Um dos assuntos mais discutidos dentro
da Gênese terrestre é o aparecimento da vida em nosso
planeta.
Aventam-se várias hipóteses, desde a idéia de
que ela possa ter vindo do Espaço, trazida por algum bólido
perdido que consigo conduziria seres elementares capazes de semear
os primórdios de forma biológica existente com condições
a dar origem ao ciclo evolutivo da espécie, até as absurdas
afirmativas de Moisés, no Pentateuco, atribuindo a um ser fantástico
assimilado à idéia de um Deus antropomórfico
que, por vontade própria, teria criado tudo a seu modo e maneira.
A tese mais simpática e próxima das concepções
espíritas era a dos frameworkers, ou agentes estruturadores
externos que, atuando primeiramente na energia cósmica, teriam-na
modulado dando origem às primitivas formas de partícula
atômica.
Com isso, agentes superiores, capazes de agregar essas partículas,
formariam os átomos; dos átomos às moléculas,
da molécula às substâncias e daí aos corpos
em si.
A tese é coadjuvada pela descoberta da ação de
agentes extra-universais na poeira cósmica formando planetas
em torno da estrela Alfa Centaurus feita no observatório Keck
II do Haway.
Adaptando-se esta mesma concepção à Biologia,
surge a hipótese da existência de framworkers biológicos
que, atuando nas cadeias das substâncias carbônicas (ou
orgânicas) teriam estruturado a primitiva vida biológica
que poderia ser o plâncton. A partir dele, agentes superiores
atuariam em sua transformação dando origem aos fitozoários
primitivos e as formas de algas primitivas ou talófitos aquáticos
que cresceram, desenvolveram-se, migraram da água para a terra
firme e passaram a viver sob a influência atmosférica,
dando origem à vegetação em si, de acordo com
o processo evolutivo das espécies.
A tese dos agentes estruturadores quando a equipe de Palomar, tendo
à frente Sten Odenwald, descobriu que o Universo é composto
de 73% de “nada” – peso sem massa – e 27%
de energia cósmica (que Newton chamou de FCU) o que, por si
só, já explicaria a existência dos aludidos frameworkers
não pode ser constituída de energia cósmica,
senão, deixaria de ter condições de atuar sobre
ela, modulando-a, já que seria efeito dela própria e
não causa.
Pode-se, pois, fazer um correlação entre o ‘domínio
dos estruturadores” e a Espiritualidade o que colocaria a tese
em questão dentro dos liames doutrinários do Espiritismo,
o codificado por Kardec e não o adotado pelos evangélicos
baseado em Paulo de Tarso.
Neste pé, tudo teria uma explicação lógica
a partir da formação dos plânctons como origem
da vida biológica, só que, recentemente, escavações
de pesquisa arqueológica acabam de encontrar a uma profundidade
abaixo dos 3.000 metros, numa camada pré-geológica primitiva,
a existência de cianofíceas que lá estariam vivendo
desde os primórdios da formação do planeta, evidentemente,
anterior à formação dos plânctons.
Com isto, muita coisa vai mudar na concepção da formação
da vida no planeta.
Isto fez com que uma bióloga estudiosa procurasse pela Internet,
no meio espírita, induzida por companheiros, uma explicação
para tal fato e como os pregadores da doutrina analisariam ou interpretariam
o fato perante os conceitos doutrinários; segundo sua queixa,
ela teria sido destratada em Salas Espíritas do Paltalk pelos
seus responsáveis, por inconveniente e importuna. Estaria atrapalhando
os estudos.
Isto fez com que ela protestasse junto a seus amigos e um deles, espírita,
mandou-me sua queixa, pedindo-me esclarecimentos. Como não
sou especialista no assunto, tratei de recorrer aos demais e, com
isso, o tema encontra-se na pauta da discussão pela Internet,
o que me fez consultar uma colega de magistério, só
que ela, era bióloga de profundo conhecimento, não tem
a mínima noção de Espiritismo, o que a impediu
de fazer correlações entre as descobertas e o mundo
invisível.
Do que ela me expôs fiz o seguinte resumo que coloco à
apreciação dos demais:
Cianofíceas - nos estudos biológicos arcaicos eram consideradas
algas azuis, daí seu nome advindo do grego kyanos = da cor
do céu + a desinência referente a talófitos, todavia,
posteriormente, foi verificado que elas, como as moneras e as bactérias,
não possuem núcleo organizado embora possuam citoplasma
onde se dispersa seu material genético.
Por esse motivo, elas não podem se enquadrar como algas.
Suas características levaram alguns biólogos a admitirem
que constituem um reino à parte, sem características
biológicas próprias e recentemente, com pesquisas de
profundidade, foram encontradas em camadas geológicas anteriores
ao pleistocênio e levadas a admitir que sua existência
seja anterior à formação dos plânctons.
Até a presente data não foram obtidos resultados que
caracterizem sua formação, ou seja, como tenham surgido
em nosso planeta, contudo, a hipótese de que elas sejam advindas
do Espaço sideral não tem nenhum amparo científico
apesar de as mesmas não carecerem da respiração
que exige sua vida a partir da existência do oxigênio.
Sua aparição é um mistério para a Ciência.
Também não existe nada que possa afirmar que os plânctons
sejam advindos da transformação das moneras sob ação
de agentes externos porque suas respectivas características
não explicam qualquer correlação.
É, pois, de se supor que sua existência terrena não
seja a origem dos seres do reino vegetal, mas, uma necessidade para
criar em nosso orbe, a vida biológica, já que as bactérias
têm uma profunda correlação na vida do protozoário.
Da minha parte, quero dizer que entendi muito pouco, mas o suficiente
para admitir que, de fato, estas tais cianofíceas tenham existido
nos primórdios da formação biológica como
uma necessidade para que os fitozoários tivessem vida.
O que eu entendi, como leigo em Biologia, é que, da mesma forma
que nossos organismos humanos necessitam das células (Citologia)
orgânicas para se formarem, também, as vidas biológicas
primitivas tenham tido necessidade das tais bactérias elementares
para sua formação.
Se disse alguma tolice, os biólogos que me perdoem, porque
não é minha área de conhecimento.
Juntando, agora, a tese dos frameworkers, ou seja, dos tais agentes
estruturadores que tenham, provavelmente, agido sobre a substância
mineral carbônica para transformá-la em vida biológica
(plânctons), a fim de poderem estruturar os primeiros seres
vivos (biológicos - fito e zôo), tiveram, inicialmente,
que possuir tais elementos celulares primitivos sem os quais não
poderiam estruturar as primeiras formas biológicas.
Lembremo-nos de que, para nós, espíritas, os frameworkers,
na verdade, nada mais seriam do que agentes espirituais primitivos
capazes de estruturar este tipo de formação inicial,
tal como a alma é a responsável pela estruturação
do feto humano.