos órgãos da visão
(ver Lucidez).
LUCIDEZ, clarividência, faculdade
de ver sem o auxílio dos órgãos da visão.
É uma faculdade inerente à própria natureza
da alma ou do Espírito, e que reside em todo o seu ser; eis
porque em todos os casos em que há emancipação
da alma, o homem tem percepções independentes dos
sentidos. No estado corporal normal, a faculdade de ver é
limitada pelos órgãos materiais: desprendida desse
obstáculo, ela não é mais circunscrita, estende-se
por toda parte onde a alma exerce sua ação: tal é
a causa da visão à distância de que gozam certos
sonâmbulos. Eles se veem no próprio local que observam
e o descrevem, ainda que este se situe a mil léguas de distância,
visto que, se o corpo não se acha acolá, a alma, em
realidade, ali se encontra. Pode-se, pois, dizer que o sonâmbulo
vê pelos olhos da alma.
A palavra clarividência é
mais geral; lucidez diz-se mais particularmente
da clarividência sonambúlica. Um sonâmbulo é
mais ou menos lúcido, conforme a emancipação
da alma é mais ou menos completa.
SEGUNDA-VISTA: Efeito da emancipação
da alma que se manifesta no estado de vigília.
Faculdade de ver as coisas ausentes como se estivessem presentes.
Aqueles que dela são dotados não veem pelos olhos,
mas pela alma, que percebe a imagem dos objetos por toda parte onde
ela se transporta, e como por uma espécie de miragem. Esta
faculdade não é permanente. Certas pessoas a possuem
sem saber: ela parece-lhes um efeito natural, e produz o que denominamos
visões.
DUPLA VISTA: A emancipação da alma
se manifesta às vezes no estado de vigília, e produz
o fenômeno designado pelo nome de dupla vista,
que dá aos que o possuem a faculdade de ver, ouvir e sentir
além dos limites dos nossos sentidos. Eles percebem as coisas
ausentes, por toda parte, até a alma onde possa estender
a sua ação; veem, por assim dizer, através
da vista ordinária, como por uma espécie de miragem.
No momento em que se produz o fenômeno da dupla vista,
o estado físico é sensivelmente modificado: os olhos
tem qualquer coisa de vago, olhando sem ver, e toda a fisionomia
reflete uma espécie de exaltação. Constata-se
que os órgãos da visão são alheios ao
fenômeno, ao verificar-se que a visão persiste, mesmo
com os olhos fechados. (O Livro dos Espíritos, livro
segundo, cap. VIII, Resumo teórico do sonambulismo do
êxtase e da dupla vista.)
VIDENTE: aquele ou aquela que é dotado de
segunda-vista. Algumas pessoas designam sob este
nome os sonâmbulos magnéticos para melhor caracterizar
a lucidez. Esta palavra, nesta última acepção,
pouco mais vale do que o adjetivo invisível aplicado aos
Espíritos. Tem o inconveniente de não ser especial
ao estado sonambúlico. Quando se tem um termo para exprimir
uma ideia, é supérfluo criar outro. É preciso
sobretudo, evitar desviar as palavras de sua acepção
consagrada.
Segundo Kardec na Revista Espírita
de janeiro de 1858, no artigo VISÕES, sugere estas
designações:
Visões Sonambúlicas:
Visões que ocorrem no estado de sonambulismo natural.
Visões pela Dupla Vista:
São as visões que acontecem no estado de vigília.
Visões Extáticas:
São as visões que acontecem no estado de êxtase
(2).