Quarta-feira, 5 de março de 2008, foi um dia de decisão
importante no Supremo Tribunal Federal (STF). Julgamento da ADI
3510, contra o artigo 5º da Lei de Biossegurança,
que permite a destruição de embriões humanos.
Células tronco podem abrir diversos caminhos. O PPS divulgou
nota apoiando o uso das células embrionárias. Dois
argumentos importantes: as doenças genéticas atingem
mais de cinco milhões de pessoas, a maioria crianças
e jovens. Dezesseis (16) mil cientistas brasileiros, membros de
50 sociedades científicas, entre as quais a Academia Brasileira
de Ciências (ABC), a Federação de Sociedades
de Biologia Experimental e a Sociedade Brasileira para o Progresso
da Ciência (SBPC), são a favor das pesquisas.
Qual o balanço entre a cura com o transplante de células-tronco
embrionárias e células-tronco adultas? Onde tem
ocorrido o maior sucesso terapêutico?
O PPS diz que é a escolha entre o avanço da ciência
e o obscurantismo. No entanto, admite a legitimidade das posições
assumidas pela Igreja Católica e pelo ex-procurador-geral
da República, que impetrou a ação direta
de inconstitucionalidade (Adin) contra a lei que autoriza o uso.
Por outro lado ressaltou o caráter laico da República
brasileira.
Nessa hora as questões são importantes e nenhuma
delas deveria ser negligenciada. Mesmo as aparentemente absurdas,
como aquela que pergunta se a alma existe e é imortal.
Há propaganda enganosa quando se fala em cura com transplante
de células embrionárias? As células-tronco
podem abrir caminho para o aborto? Por que o PPS ressalta o caráter
laico da República? Há os que não aceitam
o tríplice aspeto do Espiritismo. Outros advogam em favor
do Espiritismo laico. Será que podemos pensar em ateus
espíritas, que aceitam a reencarnação? Existem
“judeus espíritas"?
Não devemos omitir nossos pensamentos nesta hora tão
difícil quanto grave. Pensemos no primeiro artigo da lei
que regula a liberdade de manifestação do pensamento
e de informação, Lei número 5.250, fevereiro
de 1967. Diz ela que “é livre a manifestação
do pensamento e a procura, o recebimento e a difusão de
informações ou idéias, por qualquer meio,
e sem dependência de censura, respondendo cada um, nos termos
da lei, pelos abusos que cometer.”
O secretário-geral da Conferência Nacional dos Bispos
do Brasil (CNBB), disse que a campanha feita pela Igreja contra
o uso de células-tronco embrionárias tem um objetivo
maior: evitar precedentes para liberação do aborto.
"Isso poderia abrir caminho.”
"A Igreja não é insensível ao sofrimento
de tantas pessoas. Mas somos contrários às falsas
expectativas." O secretário questionou a validade
e a eficácia de tais pesquisas e afirmou que parte dos
pesquisadores manipula sentimentos dos pacientes. "Eles dão
uma falsa esperança de cura.”
A CNBB não tem uma posição clara sobre como
proceder. "Isso ainda será alvo de estudo." Mas
é contrária também ao congelamento de embriões.
http://noticias.uol.com.br/ultnot/brasil/2008/02/29/ult4469u20270.jhtm
Portadores de doenças graves, como distrofia muscular,
câncer e alzheimer fizeram um protesto em frente ao prédio
do Supremo Tribunal Federal (STF), na praça dos Três
Poderes.
http://jobagola.wordpress.com/2008/02/29/manifestantes-defendem-uso-de-celulas-tronco-embrionarias-em-pesquisas/
O Fórum de Apoio às Pessoas com Deficiência
fez abaixo-assinado para ser entregue aos ministros para a liberação
das pesquisas.
O coronel da Força Aérea Brasileira aposentado Carlos
Patto, presidente da Associação Parkinson Brasília,
diz que gostaria de perguntar aos ministros do STF o que eles
pretendem fazer com as células-tronco embrionárias
que já estão armazenadas em laboratórios
do país, mas não vão mais ser utilizadas
para fins de reprodução humana. “Mais cedo
ou mais tarde elas vão ser destruídas, e, se vão
ser destruídas, por que não utilizá-las?”
O ministro da Saúde defendeu a aprovação
de pesquisas. Para Temporão, a liberação
dos estudos colocará o Brasil “em pé de igualdade”
com os centros de pesquisas mais avançados do mundo.
http://www.agenciabrasil.gov.br/noticias/2008/02/29/materia.2008-02-29.1840671125/view
Quando questionado sobre a necessidade de mais discussões
sobre o tema disse que a população já está
bem informada, está na hora de decidir e a religião
não pode influenciar na escolha dos ministros.
Será que estamos bem informados, tanto quanto o presidente
que diz que não sabia de certas coisas que aconteciam ao
lado do seu gabinete? E você como você se sente em
relação ao tema?
Destacamos alguns trechos do “Programa O Espiritismo Responde”
com o médium Divaldo P. Franco.
Com relação às pesquisas no campo das células
tronco, dos embriões congelados, há divergências
entre a opinião da ciência e a da religião.
O que você nos diz sobre essa questão?
http://www.usepiracicaba.com.br/Conteudo/Paginas/VisDetalhes.aspx?ch_top=47&ch_use=162
“Quando for possível
fazer uma ponte entre ciência e religião, fica
muito mais fácil. A tarefa da ciência, indubitavelmente,
é pesquisar. Se a ciência tivesse limites, hoje
nós não teríamos a tecnologia de ponta
que nos facilita tanto a comunidade, inclusive o prolongamento
da vida. Mas, nessa busca da investigação científica,
às vezes alguns pesquisadores exorbitam. Toda vez, quando
a vida corre ameaça, é compreensível que
haja uma bioética. As grandes nações trabalham
isto e o Brasil também, para que se estabeleça
uma bioética. Nem tudo deve ser permitido na área
da investigação.”
"No caso das células tronco, a Doutrina Espírita,
na sua visão religiosa, é totalmente favorável.
Toda e qualquer pesquisa que objetive o progresso, a diminuição
das dores, a mudança de situação da criatura,
é válida, mas para tanto é necessário
respeitar a vida que está em processo de desenvolvimento.”
“A ciência vai descobrir que essa vida embrionária
não é de espontaneidade da matéria, mas
sim da presença do Espírito. Ao destruí-los
se interrompe uma futura existência, com menos conseqüências
negativas, porque os Espíritos que ali se encontram imantados
estão também cumprindo um período de provas
e essa própria prova é uma maneira de resgatar
débitos do passado.”
Na discussão em
a “A Política do Aborto” encontramos argumentos
e contra-argumentos: http://www.jornaldosespiritos.com/2007.3/col49.2.htm
“Sim, mas enquanto
os teóricos, como você, discutem se o feto com
duas ou com quatro semanas já é uma pessoa, a
mulher engrossa as estatísticas. As mulheres pobres vão
continuar abortando com agulha de tricô?
Responde outra:
Sempre que se quer humilhar,
castrar, limitar ou matar o outro, recorre-se a esta técnica
consagrada. O primeiro ato é desumanizar. Se o embrião
é um "vir a ser", mas não é ainda
por que não suprimi-lo em favor dos que são? Hitler
e Stálin tinham idéias, até nobres, pelas
quais se delegaram o direito, e até o dever, de matar
judeus, dissidentes, capitalistas, comunistas e católicos.
O que se quer é “desumanizar” o embrião
para adormecer as consciências com uma legitimidade. A
ciência não tem uma definição de
vida, portanto não pode justificar um procedimento tão
grave sobre o que desconhece.”
Podemos ampliar a discussão.
Depois da prova final – desencarnação, vantagem
do ministro é que ele vai dizer que não sabia. No
entanto, este argumento não vale diante do ordenamento
jurídico. Como será diante da Justiça Divina?
http://www.panoramaespirita.com.br/modules/smartsection/category.php?categoryid=19
O espírita sabe que uma nova ordem de idéias é
necessária para uma nova ética comportamental. Para
Jesus foi imprescindível deixar a noção da
imortalidade. Esta é a base da doutrina do Cristo que a
demonstrou, sob o ponto de vista prático, em inúmeras
oportunidades.
Sem o conhecimento das diversas evidências científicas
que apontam para a imortalidade da alma podemos cometer erros.
Se a alma inexiste, não tem sentido falar-se em regras
dirigentes da conduta, em escala de valores, só se desejamos
ser incoerentes.
Ciência, Filosofia e Religião são caminhos
difíceis de transitar, mas os raios solares que iluminam
o caminho da Política vão fazer transpirar todos
os nossos neurônios. Coitado do Zigoto que for pregado na
cruz da coisificação.