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(trecho inicial)
Relatos de fenômenos psíquicos
anômalos sempre existiram na humanidade. Sonhos premonitórios,
coincidências bizarras, testemunhos de aparições
de mortos e casas reputadas mal assombradas sempre foram uma constante
no decorrer da história da humanidade. Antes do século
XVII, poderíamos dizer que a perspectiva de um Cosmos pleno
de propósitos, significado e de Entidades sobre-humanas gozava
de total imunidade na cabeça das pessoas. Com o desenrolar
da revolução científica, do antropocentrismo
e do iluminismo, a superstição diante do desconhecido
começou a desvanecer-se, cedendo espaço para o racionalismo
científico. Assim, à medida que o homem descortinava
alguns dos segredos do Universo, gradativamente a perspectiva daquele
Cosmos pleno de significado e de propósitos, governado por
uma Mente Suprema, abria espaço para a visão mecanicista
de mundo.
Na metade do século XIX, esse novo modo de pensar ainda ganhou
novo impulso pela difusão das ideais de Darwin. Nessa transformação
social, o paranormal foi banido da existência, embora ainda
se admitisse que a vontade de Deus pudesse interromper o curso natural
de causalidade. Newton, por exemplo, pensava que Deus poderia, ocasionalmente,
intervir para ajustar a órbita dos planetas (Griffin, 19972).
Nos últimos quatro séculos, o materialismo-mecanicista
persiste como a corrente popular da ciência, guindo nossa visão
de mundo, sendo ensinado como a “verdadeira realidade”
em nossas instituições e livros escolares. Mas o que
a maioria das pessoas não sabe é que o mecanicismo é
apenas uma inferência sobre como enxergar a realidade. Ele não
é de nenhuma maneira a única interpretação
racional dos fatos e fenômenos do mundo. Aliás, existem
diversos fatos e fenômenos já submetidos ao escrutínio
do método científico (como os abaixo apresentados) que,
se considerados, mostram que o materialismo simplesmente deve ser
rejeitado como uma explicação racionalmente válida.
No século XIX, esse mecanicismo chegou a ser levemente ameaçado
pelo nascimento do espiritualismo, não porque tal movimento
social estimulava o renascimento irracional do sobrenatural, mas porque
alguns dos fenômenos ditos paranormais estavam sendo confirmados
pelos mesmos métodos utilizados pela ciência moderna.
Debates ferozes se estenderem nos círculos científicos
da época, reputações foram manchadas, sociedades
foram formadas para investigar de forma imparcial alegações
paranormais e prestigiosos homens da ciência defenderam a existência
de certos fenômenos anômalos, tais como a telepatia, a
clarividência e a psicocinese.