Elio Mollo, pesquisa

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Estudo com base no Livro II, Capítulo III, Itens 149 à 153 de O Livro dos Espíritos (Allan Kardec)

 



No instante da morte a alma volta a ser Espírito, ou seja, retorna ao mundo dos Espíritos, que ela havia deixado temporariamente.

Não tendo mais o corpo material a alma constata a sua individualidade através de um fluido que lhe é próprio, tirando-o da atmosfera do planeta em habita e que representa a aparência da sua última encarnação: seu perispírito.

A alma não leva nada deste mundo a não ser a lembrança e o desejo de ir para um mundo melhor. Essa lembrança é cheia de doçura ou de amargor, segundo o emprego que tenha dado a vida. Quanto mais pura ela for, mais compreenderá a futilidade daquilo que deixou na Terra.

O conjunto dos Espíritos constitui um todo. Da mesma maneira quando estamos numa assembléia, fazemos parte integrante da mesma, e não obstante conservamos a nossa individualidade.

A prova que podemos ter da individualidade da alma após a morte pode ser constada pelas comunicações espíritas. Geralmente percebidas como uma voz que nos fala e nos revela a existência de um ser que está ao nosso redor.

Os que pensam que a alma, com a morte, volta ao todo universal, estarão errados, se por isso entendem que ela perde a sua individualidade como uma gota d'água que caísse no oceano. Estarão certos, entretanto, se entenderem pelo todo universal o conjunto dos seres incorpóreos de que cada alma ou Espírito é um elemento.

Se as almas se confundissem no todo, não teriam senão as qualidades do conjunto, e nada as distinguiria entre si; não teriam inteligência nem qualidades próprias. Entretanto, em todas as comunicações elas revelam a consciência do eu e uma vontade distinta. A diversidade infinita que apresentam, sob todos os aspectos, é a conseqüência da sua individualização. Se não houvesse, após a morte, senão o que se chama o Grande Todo, absorvendo todas as individualidades, esse todo seria homogêneo e então as comunicações recebidas do mundo invisível seriam todas idênticas. Desde que encontramos seres bons e maus, sábios e ignorantes, felizes e desgraçados, desde que há de todos os caracteres: alegres e tristes, levianos e sérios, etc. é evidente que se trata de seres distintos.

A individualização ainda se evidência quando estes seres provam a sua identidade através de sinais incontestáveis, de detalhes pessoais relativos à vida terrena, e que podem ser constatados; ela não pode ser posta em dúvida quando eles se manifestam por meio das aparições. A individualidade da alma foi teoricamente ensinada como um artigo de fé, mas o Espiritismo a torna patente, e de certa maneira, material [1 e 2].

A vida do Espírito é eterna: a do corpo é transitória, passageira. Quando o corpo morre, a alma retoma a vida espiritual que é normal e eterna. Os que aproveitaram a encarnação justamente se sentirão felizes com o objetivo atingido, ao contrário, sentirão necessidade de reparar as suas falhas.

 

* * *

 

[1] As teorias psicológicas, metapsíquicas, parapsicológicas e outras, sobre as aparições, são hipóteses pessoais e parciais, que não abrangem a totalidade dos fatos, e bastaria isso para provar a sua fragilidade e insustentabilidade científicas. (Nota de J. Herculano Pires)

[2] Allan Kardec in nota para as questões envolvidas no capítulo.


 

Fonte: http://aeradoespirito2.sites.uol.com.br/Estudos/RETOR_VIDA_CORP_VIDA_ESPIR.html

 

 

 

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Em co-autoria:

Elio Mollo; Antonio Sérgio C. Picollo
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