O que falta ao Criacionismo
é evolver, porque o Evolucionismo já foi criado.
Sem dúvida, uma das causas
que tem provocado disputa acirrada entre os religiosos e os cientistas
é a existência das coisas, ou seja, do Universo em si.
Como cada religião tem seu
Deus próprio, ou seus deuses, para os politeístas, evidentemente,
sendo Ele (ou eles) o responsável pela Criação
de tudo, o único problema é fazer com que a ideia desta
Criação seja a mesma para todos. Aí começa,
portanto, o grande impasse de se aceitar qualquer tese criacionista,
já que depende da crença de cada um e não da
análise nem do estudo, muito menos da pesquisa dos acontecimentos
e das coisas.
E o pior de tudo é o fanatismo.
Estávamos no Planetário
de Washington DC e tínhamos acabado de assistir à exibição
dos últimos documentários recebidos pelas sondas espaciais
e telescópios orbitais, mostrando como o Universo evolveu através
dos tempos e configurando a Terra como um dos mais simples e recentes
planetas de todos os sistemas, orbitando num sistema solar da Via
Láctea que, em si, já é uma das mais novas nebulosas.
Evidentemente, por si só, aquela
apresentação destruía inteiramente qualquer possibilidade
de se aceitar, ao menos, a Criação bíblica pregada
pelos cristãos e pelos demais evangélicos. E não
apenas os cristãos como ainda os islâmicos que assistiram
conosco aquela apresentação – e que acabamos testemunhando
o que diziam abertamente, em altos brados, para que todos soubessem
– a opinião unânime deles era de que tínhamos
assistido a um espetáculo de ficção.
Ciência experimental é
ficção: crença dogmática é comprovação
(da palavra de Deus) que não pode ser discutida. Dessarte,
o Criacionismo peca por base: não tem nenhuma comprovação
do que afirma senão o dogma da Criação; em contrapartida,
as simples observações paleontológicas mostram
que o homem não surgiu na Terra da forma atual por que se apresenta:
mostra, inicialmente, uma aparência simiesca e sua transformação
através do tempo até chegar à condição
atual. Seu transformismo está severamente comprovado e documentado.
Um outro aspecto de suma importância
contra o Criacionismo é a existência de quatro tipos
inteiramente distintos de raça humana, além das sub-raças,
sem falar nos “Twaregs” ou homens azuis do deserto, que,
segundo alguns biólogos podem ser considerados de um quinto
tipo.
Pois, assim, como se levar em conta
que Deus tenha criado o homem à sua imagem e semelhança?
Primeiramente, de que raça seria Deus? Ou só uma das
raças foi por ele criada “à sua imagem e semelhança?”
O que seria por demais constrangedor considerar qualquer uma delas
com este privilégio, afinal, independente de raça, tipo
ou origem, a criatura humana é uma só na sua formação
étnica: alguns cheios de defeitos e outros com virtudes destacadas.
E esses defeitos humanos? Seriam à imagem e semelhança
dos defeitos do Criador? Sim: se os temos, eles provêm da semelhança
divina, pela lógica criacionista. Neste caso, Deus não
pode ser considerado perfeito nem infalível.
Em contraposição, o
que a Ciência nos mostra é que cada raça teve
sua origem em decorrência geográfica da região
em que surgira, a fim de que a criatura, em si, pudesse se adaptar
melhor ao clima e à vida local.
Pior, ainda, é considerarmos
que Deus teria criado Lúcifer, um personagem fictício
que houvera se rebelado contra Ele e tentado os homens – causa
apresentada para justificar as imperfeições humanas
– que acabaram caindo em suas malha. Enfim, dois graves erros
do Criador: homens à sua imagem que teriam preferido seguir
Satã ou Lúcifer outra criatura mal formada ou mal criada
e que teria se rebelado contra seu próprio Criador que não
o soube elaborar, apenas, com dotes de perfeição.
Enfim, absurdo sobre absurdo, qualquer
explicação neste sentido porque se Deus é único
e devido criador de tudo, também o teria sido do mal, salvo
se admitirmos que Ele não seja o dito cujo exclusivo criador.
Então, há, além d’Ele, outro Ser onipotente
que o enfrentou e, em alguns pontos, teria, até, levado a melhor,
como se diz vulgarmente.
Outro tópico estranho: o homem
foi feito de barro, só que o barro em si não contém
carbono e nós somos o maior exemplo orgânico da sua existência.
Pelo menos, os estudos biológicos são mais lógicos,
afinal, as primeiras vidas orgânicas conhecidas teriam surgido
da aglutinação de células carbônicas contidas
nas águas e que teriam dado origem aos plânctons primitivos.
Estes estudos foram fundamentais para
a base do evolucionismo, pois, a partir dos mesmos, eles se transformaram
nas algas que foram se desenvolvendo para emergirem e saírem
das águas, com o que geraram os vegetais primitivos fora do
meio líquido. Deles surgiu, comprovadamente, o “fitozoo”,
fundamento e divisor das vidas vegetais e animais.
Faltava explicar como tal transformação
poderia se efetuar; embora os biólogos ainda não tenham
se adentrado pela Física e tomado conhecimento das descobertas
que possam explicar as devidas transformações das espécies,
a verdade é que, a pesquisa de Gell Mann (1975) à frente
do acelerador de partículas da Stanford University (EUA), quando
descobriu a existência dos quarks, levou-o a concluir que nenhuma
partícula material, por mais ínfima e insignificante
que seja, teriam surgido do nada. E mais, que sua existência,
forçosamente, é comandada por um agente externo atuante
que age sobre a energia amorfa do Universo para dar-lhe forma, porque
esta energia dita universal, por si só, jamais seria capaz
de se transformar em nada.
Nasceu, assim, a ideia do agente
estruturador da partícula que houvera sido sugerido por Heisenberg,
quando enunciou o seu “Princípio da Incerteza”
dizendo que as partículas que não obedeciam a seu comando,
agiam como “ovelhas desgarradas” com vontade
própria. Ora, ter vontade própria é ter comando
de um agente, agente este que, atualmente, é conhecido como
“frameworker”. A conclusão óbvia
é que, se existe um agente capaz de atuar sobre a energia amorfa
do Universo e dar-lhe forma de partícula material elementar,
porque não admitir que também exista o agente estruturador
capaz de agir nas cadeias carbônicas e dar-lhe estrutura biológica,
formando os primeiros seres orgânicos?
Estes estudos científicos
são todos comprovados por pesquisas e detectados por aparelhos
– LEPs ou aceleradores de partícula – que não
se deixam influenciar pela ideia do homem; já a ideia do Deus
criador é puro dogma concebido sem qualquer base de pesquisa
ou de comprovação. É crer porque a religião
impõe. Ou está na Bíblia – para os cristãos
– cuja origem divina jamais foi comprovada.
E o mais grave é que, a cada
passo, as novas descobertas, cada vez mais mostram e evidenciam os
graves erros impostos pelos livros sagrados das diversas religiões
que impõem o Criacionismo como dogma estabelecido a fim de
glorificar o Criador cuja origem ninguém sabe de onde provém.
Além disso, de onde teria o Criador tirado toda matéria
para compor o nosso mundo, sem falar nos corpos celestiais do Universo?
Afirmar que Ele próprio teria criado a mesma – que atualmente
já está provado que se trata de pura energia condensada
– é admitir que o faça do nada, o que também
contraria a hipótese religiosa do “nada”, ou seja,
que o dito “nada” não existe.
Assim, Deus, teria feito nosso mundo
do nada!
É uma contradição
em cima da outra.
O mais grave de tudo é que
o Criacionismo não condiz com as novas descobertas da Física
a respeito da matéria que é tridimensional, enquanto
que a energia é quadridimensional.
Cabe lembrar que a comprovação
da existência de outra dimensão para a energia está
no fato de que, por aparelhos conhecidos como TEE (Tensor Espacial
Energético) ou TEEM (Tensor Espacial Electro-Magnético),
ao se tentar comprimir qualquer forma de energia nas três dimensões
que a bloqueariam, ela – que não é compressível
por não ter vazios – flui sem se deixar encolher, ou
seja, ela escapa – o que só pode acontecer por uma dimensão
além das nossas três vividas – como as massas que
apertamos com nossas mãos, através dos espaços
entre os dedos.
No Criacionismo, tudo seria tridimensional.
Sem falar que o Deus criador é inteiramente incompatível
com o Universo e seus mistérios, sendo exclusivo do conceito
de vida terrena, restrito a ela, a tal ponto que, fez dela o centro
do Universo e que proporcionou a Ptolomeu elaborar a “Teoria
do Geocentrismo”.
Quando Copérnico provou que
Ptolomeu estava errado, toda a base do Criacionismo ruiu, só
que a Igreja, em vez de admitir que estivesse errada, resolveu condenar
o astrofísico pela descoberta do heliocentrismo e que só
não foi cremado na pira santa porque morreu antes da sua condenação.
Assim agem os dogmáticos: condenam
aqueles que mostram seus erros.
E quando um texto bíblico contradiz
as teses de seus seguidores, imediatamente aparece a tal “hermenêutica”
ou interpretação facciosa do que foi escrito para transformar
seu sentido no que convenha aos seus dogmas.
Enfim, culpar Deus de todos
os nossos defeitos pode ser muito cômodo, mas, imaginá-Lo
um ser antropomórfico, compatível exclusivamente com
a vida terrena, é restringi-lo à existência do
nosso planeta, unicamente preocupado com a vida humana, negando o
resto do universo; é algo tão absurdo quanto supor que
as estrelas girem em torno do nosso orbe.
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