Carlos de Brito Imbassahy

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Carlos de Brito Imbassahy
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O verdadeiro Deus é o mesmo para tudo e para todos.
Shan Gris Lah

 

Evidentemente, não é a principal preocupação dos astrofísicos provarem ou negarem a existência de Deus, mas, evidentemente, pesquisando os recônditos do Universo, faz parte do trabalho verificar se, de fato, existe, neste imenso espaço cósmico algum lugar que possa caracterizar o destino das almas segundo as religiões e, infelizmente, até a atualidade, nada descobriram a favor ou contra a existência de tais tugúrios.

Quando Copérnico afirmou que a Terra girava em torno do Sol, toda a Gênese bíblica se ruiu, pois como se sabe, Ptolomeu foi o pseudo-astrônomo que se baseou nela para escrever seu projeto, o geocentrismo. Era a afirmação da Gênese, sem qualquer outra base senão a palavra do seu autor. Portanto, Copérnico, ao negar tal afirmativa, baseou-se nas observações siderais para provar a verdade sobre o sistema solar e daí em diante, tudo o que se refere ao espaço sideral passou a não ter mais nenhum valor relativo à Gênese bíblica.

Começando, pois, da estaca zero, pode-se dizer que a revolução do conhecimento relativo ao Universo teve início com Edwin Powell Hubble (1889 – 1953), astrônomo norte-americano, quando, em 1929 detectou os primeiros indícios da expansão universal estudando o efeito Doppler-Fiseau atribuído por ele às estrelas da nebulosa de Andrômeda (M-31), determinando a curvatura do Universo pelo afastamento das nebulosas em si e confirmando a equação de Pierre de Fermat (1631) mostrando que a menor distância (no caso, a sideral) era uma catenária.

Sem dúvida, muito da teoria da relatividade restrita de Einstein estava também comprovada pela observação astronômica.

Deve-se ainda a este astrônomo a primeira teoria relativa ao Universo considerando-o pulsante a anisotrópico, ou seja, um Universo que se expande e se encolhe (pulsante) e que não é como o pêndulo que volta pelo mesmo caminho (isotrópico) porque, na retração, a implosão do sistema não obedece ao ciclo inverso da progressão na expansão, que, no caso, faz com que o sistema evolva. Na retração, ele não regride e, ao tornar a um novo ciclo de existência, este Universo continua sua linha evolutiva.

Seria um processo reencarnatório, em síntese, que os cristãos não aceitam, porque contraria a lei divina da Bíblia, para a qual a criatura vai a um julgamento perante Deus.

Mas aí está a grande diferença: ante este Universo pulsante, a figura do Deus religioso não tem procedência.

Evidentemente, esse Deus antropomórfico, religioso, não tem a mínima condição de comandar o Universo em seus diversos ciclos evolutivos. Inda mais levando-se em conta que o religioso teria feito o mundo como centro de tudo e se preocupado exclusivamente com a criatura humana, sua “obra prima da criação” e tudo prova que a Terra é um planeta inferior e muito atrasado, existindo civilizações superiores à da Terra fora do nosso orbe.

As evidências dessas civilizações alienígenas ficaram comprovadas quando um oficial americano veio a público declarar que ele fora encarregado de analisar a tecnologia de uma nave que caíra no México – é documentário de TV – e, com a tecnologia dos aludidos óvnis ele conseguiu fazer com que os foguetes da NASA pudessem levar ao espaço os primeiros astronautas, inclusive os que visitaram a Lua.

Mais recentemente, os próprios russos declararam que, ante a sinceridade dos americanos – e está num documentário que alguns canais de TV por assinatura têm transmitido – eles eram compelidos a esclarecer que, também tiveram a oportunidade de estudar a tecnologia de um óvni derrubado por um Mig – avião russo – que se assemelhava a um charuto de grande porte e que continha seres alienígenas a bordo que foram levados pela KGB (motivo por que não sabiam seu destino) e cuja tecnologia foi sua base para construírem a aeronave espacial que permitiu a Yuri Gagarim sair da atmosfera terrena e dar diversas voltas em torno do nosso planeta antes que a equipe da NASA obtivesse algo neste sentido.

O canal de TV History Chanel já passou, por diversas vezes, este documentário provando que temos subsídios suficientes para admitir que haja vida além da Terra – negada pelos evangélicos e outros religiosos – e que é superior à nossa em conhecimento.

Portanto, o Deus antropomórfico só pode existir para a nossa imaginação de terráqueos cujo conhecimento sobre o Universo ainda é muito restrito a observações telescópicas de aparelhos imprecisos, por melhores que sejam, para detectar tudo o que se possa saber a respeito do que exista em nosso espaço sideral.

Hoje em dia, admitir que só haja vida na Terra é um absurdo que apenas os fanáticos religiosos são capazes de afirmar. E mais ainda: que sejamos a criação mais perfeita do Universo, porque, sem dúvida, se o fôssemos, não precisaríamos estudar as naves espaciais alienígenas para nos mostrar como navegar fora da atmosfera. Além disso, nosso domínio sobre o que se expande no espaço sideral não seria tão medíocre, a ponto de se ter, a cada instante, uma nova descoberta para desmentir, principalmente, a teoria do “Criacionismo”.

Hoje em dia se tem como certo de que o Universo se expande e se retrai em ciclos sucessivos e que, para tal, haja um comando cujo poder e ação jamais se restringiria a um Ente religioso que se configurasse com a criatura humana (antropomórfico), pelo nosso ínfimo adiantamento cultural. Caso contrário, se, de fato, tivéssemos a semelhança do Criador, este dito cujo não teria a mínima condição de governar o sistema anisotrópico de existência cósmica.

Portanto, a formação do Universo jamais (e cabe o destaque) poderia se restringir às concepções religiosas de um Deus pseudo-onipotente cuja imagem e semelhança fosse a da criatura humana

Os ciclos de existência do nosso Universo ainda não puderam ser detectados, por diversos motivos: primeiramente porque nossa técnica e nossa aparelhagem óptica sequer é capaz de determinar o começo do aludido “Big-bang” que originou a formação do nosso ciclo atual, quanto mais caracterizar os seus anteriores!

Mas, a suposição é a de que cada astro tenha tido seu representante no ciclo anterior e, dessa maneira, a Terra também seria um planeta habitado por seres correlatos com os atuais. Ao ser reestruturada no atual ciclo, ela, evidentemente, deve ter tido um período evolutivo compatível com seu progresso anterior e, com isso, suas etapas existenciais teriam sido exatamente, conforme a Paleontologia registra, de uma lenta transformação de planeta atrasado para atingir a atual fase de progresso. Nos primórdios de sua formação, evidentemente, só os seres biológicos primitivos puderam habitar a Terra, mas, sob ação dos já citados frameworkers com sua influência nos ciclos de transformação da vida, seres gradativamente superiores foram se sucedendo e, para tal, usando os ditos biologicamente inferiores para transformá-los em uma nova espécie imediatamente acima dela.

A evolução da espécie é um fato comprovado: cada ser biológico é a transformação do ser imediatamente inferior sem destruí-lo, sob ação dos prováveis “agentes estruturadores” previstos por Gell Mann para as partículas, só que em escala não mais atômica, porém biológica.

A contraposição alegada pelos criacionistas é a de que a espécie imediatamente inferior continua existindo e não se transformou, em sua totalidade, na imediatamente superior, como se este fato desmentisse a evolução existente.

Uma coisa não invalidada a outra: os agentes gradativamente superiores, para formarem a vida biológica correspondente não precisam fazer com que a vida abaixo deles se extingua para que possam existir.

A pá de cal no criacionismo foi dada quando a equipe de Palomar descobriu a quinta força do Universo – peso sem massa – estudando a formação de planetas em torno da estrela Alfa Centauro. Na época (1988), a mídia deu a notícia, evidentemente, restringindo-se às descobertas astrofísicas sem qualquer outra análise. Em linguagem simples para leigos, pode-se dizer que existe atuando no cosmo uma quinta força estranha que é capaz de agregar a poeira cósmica, formando planetas, o que elimina a idéia de que estes possam ter sido bolas de fogo desprendidas de estrelas, que se esfriaram.

No caso, as bolas esfriariam do centro para a periferia e não da crosta para dentro. O fogo interno é devido justamente às pressões externas. Desta forma, o planeta criado começa a sofrer as transformações naturais para se apresentar com novas estruturas, inclusive de vida, tudo sob ação externa que leva os seres inferiores a se transformarem gradativamente em espécies imediatamente superiores. É o evolucionismo comprovado.

Então surge o sacerdote religioso e afirma que esta força é divina e que seria “a vontade de Deus” só que ela é inteiramente incompatível com o aludido Deus das religiões. Jamais um Ente espiritual à imagem dos homens poderia ter tal poder de ação que seria restrita à formação terráquea e nunca estelar.

A seqüência de descobertas nos deu a conhecer a energia escura e a massa ou matéria escura, cujas radiações deram origem a seus respectivos nomes, mostrando que nada foi ou possa ter sido feito do barro, principalmente a vida biológica, afinal, este não contém carbono e não há possibilidade de se transformar nesta substância química. Outra assertiva contrária ao criacionismo, para o qual Deus teria feito o homem do barro.

Sten Odenwald, no seu estudo “A Teoria do Nada” nos diz que o Universo é constituído de 27% de energia e 73% de nada e compara o espaço cósmico a uma tina de espuma de sabão, onde as bolhas fazem com que, aparentemente, a tina esteja lotada, mas, na verdade, se estas se estourarem, o que vai restar será uma camada de emulsão de sabão no seu fundo.

No caso da tina, os espaços vazios em seu interior estão cheios de ar. E no espaço cósmico? O que enche este espaço? Já houve quem arriscasse supor que este local que preenche nosso espaço sideral seria a “Espiritualidade” mas, resta ainda imaginar que é uma afirmação hipotética porque nossa aparelhagem ainda não tem condições de detectar a existência da “vida espiritual” e, em decorrência, em que seja contida. Portanto, este espaço pode ser ou não o local onde os ditos desencarnados possam se encontrar e conviver simultaneamente com a matéria, o que justificaria a existência da alma encarnada: ela preencheria este espaço do corpo somático dando-lhe vida.

A inconsistência religiosa não permite ao crente ver a verdade relativa às descobertas atuais, porque, para eles, os textos que seguem são sagrados, embora sem qualquer prova ou evidência de suas origens. É dogma: dogma não se discute; crê porque crê.

Não se pode, portanto, dialogar com o fanático porque, para ele, seria Satanás que comanda tal “heresia”, outro Ente religioso que nunca foi comprovado. Mas, resolve o problema deles.

Um outro grande problema é que Deus teria feito tudo fixo e estaria contido nele como se fosse um Ente espiritual semelhante ao homem, mas o homem nasceria do sopro divino no momento do parto, coisa absurda porque Deus teria que estar assoprando os ventres maternos a todo tempo, em decorrência dos nascimentos em diversos países do planeta e, com isto, não teria mais tempo para nada.

As discrepâncias religiosas a respeito de Deus são tantas que só os fanáticos poderiam aceitá-las e combater o raciocínio.

E tudo vai mais além: apenas a Terra tem características humanas; o restante do Universo mostra que, cada astro, cada nebulosa, enfim, cada sistema sideral tem características totalmente incompatíveis com uma configuração terrena e que, como tal, o Grande Agente capaz de comandar tudo isso jamais poderia ser alguém exclusivamente preocupado com a humanidade.

E tudo se complica quando os mais avançados estudos cosmológicos nos falam dos “buracos de minhoca” (worm holes) que permitem a passagem de pontos do Universo distantes para outros encurtando distâncias, o que explicaria os possíveis deslocamentos siderais de pontos distantes anos luz por frações de tempo, sem necessidade de romper as leis da velocidade da dita luz. Algo tão transcendental que até Deus duvida!

Assim, cabe indagar: se a finalidade de Deus era, apenas, criar a criatura humana à sua imagem e semelhança, por que teria feito um Universo tão complicado e intrínseco, se, para tal, bastaria a existência da Terra onde nela sua criação iria habitar?

Agora, as perguntas finais: onde estaria o Deus religioso neste contexto? Externamente ao Universo? Então, como poderia atuar dentro dele? Se, dentro dele, como ainda não foi sequer rastreado? Afinal, Ele pôde, até, conversar com Moisés! Ou não teria sido Deus?

O Universo é algo perfeito e exato; sem dúvida, comandado por um Agente superior a qualquer concepção humana e cuja “inteligência” está acima de nossa compreensão. Daí, todavia, julgar que tal Agente seja qualquer Deus religioso, cheio de qualidades e sentimentos humanos – na verdade, defeitos, para um Ente Superior –, vai larga distância! Mas, qual deles? Já que cada religião tem seu próprio Ser divino. Afinal, o homem é uma insignificância de vida perdida num ínfimo planeta de um sistema solar dos menores, perdido dentro da Via Láctea, uma das menos importantes galáxias do Universo.

E os deuses religiosos – afinal, cada religião tem o seu próprio – são inteiramente incompatíveis com o Universo.

* * *


 

Fonte: http://aeradoespirito.sites.uol.com.br/

 

 

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