Jorge
Hessen
> Viver sem comida e água na terra - é possível?
Médicos e cientistas, liderados pelo neurologista Sudhir
Shah, estudaram Prahlad Jani, de 82 anos de idade, um líder
religioso da tradição Jainista. Prahlad passou dez
dias em observação constante (sem comer e sem beber
qualquer líquido) no Sterling Hospital, na cidade de Ahmedabad,
na Índia. O velho guru afirma ter “vivido” sem
comida e sem água ao longo das últimas 7 décadas,
e que sobrevive graças à meditação e
ao poder da sua mente.(!) Os médicos dizem não poder
confirmar as alegações de Jani, mas a observação
do seu feito no Sterling Hospital pode ajudar no aprendizado sobre
o funcionamento do corpo humano.
Apesar dessa situação inusitada não ser totalmente
inédita na Índia, o líder Jainista tornou-se
um dos mais célebres dos últimos tempos, por estar
sendo estudado mais frequentemente pelos pesquisadores. O seu caso
já foi estudado em 2003, no mesmo hospital de Ahmedabad,
onde se constatou, à época, que Jani “não
necessitou” comer e nem beber para sobreviver na experiência
hospitalar. Nos exames feitos há 7 anos, entre análises
da urina, sangue, ecocardiogramas e eletroencefalograma, verificou-se
que o desenvolvimento do cérebro do líder Jainista
corresponde ao de um jovem de 25 anos.
O universo místico da Índia não é objeto
de pesquisa que me atrai muito, mas há muitos crédulos
que explicam o caso em questão com o nome de “inédia”,
isto é: um estado do homem caracterizado pela abstinência
de comida, resultando em uma expansão da esfera consciencial
na qual uma pessoa sobrevive.
Em geral, segundo a crença, um ideal inediante não
necessita comer ou beber para manter o corpo funcionando perfeitamente.
Também denominam de respiratorianismo(1)
ou seja, um conceito relacionado ao tema, que afirma que comida
e até mesmo água não são necessários
e é possível “viver” somente de energia.
Um respiratoriano não consome nenhuma comida ou líquido,
ele/ela precisa somente de energia e do ar para nutrir seu corpo.
Mas há acusação séria aos divulgadores
do respiratorianismo, porquanto têm levado pessoas crédulas
a praticar uma dieta que pode ter consequências gravíssimas.
Particularmente, confessamos que desconhecemos qualquer texto sério
na área acadêmica que diz que podemos viver sem nos
alimentar de comida física. O consenso científico
atual sobre nutrição e o bom senso indicam que uma
pessoa exposta ao tipo de dieta à base de ”ar”
em curto prazo acabaria morrendo de inanição ou desidratação.
Normalmente, segundo alguns, o ser humano resiste três ou
quatro dias sem beber e uma semana sem comer. Há outros mais
radicais, crédulos que a maioria das pessoas pode viver sem
comida por várias semanas, pois o corpo usa suas reservas
de gordura e proteína. Seguidores de faquires indianos e
ascetas têm com frequência atribuído poderes
extraordinários a eles, mas raramente esses poderes são
submetidos à investigação científica
rigorosa e sequencial.
Em algumas religiões, o jejum (abstinência de alimentação)
é uma prática muito comum, normalmente relacionada
a conceitos de sacrifício e purificação. Jesus,
de acordo com a tradição evangélica, jejuou
por quarenta dias e quarenta noites no deserto(2).
No Hinduísmo, há os históricos jejuns que Mahatma
Gandhi praticou por motivos sociais, religiosos e políticos.
Em que pese ao André Luiz informar que desde que há
vida na Terra, o homem se alimenta muito mais pela respiração
do que pelo que chama "alimento de volume", ou seja, aquele
constituído de matéria mais densa, que é complementar,
o Benfeitor deixa muito claro que a necessidade de alimentação
pelo homem é uma das circunstâncias que resultam de
um automatismo biológico, pois o organismo corpóreo
não prescinde da constante troca de substâncias, que
se transformam em energia e que são necessárias ao
curso do processo de crescimento e de reparação do
desgaste natural a que se submete. (3)
Ao desencarnar, o espírito não mais necessita dessa
forma “sólida” de alimento, podendo se manter
apenas pela respiração celular do seu corpo somático
(perispírito). No entanto, quando o espírito, após
a desencarnação, não consegue se desligar,
mentalmente, das sensações vivenciadas no corpo físico,
o seu psiquismo permanece preso ao mundo material, preservando a
lembrança do automatismo biológico a que se acostumou.
Não conseguindo reajustar-se de imediato à nova forma
de vida, permanece preso às circunstâncias da vida
terrena, donde a sensação de necessidade de alimentação
para repor energia permanece. Para suprir essa necessidade, muitas
vezes busca partilhar, psiquicamente, com encarnados que lhe são
afins, as energias vitais destes. Muitas vezes esta situação
leva à instalação de um processo obsessivo.
A alimentação oferecida aos desencarnados em desequilíbrio,
que ainda se encontram fortemente presos às necessidades
terrenas, é de natureza fluídica, constituída
de fluidos do mundo espiritual, porém assemelhando-se à
utilizada na Terra, para que possa atender às suas necessidades.
À medida que se eleva, o espírito passa a sentir menos
necessidade desse tipo de alimento, que vai sendo fornecido em menor
quantidade e constituindo-se de fluidos mais leves.(4)
Podemos afirmar, portanto, que não há nenhuma evidência
formal de que haja a possibilidade de alguém constituído
de carne e osso sobreviver sem alimentação por tempo
indeterminado.
Jorge Hessen
Fontes:
(1) Segundo a crença hindu a palavra prana
é a energia vital absorvida através da respiração
e que tem origem no Sol.
(2) Mateus cap.IV e Marcos cap. I
(3) Chico Xavier/Waldo Vieira. Evolução em Dois Mundos,
Ditado pelo Espírito André Luiz, Rio de Janeiro, Ed. FEB,
1996, 2a. Parte, cap. I,
(4) A respeito da formação de alimentos e outros objetos
do mundo espiritual, através da modificação das
propriedades dos fluidos, ver capítulo VIII, da Segunda Parte,
do Livro dos Médiuns, intitulado "Laboratório do
mundo invisível".
- http://jorgehessenestudandoespiritismo.blogspot.com
Leiam de Jorge Hessen
- visitem o blog do autor : - http://jorgehessenestudandoespiritismo.blogspot.com.br/
> “Casamento
religioso espírita?” O que é isso?
>
Células-Tronco
>
O Centro Espírita não é um Hospital Público, mas
sim uma escola de conscientização do espírito
> Centros
Espíritas Surreais
>
Como enfrentar as “culpas” e desculpas?
>
Cremação, uma Visão Espírita
>
Espíritas escravizados a símbolos, mitos e fantasias?
>
Espiritismo, manancial das eternas verdades
>
O Espiritismo ante o Censo 2010 - Retrato de um panorama
que clama por mudança de rumo
>
O Espiritismo e a Família Contemporânea, Desafios e Reflexões
>
Estranhos Movimentos Espíritas
> Ética
Espírita, entrada franca sempre! ... Por que não?
>
Fatos que nos lançam no rumo da tese reencarnacionista
>
Funções do Períspirito na Terra e no Além
>
Os Gêmeos Siameses numa análise espírita
>
Industrialização de eventos espíritas grandiosos
>
Luto e Internet, uma reflexão espírita-cristã
>
Obsessão, o encontro de forças inferiores
>
Métodos contraceptivos, uma reflexão espírita
>
Movimento espírita Pós Kardec - episódios e declínio
doutrinário na França
>
Não há efeito sem causa e Deus é a causa primordial do
Universo
>
Nossos filhos e as drogas - Nossos Filhos, Nossas Jóias mais preciosas
>
O Passe numa sucinta anotação espírita
>
Os Primórdios do "Espiritismo" - A História do Espiritismo
no Brasil
>
Puritanos ou Vendilhões? Eis a grave questão!
>
Resgates coletivos ante a Lei de Causa e Efeito
>
Síndrome de Smith-Magenis, obsesão ou auto-obsessão?
>
Sistema Prisional à luz do Espiritismo
>
O SUS,as terapias alternativas,o “passe”, as remunerações
e o “dai de graça”
>
Uma visão espírita do Homossexualismo sem o dissumado purismo
cristão
>
Umbanda e Espiritismo Cristão numa avaliação oportuna
>
Viver sem comida e sem água na terra - é possível?
topo
|