Há diversas formas de se praticar a caridade em uma casa espírita
e algumas das mais importantes são o acompanhamento e a participação
voluntária nas atividades administrativas da instituição.
Sem colaboradores comprometidos com a boa gestão do centro
espírita, os seus trabalhos ficam prejudicados e a casa pode
deixar de funcionar. Sinteticamente, o centro espírita não
existe sem equipes administrativas e pessoas engajadas em acompanhar
a qualidade e o funcionamento das atividades.
Dependendo da complexidade da instituição, é
esperada a existência de diferentes postos e funções
de trabalho devidamente coordenados e regidos por normas e regulamentos
internos e externos. Conforme as características jurídicas
do centro espírita, o estatuto prevê a existência
de órgãos administrativos hierarquicamente definidos.
Em geral, o órgão máximo de uma instituição
é a assembleia de associados, a qual se reúne poucas
vezes por ano, ordinária e extraordinariamente, para discutir
e aprovar assuntos estratégicos e operacionais relevantes.
Essa assembleia, por exemplo, tem poder para alterar o estatuto e
a missão da casa.
Na hierarquia de poderes, muitas instituições contam
com o conselho de administração (ou deliberativo, consultivo,
cooperativo, dentre outras denominações). É o
estatuto que determina as funções e responsabilidade
desse órgão e ele costuma ser, depois da assembleia
de associados, o mais relevante na hierarquia de poderes. Os seus
membros são eleitos por um período definido e são
os responsáveis pela discussão e aprovação
de diversos assuntos estratégicos. Dentre outras responsabilidades,
o conselho acompanha e fiscaliza o trabalho da diretoria executiva,
que é outro órgão administrativo da instituição.
O conselho tem poderes para eleger e destituir todos os membros da
diretoria executiva (presidente e demais diretores).
É o estatuto que define a estrutura e as responsabilidades
da diretoria executiva, a qual se encarrega das funções
operacionais da casa e deve prestar contas aos demais órgãos.
Assim, as figuras mais importantes de um centro espírita são
os seus voluntários, com destaque àqueles que participam
dos órgãos administrativos com a responsabilidade de
zelar e fazer cumprir a missão e os objetivos institucionais.
Normalmente, para se atuar em algum órgão da administração
o colaborador já deve atuar regularmente em outras atividades
da casa, portanto, é uma tarefa que será conciliada
com as demais já existentes. Além de sólida base
doutrinária, é recomendável que esses trabalhadores
possuam experiência relacionadas à atividade gerencial
e possuam conhecimentos técnicos relacionados. A ética
e o bom senso são mais que desejados.
Espera-se que todo voluntário contribua com o fortalecimento
e o bom andamento da instituição espírita que
lhe oferece oportunidades de desenvolvimento pessoal e, portanto,
a associação é uma maneira efetiva de agir nesse
sentido. Como associado o voluntário tem responsabilidades
e direitos na instituição.
Felizmente, a maioria dos voluntários compreende a importância
da participação ativa no quadro associativo e contribui
diretamente com a casa, mas lamentavelmente, alguns ainda se servem
de frases do tipo “não quero saber de política”
ou “só venho fazer o meu trabalhinho e saio sem saber
de nada” ou, ainda, “eu trabalho para Jesus e não
para a casa” a fim de justificarem a não-associação
ou a falta de interesse em acompanhar as necessidades administrativas
do centro espírita. Cada um pratica a caridade do jeito que
pode e sabe.
Aos trabalhadores preocupados com a boa gestão da instituição
em que participam, fica o convite para se associarem, conhecerem e
acompanharem como a casa é administrada e, dentro do possível,
participar de algum órgão administrativo. Apesar dos
naturais contratempos existentes em qualquer relacionamento humano,
é uma oportunidade valiosa para o autoaprimoramento e um ato
de caridade e respeito ao próximo.