Geraldo José de Paiva

>     O Estado e a educação religiosa: observações a partir da psicologia

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Geraldo José de Paiva
>     O Estado e a educação religiosa: observações a partir da psicologia

 

 

RESUMO

O tema da educação religiosa oferecida pelo Estado é tratado do ponto de vista das condições psicológicas adequadas a sua eficiente ministração, a saber, estabelecimento de relações interpessoais no pequeno grupo, nitidez na apresentação das informações e inserção num grupo de referência mais abrangente. Como base filosófica, necessária ao ponto de vista psicológico, é apresentada a visão de Habermas e Ratzinger do Estado democrático, cuja função é não só tolerar mas promover a diversidade cultural dos grupos que o compõem, sobre o pressuposto da ação comunicativa ou do diálogo.

 

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(início do texto)

A reflexão acerca do ensino religioso nas escolas públicas toca numa questão de fundo, filosófico e político, que no plano teórico se levantou a partir do amplo movimento da Aufklärung, e no plano prático se traduziu na separação entre a Igreja e o Estado ou, em outras palavras, na laicização do Estado, seqüela das revoluções do fim do século XVIII. Com a laicização, o Estado perdeu primeiro a vinculação com a Igreja, depois a vinculação com o divino, a seguir, no processo de secularização, a vinculação com o sagrado. Historicamente, contudo, houve várias re-apropriações do sagrado, derivadas do caráter absoluto que muitos atribuíram ao Estado.

Embora o ponto de vista destas considerações pretenda ser o da Psicologia, não se pode deixar de levar em conta o que foi denominado questão de fundo, pois a Psicologia é, em larga medida, uma ciência histórica.

Um ponto de partida possível para encarar essa questão de fundo é a posição de J. Habermas, expressa em algumas de suas intervenções recentes (Arens, 1993) e, em particular, no debate, de 2004, com o então Cardeal J. Ratzinger, acerca da fundamentação moral pré-política de um Estado liberal, ou democrático. Utilizaremos a tradução francesa do debate, publicada na revista Esprit (julho de 2004), porque não só o texto é compreensível, inclusive pelas anotações do tradutor Jean-Louis Schlegel (Schlegel, 2004), como seu conteúdo, contextualizado na cultura alemã contemporânea, é contraposto à esterilidade atual do conceito de laicidade na cultura francesa (Court, 2005). A implicação dessa contraposição para a cultura brasileira é óbvia, uma vez que a laicidade do Estado à francesa é invocada como princípio supremo em numerosos tópicos da vida jurídica nacional.

 

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Fonte: Psic.: Teor. e Pesq. v.22 n.1 Brasília jan./abr. 2006

PAIVA, Geraldo José de. O Estado e a educação religiosa: observações a partir da psicologia. Psic.: Teor. e Pesq., Brasília , v. 22, n. 1, p. 63-67, abr. 2006.
Disponível em <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0102-37722006000100008&lng=pt&nrm=iso>.
acessos em 06 mar. 2016. http://dx.doi.org/10.1590/S0102-37722006000100008.

 

 

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