O nosso Espírito tem dentro
de si, em algum lugar escondido, um painel de instrumentos, da mesma
maneira que as cabines das aeronaves. Um painel com indicadores, importantes
orientadores na construção de nossa trajetória
como Espíritos encarnados. Como pilotos distraídos,
nos esquecemos, por vezes em momentos cruciais, de consultar essas
fontes de informação, deixando-nos levar pelo “voo
cego”, assumindo riscos desnecessários.
Como um exercício imaginativo,
podemos citar alguns desses instrumentos interiores, que não
devem por nós ser esquecidos:
RIDICULÔMETRO: A palavra ridículo
vem de riso. Às vezes agimos com uma conduta digna de graça,
risível e... ridícula. São situações
em que nos humilhamos ou perdemos o senso de conduta com o próximo,
alarmando de forma estrondosa em nosso interior esse instrumento,
enquanto pairamos surdos, ainda que todos já o tenham percebido.
DESCONFIÔMETRO: Diante das situações
que se apresentam, principalmente os “Cantos da sereia”
de oportunidades maravilhosas e cheias de facilidade, devemos estar
atentos para o mostrador desse instrumento, desconfiando das “portas
largas”, prudentes como a serpente.
PALAVRÔMETRO: Quem fala esquece,
mas quem ouve não. A palavra dita voa ao vento, como expressão
do nosso pensamento. E esse instrumento nos aponta, antes da fala,
as possíveis implicações desta naquele contexto,
de modo a evitar situações irreversíveis.
DESCULPÔMETRO: Esse poderoso
mecanismo de medida indica em seus ponteiros se realmente desculpamos
as pessoas quando da nossa boca sai um solene “desculpe-me”.
Por vezes, jogamos uma capa escura sobre esse aparelho, para não
vê-lo...
INDULGENTÔMETRO: Permite-nos
aferir o quanto realmente nos colocamos no lugar do outro, diante
de uma situação que nos demanda a intervenção.
Instrumento poderosíssimo!
PREVISÔMETRO: Mede a nossa capacidade
de prever se uma coisa pode dar errado. Trabalha melhor associado
com o desconfiômetro. É quase um “air-bag”
espiritual!
RELEVÔMETRO: Aponta a relevância
de cada situação para nós. É um indicador
interessante, pois pequenos problemas podem ter grande relevância
para nós. O instrumento nos permite olhar para o lado, deixando
um pouco para lá o orgulho e o egoísmo.
Esses instrumentos e tantos outros
que já existem, instalados em nosso corpo espiritual, precisam
ser exercitados. São companheiros inseparáveis em nossas
decisões, nas reflexões e ações cotidianas,
como mecanismos seguros a nos orientar em nossa rota. É preciso,
como o piloto prudente, confiar em nossos instrumentos, já
que queremos chegar seguros aos nossos destinos.