Jorge
Hessen
> O Centro Espírita não é um Hospital
Público, mas sim uma escola de conscientização do
espírito
Ficamos consternados ao ler pela imprensa
as seguintes publicações: “500 km em busca de
UTI (mãe e bebês gêmeos viajam mais de 500 km em
busca de UTI em Porto Alegre-RS).”(1);
“Falta de estrutura mata idosa no Rio” (Falta de estrutura
da rede pública de saúde faz mais uma vítima
no Rio de Janeiro) (2); “SUS gaúcho
- 500 mil procedimentos não atendidos” (Estudo aponta
500 mil procedimentos não atendidos no SUS gaúcho).
(3); “Mitos em torno dos recursos
para a saúde”(4); “Saúde
em greve no RS” (justiça determina restabelecimento das
emergências)(5); “Pacientes
como mercadoria” (Uma doença chamada propina)(6);
“Do caos ao colapso na saúde.”(7);
“Pesadelo da saúde.”(8);
“Hospital é festival de horrores” (9).
No Brasil, a Constituição de 1988 tornou, em tese, o
acesso à saúde gratuita um direito universal de todo
cidadão brasileiro. Para atender a esse objetivo, foi criado,
há duas décadas, o Sistema Único de Saúde
(SUS). Na prática, no entanto, ocorreu com a saúde algo
semelhante ao observado na educação. A precária
qualidade do atendimento público empurrou a classe média
para o sistema privado. O Ministério da Saúde possui
o maior orçamento do governo. O Brasil gasta, com saúde,
mais do que outros países em desenvolvimento, e nem por isso
possui indicadores mais favoráveis, ou seja, o país
não oferece um nível mínimo de atendimento digno.
Observamos o sucateamento do setor público de saúde
no Brasil, razão por que os Centros de Saúde não
atendem satisfatoriamente a demanda da população, pelo
número excessivo de pacientes a serem socorridos, seja por
falta de equipamentos básicos necessários em casos de
emergência, seja pelo número reduzido dos profissionais
de que podem dispor, ou seja, pelos baixos salários que esses
profissionais recebem, dentre outros fatores. Tudo isso tem provocado
uma reação de abandono do serviço público
nesses profissionais.
Muitas vezes as pessoas tendem a buscar meios alternativos para tratar
suas enfermidades, e dentre eles estão os espaços religiosos,
que possibilitam o acolhimento fraterno, dando importância e
atenção ao que a pessoa está sentindo, e que,
em muitas das vezes, aproxima-se da real condição do
doente. Outras radicalizam mais, preferindo o auxílio das "rezadeiras"
ou dos "curandeiros", disponíveis a atender, gratuitamente,
através da reza e dos curativos feitos com ervas por exemplo,
crendo na cura dessas pessoas apenas pelo fato de terem recebido o
"dom de Deus".
Entretanto, alguns procuram as casas de orientação espírita,
pois nelas encontram-se tratamentos para o bem-estar dos indivíduos,
tendo o centro um papel interessante nesse contexto para prevenção
e manutenção da saúde.
Já que o governo tem suas dificuldades na área, os espaços
religiosos procuram oferecer alívio a esses males e sofrimentos,
como também conforto, solidariedade e acolhimento. Daí
a representação da relevância das práticas
espíritas na saúde da população. O Centro
Espírita percebe a prevenção de saúde
de forma ampliada e contínua, através da difusão
(sem prosélitos) das suas instruções espirituais.
Portanto, o papel desempenhado pelas estruturas espíritas e/ou
religiosas, de forma geral, pode ser de fato entendido como apoio
à saúde (prioritariamente espiritual) na sociedade.
A temática de práticas espíritas relacionadas
à saúde pública é pouco discutida, razão
pela qual não encontramos muitas publicações
referentes à percepção desse fenômeno social
pelos escritores espíritas. O descaso com a saúde pública
tem confirmado o papel do apoio social e espiritual do Centro Espírita
na percepção do bem-estar e sua relação
com a concepção do amor e da caridade como fundamentos
da conduta humana, explicados como saudáveis e capazes de manter
a saúde relativa da população.
A caridade, apoiada na fé raciocinada que o Espiritismo propõe,
dá sentido à vida, oferecendo consolo, renovando energias
e dando orientação eficaz ante as situações
de angústia, incerteza das idéias e, consequentemente,
ante a insegurança pessoal. Essa fé está ligada
à vida concreta dos que nela depositam a sua crença.
Em todo tipo de religião está implícito um problema
central: liberar o homem da incerteza de sua transcendência,
dar sentido à sua vida no mundo e além dele. Numa palavra:
"conscientização" do mundo espiritual.
Obviamente o Centro espírita não pode e nem deve ser
um hospitalzão, entronizando métodos de cura física
para os doentes que o procuram, mas uma escola da alma em que se prioriza
a terapêutica da educação do ser pela ciência
do espírito, a fim de que os doentes possam curar suas próprias
doenças.
Jorge Hessen
Referências
Bibliográficas:
(1) BOM DIA BRASIL, REDE GLOBO, Terça-feira,
25/10/2011
(2) RJ TV - REDE GLOBO, Segunda-feira, 24/10/2011
(3) OPINIÃO - O Estado de S.Paulo - 17/10/2011
(4) EDITORIAL O GLOBO, 07/10/2011 às 18h13m
(5) ZERO HORA 26/08/2011
(6) O GLOBO, 20/08/2011 às 20h09m, Fabíola Gerbase
(7) ZERO HORA 19/08/2011
(8) RBS Notícias - Série Pesadelo da Saúde - Reportagem
4, 28/7/2011
(9) O GLOBO, 10/09/2010.
Fonte: https://jorgehessenestudandoespiritismo.blogspot.com/2011/10/o-centro-espirita-nao-e-um-hospital.html
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- visitem o blog do autor : - http://jorgehessenestudandoespiritismo.blogspot.com.br/
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