O interesse dos espíritas por
Félicité de Lamennais deve ser máximo. Primeiramente
por tratar-se de um dos espíritos que mais se comunicou com
Kardec; em segundo lugar por ter sido em vida o exemplo do cristão
perfeito. Sem o brilho de Pascal ou Fénelon, Lamennais teve
a vantagem de não se contaminar por doutrinas estranhas e de
época. Teve a sorte de vir após o Iluminismo, e com
isso sua obra está livre de todos os laivos de ortodoxia, dogmatismo
e superstição, despontando, contudo, um acentuado teor
místico e até profético, ao estilo do Velho Testamento
e do Apocalipse.
Personalidade humílima, debatia
em público como um político. Engajado em ataques intermitentes
contra a Igreja, a sociedade e o Estado, não apresentava a
altivez e a dureza de quem se habituou ao combate mais aguerrido.
O sereno agitador
Lamennais nos lembra as personalidades
inconfundíveis de Paulo, Huss e Gandhi. Transformadores avessos
à revolução, inimigos do erro, mas jamais indispostos
contra pessoa alguma, combateram o mal sem odiar os maus.
Sua vida jamais foi fácil.
A cada instante este homem simples e bondoso enfrentou decepções
amaríssimas e fracassos que fariam revoltar o homem comum.
A juventude foi melancólica, mas não por ressentimentos
pessoais, senão porque as injustiças sofridas pelos
outros lhe torturavam. A ideia de que os pobres careciam de proteção
do Estado era-lhe um pensamento obsessivo. Contemporâneo de
Marx, foi também socialista, mas de uma muito distinta estirpe.
Sem apologias à revolta armada, e alheio à filosofia
materialista, não acreditava nas soluções econômicas
que ainda hoje se propagam com ares utópicos. Entendeu que
para além do sonho, a realidade só poderia ser construída
pela reforma do caráter individual, e olvidando os matizes
políticos e econômicos, inaugurou o socialismo espiritual,
que em toda a sua elevação não foi ainda compreendido
pelos partidários das soluções exteriores.
No rebuliço do caldeirão
cultural em que se formou e trabalhou, Lamennais adotou tardiamente
o hábito clerical. Tinha a veia religiosa, mas abominava os
movimentos de época que coroavam a infalibilidade papal. Via
a hipocrisia e o indisfarçado cinismo prático dos padres
e bispos em escandalosa contradição com as teorias pregadas
por eles mesmos nos sermões. Ainda assim, em meio a dúvidas
quanto a carreira a seguir, uma voz falou-lhe à consciência:
“Chamo-te para carregar a minha cruz, apenas minhas cruz, não
te esqueças.”[1]
Lamennais não se esqueceu,
e sua já piedosa índole se inflamou de uma disposição
para o trabalho que cresceria mais e mais ao longo dos anos. Nas décadas
de 1820 e 1830 surgem inúmeros tratados sobre sociedade e filosofia.
Recluso, vivendo uma vida monástica mais auto imposta do que
compatível com suas obrigações, Lamennais produz
sem cessar. Mas não é de seu estilo alongar-se em argumentos
e perspectivas. Suas obras são concisas e curtas, dominadas
por imagens fortes e poéticas que ele tecia sob inspiração
dos acontecimentos políticos e sociais, mas que quase sempre
tinha um pano de fundo bíblico. Fundou mais de um jornal durante
a vida, onde, aí sim, era escritor prolixo. Em 1837 assume
o imortal Le Monde, que quase não sobrevive após
sua saída.
Dividimos os trabalhos de Lamennais
segundo seu duplo viés filosófico-profético.
Na primeira parte falaremos da filosofia política e social,
e na segunda das visões do autor sobre a vinda do consolador.
Mas como a primeira parte é de longe a mais extensa, dividimo-la
em tendências socialistas e liberais. Lamennais é um
dos pais do socialismo, de modo que o primeiro artigo será
sobre este tema. No segundo artigo fecharemos a filosofia política
deste autor falando um pouco sobre sua veia liberal, e trataremos
panoramicamente de seus escritos proféticos.
De todas as suas obras uma se destaca
como a coroação de suas ideias e energia psíquica.
Palavras de um homem de fé, possui um tom só comparável
a de Jeremias e do Apocalipse. Obra evidentemente inspirada, é
uma coletânea de sonhos e imagens que Lamennais tinha em meditação
profunda, e que ele habilmente transportava para a forma narrativa.
Democrata irredutível, Lamennais
escreve seu terceiro sermão ilustrando a ideia de que o gênero
humano foi trancafiado numa caverna escura, enquanto os reis e nobres
gozam dos frutos da terra vasta:
“E fui transportado em espírito
para os tempos antigos, e a terra era bela, e rica, e fecunda; e seus
habitantes viviam felizes, pois viviam como irmãos.”
Esse primeiro trecho tem um quê de inocência romântica,
bem ao estilo do mito da perda do paraíso e das teorias utópicas
de Rousseau sobre o “bom selvagem”. Mas a continuação
é mais simbólica do que filosófica.
E vi a Serpente
esgueirar-se entre eles: fixou em muitos seu olhar poderoso, e
a alma deles perturbou-se, e eles aproximaram-se, e a Serpente
sussurrou-lhes ao ouvido.
E após ouvirem a palavra da Serpente ergueram-se e disseram:
Somos reis!
E o Sol empalideceu e a terra adquiriu coloração
fúnebre, como a da mortalha que envolve os mortos.
E ouviu-se um murmúrio surdo, um longo lamento, e no fundo
do coração todos tremeram. (...)
O Medo foi de cabana em cabana, pois palácios ainda não
havia, e a cada um disse coisas secretas que lhes provocavam arrepios.
E os que haviam dito: Somos reis, empunharam suas espadas e acompanharam
o Medo de cabana em cabana. (...)
Amedrontados, os homens exclamaram: O assassínio voltou
ao mundo. E foi só isso, pois o Medo transitara-lhes a
alma e impedia o movimento de seus braços.
E deixaram-se acorrentar, a si, a suas mulheres, e a seus filhos.
E aqueles que haviam dito: Somos reis, escavaram uma grande caverna,
e ali encerraram toda a raça humana, assim como se encerram
animais num estábulo. (...)
E compreendi que deveria haver um reino de Satanás antes
do reino de Deus. E chorei e esperei.
E a visão que tive era verdadeira, pois o reino de Satanás
realizou-se, e o reino de Deus se realizará também;
e os que disseram: Somos reis, serão por sua vez encerrados
na caverna com a Serpente, e a raça humana dali sairá;
e, para ela, será como um novo nascimento, como a passagem
da morte à vida. Que assim seja.[2]
Vários pequenos detalhes nos
chamam atenção. O primeiro e mais relevante é
que esse processo ainda parece estar em curso, apesar de finda há
algum tempo a era dos déspotas. Com todos os avanços
da justiça, do direito, da democracia e da liberdade individual,
ainda parece pertencer ao século seguinte o banimento da raça
dos déspotas para fora da Terra.
Cenas da mente de Lamennais
Também é belo observar
como a indignação não se traduz em revolta, nas
palavras de Lamennais. É comum ver os agitadores políticos
usarem como pólvora a indignação, incentivando
a desordem, a rebelião e até o banho de sangue que é
a revolução. Mas o socialismo espiritual de Lamennais,
“espera e chora”, pois onde a palavra lúcida não
puder transformar, o grito não haverá de colaborar.
O quão tocante é o sentimento de Lamennais, mas quanto
ainda se o confunde com indiferença, com passividade...
Na quarta alegoria Lamennais diagnostica impecavelmente a causa da
injustiça na ausência da fraternidade cristã.
Esta sim a alavanca social capaz de solapar todo o mal. Assim ele
diz: “Amai-vos uns aos outros, e não temereis nem os
grandes, nem os príncipes, nem os reis.”[3]
Que forma estranha de lutar pela justiça! Pensarão muitos.
Não é outra, entretanto, que a forma do Cristo, da qual
se esquecem muitos os que imaginam associar o evangelho a um socialismo
de fundo materialista e puramente econômico.
E nosso padre continua atacando o
nacionalismo: “Não digas: Aquele é de um povo,
e eu sou de outro povo... Se um membro é atingido, o corpo
todo sofre.” E a indiferença: “Não sejais
como os cordeiros que, se o lobo captura um, sentem medo por um momento
e em seguida tornam a pastar. Pois, pensam, talvez ele se contente
com a primeira ou com a segunda presa: e porque deveria me preocupar
com aqueles que o lobo devora? Sobrará mais pasto para mim.”
O curto sermão número
cinco contém uma comparação entre os criminosos
e os condenados, aos quais todos consideramos dignos de prisão
e pena, e Jesus Cristo, um preso e condenado, a quem toda a multidão
gritava “matem”. Por isso, conclui Lamennais, tende mais
cuidado quando todos acusarem um condenado e o julgarem digno de castigo,
pois pode ocorrer de ser ele um mártir e um inocente. E ainda
que seja culpado, como a mulher adúltera, não declarou
o Cristo que ela saísse sem qualquer punição?
No sermão número sete
o profeta moderno cria esta forte parábola:
Um homem
viajava pelas montanhas e chegou a um local onde uma grande rocha
rolara sobre o caminho e o tomara por inteiro, e fora do caminho
não havia outra saída, nem à esquerda, nem
à direita.
Ora, esse homem, ao perceber que não poderia continuar
sua viagem por causa do rochedo, tentou movê-lo para abrir
passagem e cansou-se muito com esse trabalho, e todos os seus
esforços foram vãos.
Percebendo isso sentou-se cheio de tristeza e disse: O que será
de mim quando a noite cair e me surpreender neste ermo sem alimento,
sem abrigo, sem qualquer defesa, na hora em que as bestas ferozes
saem em busca de suas presas?
E, enquanto estava absorto em seus pensamentos, surgiu outro viajante,
e este, depois de fazer o mesmo que o primeiro fizera e apercebendo-se
também impotente para mover o rochedo, sentou-se em silêncio
e baixou a cabeça.
E depois deste chegaram muitos outros, e nenhum deles conseguiu
mover o rochedo, e o temor de todos era grande.
Finalmente um deles disse aos demais: Irmãos, oremos ao
nosso Pai que está no céu: talvez ele se compadeça
de nós nesta aflição.
E suas palavras foram ouvidas, e eles oraram de todo o coração
para o Pai que está no céu.
E depois de orarem aquele que dissera: Oremos, disse ainda: Meus
irmãos, aquilo que nenhum de nós conseguiu fazer
sozinho, quem sabe não conseguiríamos fazer juntos?
E eles se ergueram, e todos juntos empurraram o rochedo, e o rochedo
cedeu, e eles seguiram seu caminho em paz.
O viajante é o homem, a viagem é a vida, o rochedo
são as misérias que ele encontra a cada passo em
seu caminho.
Nenhum homem conseguiria erguer sozinho o rochedo, mas Deus calculou
seu peso de tal modo que ele nunca detenha os que viajam juntos.[4]
Esse texto tão singelo capaz
de nos comover tão profundamente parece ter sido extraído
do evangelho. Diante de alegorias como esta caem todas as pompas da
vaidade intelectual, que os filósofos sustentam nos seus intrincados
jogos de palavras, e que geralmente a nada conduzem. A parte que mais
nos toca é relativa à falta de percepção
dos viajores, que não encontram a solução óbvia
para o problema que a todos aflige. Mas um deles lembra-se de orar
e pedir por inspiração. O que a frágil mente
humana não equaciona, pode sempre tomar do repositório
infinito da sabedoria universal. E a resposta dos céus veio
aos ouvidos deste mesmo homem que previamente já inspirado
sugeriu a oração. Uma resposta que nada contém
de mágico ou sobrenatural, consistindo numa simples conclusão
lógica. Quase todos os problemas poderiam ser assim solucionados.
Ainda no campo da teoria social Lamennais
escreve o oitavo sermão com uma gravidade assustadora:
Deus condenou
todos os homens ao trabalho, e todos têm sua labuta, quer
do corpo, quer do espírito; e aqueles que dizem: não
hei de trabalhar, são os mais miseráveis.
Pois, assim como os vermes devoram os cadáveres, os vícios
os devoram, e se não são devorados pelos vícios,
são devorados pelo tédio.
E quando Deus quis que o homem trabalhasse, escondeu um tesouro
no trabalho, porque é pai, e amor de pai não morre.
(...)
E Deus ainda lhes ditou esse preceito: Ajudai-vos uns aos outros,
pois entre vós existem os mais fortes e os mais fracos,
os enfermos e os saudáveis; e entretanto todos devem viver.
E, se assim fizerdes, todos viverão, porque recompensarei
a compaixão que tiverdes por vossos irmãos, e tornarei
fecundo o vosso suor.
E o que Deus prometeu sempre se atestou, e jamais se viu carecer
de pão quem tivesse ajudado seus irmãos.
Ora, em outros tempos viveu um homem malvado e amaldiçoado
pelo céu. E esse homem era forte, e odiava o trabalho,
de modo que disse: O que farei? Se não trabalhar, morrerei,
e o trabalho me é insuportável?
Então, em seu coração introduziu-se um pensamento
infernal. Saiu durante a noite, capturou alguns irmãos
seus enquanto estes dormiam, e cobriu-os de correntes.
Pois, dizia, com varas e chicote eu os forçarei a trabalhar
para mim, e comerei do fruto do trabalho deles.
E fez o que pensara; e outros, ao verem aquilo, fizeram o mesmo,
e não houve mais irmãos, passou a haver senhores
e escravos.
Esse foi um dia de luto em toda a terra.
Muito tempo depois veio um homem mais malvado que o primeiro...
e disse consigo mesmo:
Talvez fosse possível eu acorrentar alguns e força-los
a trabalhar para mim; mas seria preciso alimentá-los, e
isso reduziria meu ganho. Façamos melhor; que trabalhem
por nada! Na verdade, morrerão, mas como o seu número
é grande, acumularei riquezas antes que eles diminuam muito,
e sempre restará um número suficiente deles.
Tendo-se pronunciado daquela maneira, dirigiu-se em particular
a alguns e disse: Trabalhareis durante seis horas e ganhareis
uma moeda pelo vosso trabalho. Trabalharei durante doze horas,
e ganhareis duas moedas, e vivereis bem melhor...
E eles acreditaram.
Ora, disso decorre que, tendo a quantidade de trabalho dobrado
sem que a necessidade de trabalho fosse maior, a metade dos que
viviam outrora de seu labor não encontrou mais ninguém
para empregá-la.
Então o homem malvado, em que haviam acreditado, disse-lhes:
Darei trabalho a todos vós, contando que trabalheis pelo
mesmo tempo e eu só vos pague a metade do que vos pagava;
pois desejo prestar-vos esse serviço...
E como tinham fome, eles, suas mulheres e filhos aceitaram a proposta
do homem malvado e abençoaram-no, pois – diziam –
nos dá a vida.
E eles morriam por carência do necessário, e outros
corriam a substituí-los, pois a indigência se tornara
tão profunda naquela terra que famílias inteiras
se vendiam por um pedaço de pão.
E o homem malvado que mentira a seus irmãos acumulou mais
riquezas que o homem malvado que os acorrentara.
O nome deste é TIRANO; o outro só tem nome no inferno.[5]
Esse trecho ressalta a situação
desumana dos trabalhadores de fábrica e camponeses do início
da era industrial, um problema que incomodava sobremaneira a Marx
e outros ideólogos do socialismo ao longo de todo o século
XIX. É difícil imaginar como uma situação
tão injusta se mantinha, em gritante distonia não apenas
com nossa época de direitos trabalhistas, salário mínimo
e outras conquistas do século XX, mas também em comparação
com o estado dos servos medievais e citadinos da renascença,
que era, apesar de tudo, bastante melhor.
Essa situação atípica
na história mundial, que muitos outros também consideravam
pior que a escravidão, despertou críticas de todos os
grupos, liberais ou socialistas, padres ou filósofos, burgueses
ou mesmo nobres, encontrando finalmente na equação moral-econômica
de Tocqueville a fórmula da perfeita justiça social.
O que nos fere a sensibilidade contemporânea
não é o fato de ter havido, num momento de turbulência
política e absolutismo, um tal estado de coisas, mas que ele
tão imediatamente nos evoque imagens do trabalhador fabril
na China ou na Índia, do sertanejo brasileiro ou do pescador
caribenho, do pastor africano e do carvoeiro russo, indivíduos
que em pleno século XXI permanecem esmagados pela mesma indigência,
pela mesma desumanidade por parte de estados, empresas e, principalmente,
sociedades para os quais são invisíveis.
O aspecto transfornador do socialismo
de hoje é o ser ele praticado por funcionários públicos,
cujos vencimentos são superiores a quatro, cinco, inúmeros
salários mínimos, sem o menor compadecimento para os
que têm de se contentar com muito menos. Que as greves de hoje
não sejam pelos trabalhadores escravos na Amazônia, pelas
crianças das carvoarias e mandiocais ou pelos boias-frias,
mas para o aumento dos salários de quem já ganha acima
das médias nacionais, e o bastante para se ter um carro e viajar
nas férias.
Todos queremos melhores condições,
mas a comparação não pode ser feita apenas com
os que estão acima, ou o resultado será a escandalosa
cegueira das nossas atuais lutas sociais, por aumentos de benefícios
para nossos próprios grupos, como no exemplo hiperbólico
dos políticos e juízes que nos despertam repulsa votando
salários cada vez maiores para si.
Quem quer que queira ser um socialista
da lavra de Lamennais deveria dedicar ao pobre todas as suas forças
e economias, para só depois exigir dos outros a mesma postura.
Mas o que se vê, bem ao contrário, é um discurso
hipócrita e vergonhoso que atribui responsabilidades ao Estado,
aos ricos, a quem quer que seja, que não nós mesmos.
E enquanto cada classe luta por seus interesses, seguindo a recomendação
de Marx, ninguém trabalha em favor do próximo, olvidando
as sábias recomendações de Lamennais.
E se Lamennais nos dá o tom
de um socialismo digno e enobrecido, faz o mesmo com o liberalismo,
unindo-os na teoria social superior do cristianismo: liberdade e justiça;
responsabilidade e solidariedade. Ensinando ao dualismo partidário
que só há uma humanidade.
(Continua em Lamennais e Kardec II)
Bibliografia:
LAMENNAIS, Félicité de. Palavras
de um homem de fé. São Paulo: Martins fontes, 1998.
[1] Isto nos narra André Derval, responsável
pela introdução e pelas notas da moderna edição
de Palavras de um homem de fé, o livro mais célebre
de Lamennais.
[2] Félicité de Lamennais. Palavras de um homem de fé.
Pg. 9.
[3] Félicité de Lamennais. Palavras de um homem de fé.
Pg. 11.
[4] Félicité de Lamennais. Palavras de um homem de fé.
Pg. 18.
[5] Félicité de Lamennais. Palavras de um homem de fé.
Pg. 21.