Evidentemente, não é
a principal preocupação dos astrofísicos provarem
ou negarem a existência de Deus, mas, evidentemente, pesquisando
os recônditos do Universo, faz parte do trabalho verificar se,
de fato, existe, neste imenso espaço cósmico algum lugar
que possa caracterizar o destino das almas segundo as religiões
e, infelizmente, até a atualidade, nada descobriram a favor
ou contra a existência de tais tugúrios.
Quando Copérnico afirmou que a Terra girava em torno do Sol,
toda a Gênese bíblica se ruiu, pois como se sabe, Ptolomeu
foi o pseudo-astrônomo que se baseou nela para escrever seu
projeto, o geocentrismo. Era a afirmação da Gênese,
sem qualquer outra base senão a palavra do seu autor. Portanto,
Copérnico, ao negar tal afirmativa, baseou-se nas observações
siderais para provar a verdade sobre o sistema solar e daí
em diante, tudo o que se refere ao espaço sideral passou a
não ter mais nenhum valor relativo à Gênese bíblica.
Começando, pois, da estaca zero, pode-se dizer que a revolução
do conhecimento relativo ao Universo teve início com Edwin
Powell Hubble (1889 – 1953), astrônomo norte-americano,
quando, em 1929 detectou os primeiros indícios da expansão
universal estudando o efeito Doppler-Fiseau atribuído por ele
às estrelas da nebulosa de Andrômeda (M-31), determinando
a curvatura do Universo pelo afastamento das nebulosas em si e confirmando
a equação de Pierre de Fermat (1631) mostrando que a
menor distância (no caso, a sideral) era uma catenária.
Sem dúvida, muito da teoria da relatividade restrita de Einstein
estava também comprovada pela observação astronômica.
Deve-se ainda a este astrônomo a primeira teoria relativa ao
Universo considerando-o pulsante a anisotrópico, ou seja, um
Universo que se expande e se encolhe (pulsante) e que não é
como o pêndulo que volta pelo mesmo caminho (isotrópico)
porque, na retração, a implosão do sistema não
obedece ao ciclo inverso da progressão na expansão,
que, no caso, faz com que o sistema evolva. Na retração,
ele não regride e, ao tornar a um novo ciclo de existência,
este Universo continua sua linha evolutiva.
Seria um processo reencarnatório,
em síntese, que os cristãos não aceitam, porque
contraria a lei divina da Bíblia, para a qual a criatura vai
a um julgamento perante Deus.
Mas aí está a grande diferença: ante este Universo
pulsante, a figura do Deus religioso não tem procedência.
Evidentemente, esse Deus antropomórfico, religioso, não
tem a mínima condição de comandar o Universo
em seus diversos ciclos evolutivos. Inda mais levando-se em conta
que o religioso teria feito o mundo como centro de tudo e se preocupado
exclusivamente com a criatura humana, sua “obra prima da criação”
e tudo prova que a Terra é um planeta inferior e muito atrasado,
existindo civilizações superiores à da Terra
fora do nosso orbe.
As evidências dessas civilizações alienígenas
ficaram comprovadas quando um oficial americano veio a público
declarar que ele fora encarregado de analisar a tecnologia de uma
nave que caíra no México – é documentário
de TV – e, com a tecnologia dos aludidos óvnis ele conseguiu
fazer com que os foguetes da NASA pudessem levar ao espaço
os primeiros astronautas, inclusive os que visitaram a Lua.
Mais recentemente, os próprios russos declararam que, ante
a sinceridade dos americanos – e está num documentário
que alguns canais de TV por assinatura têm transmitido –
eles eram compelidos a esclarecer que, também tiveram a oportunidade
de estudar a tecnologia de um óvni derrubado por um Mig –
avião russo – que se assemelhava a um charuto de grande
porte e que continha seres alienígenas a bordo que foram levados
pela KGB (motivo por que não sabiam seu destino) e cuja tecnologia
foi sua base para construírem a aeronave espacial que permitiu
a Yuri Gagarim sair da atmosfera terrena e dar diversas voltas em
torno do nosso planeta antes que a equipe da NASA obtivesse algo neste
sentido.
O canal de TV History Chanel já passou, por diversas vezes,
este documentário provando que temos subsídios suficientes
para admitir que haja vida além da Terra – negada pelos
evangélicos e outros religiosos – e que é superior
à nossa em conhecimento.
Portanto, o Deus antropomórfico só pode existir para
a nossa imaginação de terráqueos cujo conhecimento
sobre o Universo ainda é muito restrito a observações
telescópicas de aparelhos imprecisos, por melhores que sejam,
para detectar tudo o que se possa saber a respeito do que exista em
nosso espaço sideral.
Hoje em dia, admitir que só haja vida na Terra é um
absurdo que apenas os fanáticos religiosos são capazes
de afirmar. E mais ainda: que sejamos a criação mais
perfeita do Universo, porque, sem dúvida, se o fôssemos,
não precisaríamos estudar as naves espaciais alienígenas
para nos mostrar como navegar fora da atmosfera. Além disso,
nosso domínio sobre o que se expande no espaço sideral
não seria tão medíocre, a ponto de se ter, a
cada instante, uma nova descoberta para desmentir, principalmente,
a teoria do “Criacionismo”.
Hoje em dia se tem como certo de que
o Universo se expande e se retrai em ciclos sucessivos e que, para
tal, haja um comando cujo poder e ação jamais se restringiria
a um Ente religioso que se configurasse com a criatura humana (antropomórfico),
pelo nosso ínfimo adiantamento cultural. Caso contrário,
se, de fato, tivéssemos a semelhança do Criador, este
dito cujo não teria a mínima condição
de governar o sistema anisotrópico de existência cósmica.
Portanto, a formação do Universo jamais
(e cabe o destaque) poderia se restringir às concepções
religiosas de um Deus pseudo-onipotente cuja imagem e semelhança
fosse a da criatura humana
Os ciclos de existência do nosso
Universo ainda não puderam ser detectados, por diversos motivos:
primeiramente porque nossa técnica e nossa aparelhagem óptica
sequer é capaz de determinar o começo do aludido “Big-bang”
que originou a formação do nosso ciclo atual, quanto
mais caracterizar os seus anteriores!
Mas, a suposição é a de que cada astro tenha
tido seu representante no ciclo anterior e, dessa maneira, a Terra
também seria um planeta habitado por seres correlatos com os
atuais. Ao ser reestruturada no atual ciclo, ela, evidentemente, deve
ter tido um período evolutivo compatível com seu progresso
anterior e, com isso, suas etapas existenciais teriam sido exatamente,
conforme a Paleontologia registra, de uma lenta transformação
de planeta atrasado para atingir a atual fase de progresso. Nos primórdios
de sua formação, evidentemente, só os seres biológicos
primitivos puderam habitar a Terra, mas, sob ação dos
já citados frameworkers com sua influência nos
ciclos de transformação da vida, seres gradativamente
superiores foram se sucedendo e, para tal, usando os ditos biologicamente
inferiores para transformá-los em uma nova espécie imediatamente
acima dela.
A evolução da espécie
é um fato comprovado: cada ser biológico é a
transformação do ser imediatamente inferior sem destruí-lo,
sob ação dos prováveis “agentes estruturadores”
previstos por Gell Mann para as partículas, só que em
escala não mais atômica, porém biológica.
A contraposição alegada pelos criacionistas é
a de que a espécie imediatamente inferior continua existindo
e não se transformou, em sua totalidade, na imediatamente superior,
como se este fato desmentisse a evolução existente.
Uma coisa não invalidada a outra: os agentes gradativamente
superiores, para formarem a vida biológica correspondente não
precisam fazer com que a vida abaixo deles se extingua para que possam
existir.
A pá de cal no criacionismo foi dada quando a equipe de Palomar
descobriu a quinta força do Universo – peso sem massa
– estudando a formação de planetas em torno da
estrela Alfa Centauro. Na época (1988), a mídia deu
a notícia, evidentemente, restringindo-se às descobertas
astrofísicas sem qualquer outra análise. Em linguagem
simples para leigos, pode-se dizer que existe atuando no cosmo uma
quinta força estranha que é capaz de agregar a poeira
cósmica, formando planetas, o que elimina a idéia de
que estes possam ter sido bolas de fogo desprendidas de estrelas,
que se esfriaram.
No caso, as bolas esfriariam do centro para a periferia e não
da crosta para dentro. O fogo interno é devido justamente às
pressões externas. Desta forma, o planeta criado começa
a sofrer as transformações naturais para se apresentar
com novas estruturas, inclusive de vida, tudo sob ação
externa que leva os seres inferiores a se transformarem gradativamente
em espécies imediatamente superiores. É o evolucionismo
comprovado.
Então surge o sacerdote religioso e afirma que esta força
é divina e que seria “a vontade de Deus” só
que ela é inteiramente incompatível com o aludido Deus
das religiões. Jamais um Ente espiritual à imagem dos
homens poderia ter tal poder de ação que seria restrita
à formação terráquea e nunca estelar.
A seqüência de descobertas nos deu a conhecer a energia
escura e a massa ou matéria escura, cujas radiações
deram origem a seus respectivos nomes, mostrando que nada foi ou possa
ter sido feito do barro, principalmente a vida biológica, afinal,
este não contém carbono e não há possibilidade
de se transformar nesta substância química. Outra assertiva
contrária ao criacionismo, para o qual Deus teria feito o homem
do barro.
Sten Odenwald, no seu estudo “A
Teoria do Nada” nos diz que o Universo é constituído
de 27% de energia e 73% de nada e compara o espaço cósmico
a uma tina de espuma de sabão, onde as bolhas fazem com que,
aparentemente, a tina esteja lotada, mas, na verdade, se estas se
estourarem, o que vai restar será uma camada de emulsão
de sabão no seu fundo.
No caso da tina, os espaços vazios em seu interior estão
cheios de ar. E no espaço cósmico? O que enche este
espaço? Já houve quem arriscasse supor que este local
que preenche nosso espaço sideral seria a “Espiritualidade”
mas, resta ainda imaginar que é uma afirmação
hipotética porque nossa aparelhagem ainda não tem condições
de detectar a existência da “vida espiritual” e,
em decorrência, em que seja contida. Portanto, este espaço
pode ser ou não o local onde os ditos desencarnados possam
se encontrar e conviver simultaneamente com a matéria, o que
justificaria a existência da alma encarnada: ela preencheria
este espaço do corpo somático dando-lhe vida.
A inconsistência religiosa não permite ao crente ver
a verdade relativa às descobertas atuais, porque, para eles,
os textos que seguem são sagrados, embora sem qualquer prova
ou evidência de suas origens. É dogma: dogma não
se discute; crê porque crê.
Não se pode, portanto, dialogar com o fanático porque,
para ele, seria Satanás que comanda tal “heresia”,
outro Ente religioso que nunca foi comprovado. Mas, resolve o problema
deles.
Um outro grande problema é que Deus teria feito tudo fixo e
estaria contido nele como se fosse um Ente espiritual semelhante ao
homem, mas o homem nasceria do sopro divino no momento do parto, coisa
absurda porque Deus teria que estar assoprando os ventres maternos
a todo tempo, em decorrência dos nascimentos em diversos países
do planeta e, com isto, não teria mais tempo para nada.
As discrepâncias religiosas a respeito de Deus são tantas
que só os fanáticos poderiam aceitá-las e combater
o raciocínio.
E tudo vai mais além: apenas a Terra tem características
humanas; o restante do Universo mostra que, cada astro, cada nebulosa,
enfim, cada sistema sideral tem características totalmente
incompatíveis com uma configuração terrena e
que, como tal, o Grande Agente capaz de comandar tudo isso jamais
poderia ser alguém exclusivamente preocupado com a humanidade.
E tudo se complica quando os mais
avançados estudos cosmológicos nos falam dos “buracos
de minhoca” (worm holes) que permitem a passagem de
pontos do Universo distantes para outros encurtando distâncias,
o que explicaria os possíveis deslocamentos siderais de pontos
distantes anos luz por frações de tempo, sem necessidade
de romper as leis da velocidade da dita luz. Algo tão transcendental
que até Deus duvida!
Assim, cabe indagar: se a finalidade de Deus era, apenas, criar a
criatura humana à sua imagem e semelhança, por que teria
feito um Universo tão complicado e intrínseco, se, para
tal, bastaria a existência da Terra onde nela sua criação
iria habitar?
Agora, as perguntas finais: onde estaria o Deus religioso neste contexto?
Externamente ao Universo? Então, como poderia atuar dentro
dele? Se, dentro dele, como ainda não foi sequer rastreado?
Afinal, Ele pôde, até, conversar com Moisés! Ou
não teria sido Deus?
O Universo é algo perfeito e exato; sem dúvida, comandado
por um Agente superior a qualquer concepção humana e
cuja “inteligência” está acima de nossa compreensão.
Daí, todavia, julgar que tal Agente seja qualquer Deus religioso,
cheio de qualidades e sentimentos humanos – na verdade, defeitos,
para um Ente Superior –, vai larga distância! Mas, qual
deles? Já que cada religião tem seu próprio Ser
divino. Afinal, o homem é uma insignificância de vida
perdida num ínfimo planeta de um sistema solar dos menores,
perdido dentro da Via Láctea, uma das menos importantes galáxias
do Universo.
E os deuses religiosos – afinal, cada religião tem o
seu próprio – são inteiramente incompatíveis
com o Universo.
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