Resumo
Na medida em que o termo espiritualidade é
em si mesmo ambíguo, o desafio específico da pesquisa
em espiritualidade e saúde enquanto campo é definir
de que maneiras o conceito ‘espiritualidade’ pode ser
frutiferamente aplicado à saúde física e mental.
Uma vez que a relatividade hermenêutica de um conceito humanístico
tem de se relacionar com os resultados mensuráveis das ciências
empíricas, algumas dificuldades inevitavelmente surgem.
Isso não impediu, contudo, a formação de duas
abordagens claramente definidas na pesquisa em espiritualidade e saúde;
uma a que poderíamos chamar hermenêutica-existencial
e a outra mais relacionada às ciências da natureza. Por
falharmos em distinguir essas opções, muitas das interações
entre a ciência da religião ou os estudos da religião
e a pesquisa em espiritualidade e saúde são prejudicadas
ao ponto da quase ausência de diálogo.
Nosso intuito aqui é apresentar e conceituar as duas alternativas
nos termos das ciências humanas. A primeira alternativa, propriamente
humanística, é facilmente descritível segundo
o aparato metodológico e conceitual das ciências humanas.
Afinal, trata-se de uma concepção puramente filosófica
de “saúde espiritual”. A segunda alternativa que
analisaremos envolve maiores desafios à abordagem fundamentalmente
filosófica proposta, exatamente por não se restringir
ao âmbito humanístico. Contudo, mostraremos que também
uma visão mais ligada à saúde física e
mental e submetida aos métodos experimentais tanto pressupõe
quanto acarreta questões filosóficas.
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