RESUMO
Em meio ao bem conhecido choque entre ciência
e religião na cultura pós-iluminista, a polarização
típica dos conflitos permitiu que emergissem alternativas diametralmente
díspares nos extremos do espectro, embora ambas perfeitamente
conscientes da natureza do problema. Embalada pela ruptura cultural
com a religião oficial, a intelectualidade buscou alternativas
conciliáveis com a nova mentalidade científica, tais
quais a teologia natural, o materialismo, o agnosticismo e espiritualismos
esclarecidos.
Niilismo e Espiritismo são dois exemplos clássicos de
desdobramento dramático da crise da consciência europeia,
e que repercutiram fortemente sobre as classes ilustradas latino-americanas.
Em sintonia com o contexto filosófico de seu nascimento, as
duas propostas enfatizam as conclusões lógicas cabíveis
de suas bases metafísicas para a grande questão que
ganhará força a partir de meados do século XIX,
o drama da existência humana. Também em sintonia com
o contexto do conflito entre ciência e religião, contudo,
falham em compreender a fundamentação metafísica
que, naquele momento, tornara-se tabu, e só poderia ser assumida
indiretamente sob alcunhas como “filosofia positiva”,
“mentalidade científica” e “filosofia baseada
em fatos”.
Este trabalho expõe, portanto, a essência filosófica
dessas duas propostas.
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* Humberto Schubert Coelho - Doutor
e Mestre em Ciência da Religião da UFJF. Professor do
Programa de Pós-graduação em Filosofia da UFJF.
Brasil.