"Confesso que, após
cuidadosa e atenta leitura deste trabalho, conclui que foi um
dos melhores artigos que já tive o prazer de ler. Ele se
me afigura o mais erudito e informativo trabalho acerca da relação
entre a Física e o Espiritismo, até agora escrito
em idioma português. Se traduzido para o inglês será,
sem dúvida, apreciadíssimo, inclusive pelos físicos
mais modernos que, atualmente, divulgam obras acerca do relacionamento
entre a Consciência e o Universo, vislumbrado sob a óptica
das Físicas Quântica e Relativística. Menciono,
como exemplos, os livros de Michio Kaku (Hiperespaço, ed.
Rocco, Rio de Janeiro, RJ) e de Amit Goswami (O Universo Autoconsciente,
edit. Rosa dos Tempos, Rio de Janeiro)."
Dr. Hernani Guimarães Andrade
A Física continua a dar ao Espiritismo,
ainda que os físicos de tal não se apercebam, ou melhor,
não queiram por enquanto se aperceber, uma contribuição
gigantesca na confirmação dos postulados espíritas,
que de maneira nenhuma nós, os espíritas, poderemos
subestimar. Existe uma ciência espírita, com uma metodologia
de ciência, assentada nas questões espirituais, mais
do que possamos imaginar, e a prova disso é O Livro dos Espíritos
- uma obra actual - um manancial para a Física Moderna. Trazendo-nos
um novo conceito básico sobre a visão macro e microcósmica
de Deus (ao defini-Lo como "a inteligência suprema, causa
primária de todas as coisas") do Espírito e da
Matéria propriamente dita.
· A Física Moderna leva-nos ao
encontro do Espírito e de Deus
A física quântica pode constituir
uma ponte entre a ciência e o mundo espiritual, pois segundo
ela, pode-se "reduzir" a matéria, de forma subjectiva
e no domínio do abstracto, até à consciência
- causa da "intelectualidade" da matéria. A consciência
transforma as possibilidades da matéria em realidade, transformando
as possibilidades quânticas em factos reais. Essa consciência
deve apresentar uma unidade e transcender o tempo, espaço
e matéria. Não é algo material, na realidade,
é a base de todos os seres.
Recordemos o professor de Lyon In O Livro dos Espíritos
(9):
23. Que é o Espírito?
- "O princípio inteligente do Universo".
a) - Qual a natureza íntima do Espírito?
- "Não é fácil analisar o Espírito
com a vossa linguagem. Para vós, ele nada é, por não
ser palpável. Para nós, entretanto, é alguma
coisa."
Tanto é assim, que os físicos teóricos
postulam a existência de uma "partícula",
que seria a partícula "fundamental", que ainda
não foi encontrada, mas a qual o Prémio Nobel da física,
Leon Lederman, denomina a "partícula divina". Partícula
essa decisiva pois é ela que determina a massa das restantes,
bem como a coesão dada pela gravidade dos 90% do universo
ainda desconhecido.
Leiamos Kardec In O Livro dos Espíritos
(9):
25. O Espírito independe da matéria, ou é
apenas uma propriedade desta, como as cores o são da luz
e o som o é do ar?
- "São distintos uma do outro; mas, a união do
Espírito e da matéria é necessária para
intelectualizar a matéria."
26. Poder-se-á conceber o Espírito
sem a matéria e a matéria sem o Espírito?
- "Pode-se, é fora de dúvida, pelo pensamento."
Cabe lembrar que os físicos, a partir das pesquisas do norte-americno
Murray Gel Mann nos aceleradores de partícula, já
admitem a existência de um domínio externo ao mundo
cósmico dito material onde provavelmente existam agentes
activos também chamados frameworkers, capazes de actuar sobre
a energia do Universo, modulando-a e dando-lhe formas de partícula
atómica, ou seja por outras palavras - o espírito,
chamado também "Agente Estruturador" por vários
físicos teóricos.
Retomemos novamente o mestre lionês In O
Livro dos Espíritos (9):
76. Que definição se pode
dar dos Espíritos?
- "Pode dizer-se que os Espíritos são os seres
inteligentes da criação. Povoam o Universo, fora do
mundo material."
536. São devidos a causas fortuitas,
ou, ao contrário, têm todos um fim providencial, os
grandes fenómenos da Natureza, os que se consideram como
perturbação dos elementos?
- '"Tudo tem uma razão de ser e nada
acontece sem a permissão de Deus."
b) - Concebemos perfeitamente que a vontade de Deus seja a causa
primária, nisto como em tudo; porém, sabendo que os
Espíritos exercem acção sobre a matéria
e que são os agentes da vontade de Deus, perguntamos se alguns
dentre eles não exercerão certa influência sobre
os elementos para os agitar, acalmar ou dirigir?
- "Mas evidentemente. Nem poderia ser de outro modo. Deus não
exerce acção directa sobre a matéria. Ele encontra
agentes dedicados em todos os graus da escala dos mundos."
· A Teoria das Supercordas e a Dimensão Psi
Outra teoria quântica, que vem de encontro a existência
de uma "partícula divina consciêncial" no
final da escala das partículas subatómicas, é
a teoria das supercordas. Essa teoria foi melhorada e é defendida
por um dos físicos teóricos mais respeitados da actualidade
Edward Witten, professor do Institute for Advanced Study em Princeton,
EUA. De maneira bastante simples e resumida, a teoria das supercordas
postula que os quarks, mais ínfima partícula subatómica
conhecida até o momento, estariam ligados entre si por "supercordas"
que, de acordo com sua vibração, dariam a "tonalidade"
específica ao núcleo atómico a que pertencem,
dando assim as qualidades físico-químicas da partícula
em questão.
Querer imaginá-las é como tentar conceber um ponto
matemático: é impossível, por enquanto. Além
disso, são inimaginavelmente pequenas. Para termos uma ideia:
o planeta Terra é dez a vinte ordens grandeza mais pequeno
do que o universo, e o núcleo atómico é dez
a vinte ordens de grandeza mais pequeno do que a Terra. Pois bem,
uma supercorda é dez a vinte ordens mais pequena do que o
núcleo atómico.
O professor Rivail, esclarece In O Livro dos Espíritos (9):
30. A matéria é formada de
um só ou de muitos elementos?
- "De um só elemento primitivo. Os corpos que considerais
simples não são verdadeiros elementos, são
transformações da matéria primitiva."
Ou seja, é a vibração dessas infinitesimais
"cordinhas" que seria responsável pelas características
do átomo a que pertencem. Conforme vibrem essas "cordinhas"
dariam origem a um átomo de hidrogénio, hélio
e assim por diante, que por sua vez, agregados em moléculas,
dão origem a compostos específicos e cada vez mais
complexos, levando-nos a pelo menos 11 dimensões.
Corrobora Allan Kardec In O Livro dos Espíritos (9):
79. Pois que há dois elementos gerais no Universo:
o elemento inteligente e o elemento material, poder-se-á
dizer que os Espíritos são formados do elemento inteligente,
como os corpos inertes o são do elemento material?
- "Evidentemente. Os Espíritos são a individualização
do princípio inteligente, como os corpos são a individualização
do princípio material.."
64. Vimos que o Espírito e a matéria
são dois elementos constitutivos do Universo. O princípio
vital será um terceiro?
- "É, sem dúvida, um dos elementos necessários
à constituição do Universo, mas que também
tem sua origem na matéria universal modificada. É,
para vós, um elemento, como o oxigénio e o hidrogénio,
que, entretanto, não são elementos primitivos, pois
que tudo isso deriva de um só princípio."
Essa teoria traz a ilação de que tal tonalidade vibratória
fundamenta é dada por algo ou alguém, de onde abstraímos
a ?consciência? como factor propulsor dessas cordas quânticas.
Assim sendo, isso ainda mais nos faz pensar numa unidade consciencial
vibrando a partir de cada objecto, de cada ser.
Complementa Kardec In O Livro dos Espíritos (9):
615. É eterna a lei de Deus?
- "Eterna e imutável como o próprio Deus."
621. Onde está escrita a lei de Deus?
- "Na consciência."
Seguindo esta teoria e embarcando na ideia lançada por André
Luiz In Evolução em Dois Mundos (11), onde somos co-criadores
dessa consciência universal, e cada vez mais responsáveis
por gerir o estado vibracional das nossas próprias "cordinhas"
- a chamada dimensão Psi por vários investigadores
espiritas -, à medida que delas nos conscientizemos, chegaremos
a harmonia perfeita quando realmente entrarmos em sintonia com a
consciência geradora que está em nós, e também
no todo, vulgarmente conhecida por Deus, ou como alguns físicos
teóricos sustentam "O Supremo Agente Estruturador".
Leiamos o Codificador In O Livro dos Espíritos (9):
5. Que dedução se pode tirar
do sentimento instintivo, que todos os homens trazem em si, da existência
de Deus?
- "A de que Deus existe; pois, donde lhes viria esse sentimento,
se não tivesse uma base? É ainda uma consequência
do princípio - não há efeito sem causa."
7. Poder-se-ia achar nas propriedades íntimas
da matéria a causa primária da formação
das coisas?
- "Mas, então, qual seria a causa dessas propriedades?
É indispensável sempre uma causa primária."
Interpretemos Allan Kardec In A Génese (10) Cap. II - A Providência:
20. - A providência é a solicitude de Deus
para com as suas criaturas. Ele está em toda parte, tudo
vê, a tudo preside, mesmo às coisas mais mínimas.
É nisto que consiste a acção providencial.
«Como pode Deus, tão grande, tão
poderoso, tão superior a tudo, imiscuir-se em pormenores
ínfimos, preocupar-se com os menores actos e os menores pensamentos
de cada indivíduo?» Esta a interrogação
que a si mesmo dirige o incrédulo, concluindo por dizer que,
admitida a existência de Deus, só se pode admitir,
quanto à sua acção, que ela se exerça
sobre as leis gerais do Universo; que este funcione de toda a eternidade
em virtude dessas leis, às quais toda criatura se acha submetida
na esfera de suas actividades, sem que haja mister a intervenção
incessante da Providência.
Esta consciência única do raciocínio quântico,
transforma-se em dois elementos: um objectivo e outro subjectivo.
O subjectivo chamamos de ser quântico, universal, indivisível.
A individualização desse ser é consequência
de um condicionamento. Esse ser quântico é a maneira
como pensamos em Deus, que é o ser criador dentro de nós.
Voltemos ao génio de Lyon In A Génese (10) Cap. II
- A Providência:
34. - Sendo Deus a essência divina por excelência,
unicamente os Espíritos que atingiram o mais alto grau de
desmaterialização o podem perceber. Pelo facto de
não o verem, não se segue que os Espíritos
imperfeitos estejam mais distantes dele do que os outros; esses
Espíritos, como os demais, como todos os seres da Natureza,
se encontram mergulhados no fluido divino, do mesmo modo que nós
o estamos na luz.
Geralmente, nós interpretamos Deus como algo unicamente externo.
Pensamos em Deus como um ser separado de nós. Isso é
a causa dos conflitos. Se Deus também está dentro
de nós, podemos mudar por nossa própria vontade. Mas
se acreditamos que Deus está exclusivamente do lado de fora,
então supomos que só Ele pode nos mudar e não
nos transformamos pela nossa própria vontade. Não
podemos excluir a nossa vontade, dizendo que tudo ocorre pela vontade
de Deus. Temos de reconhecer o deus que há em nós,
como afirmou o Doce Amigo há 2000 anos. Então seremos
livres.
Allan Kardec atesta In A Génese (10) Cap. II - A Providência:
24. - (...) Achamo-nos então, constantemente,
em presença da Divindade; nenhuma das nossas acções
lhe podemos subtrair ao olhar; o nosso pensamento está em
contacto ininterrupto com o seu pensamento, havendo, pois, razão
para dizer-se que Deus vê os mais profundos refolhos do nosso
coração. Estamos nele, como ele está em nós,
segundo a palavra do Cristo.
Para estender a sua solicitude a todas as criaturas, não
precisa Deus lançar o olhar do Alto da imensidade. As nossas
preces, para que ele as ouça, não precisam transpor
o espaço, nem ser ditas com voz retumbante, pois que, estando
de contínuo ao nosso lado, os nossos pensamentos repercutem
nele.
· O Livro dos Espíritos: uma obra actual e
de referência
A Física continua a dar ao Espiritismo, ainda que os físicos
de tal não se apercebam, ou melhor, não queiram por
enquanto se aperceber, uma contribuição gigantesca
na confirmação dos postulados espíritas, que
de maneira nenhuma nós, os espíritas, poderemos subestimar.
Existe uma ciência espírita, com uma metodologia de
ciência, assentada nas questões espirituais, mais do
que possamos imaginar, e a prova disso é O Livro dos Espíritos
(9) - uma obra actual - um manancial para a Física Moderna.
Trazendo-nos um novo conceito básico sobre a visão
macro e microcósmica de Deus (ao defini-Lo como "a inteligência
suprema, causa primária de todas as coisas") do Espírito
e da Matéria propriamente dita.
Concluímos com Allan Kardec In O Livro dos Espíritos
(9) resumindo toda esta teoria da Física Moderna de forma
magistral, simplesmente espantoso, acreditem...:
27. Há então dois elementos
gerais do Universo: a matéria e o Espírito?
- "Sim e acima de tudo Deus, o criador, o pai de todas as coisas.
Deus, espírito e matéria constituem o princípio
de tudo o que existe, a trindade universal. Mas ao elemento material
se tem que juntar o fluido universal, que desempenha o papel de
intermediário entre o Espírito e a matéria
propriamente dita, por demais grosseira para que o Espírito
possa exercer acção sobre ela. Embora, de certo ponto
de vista, seja lícito classificá-lo com o elemento
material, ele se distingue deste por propriedades especiais. Se
o fluido universal fosse positivamente matéria, razão
não haveria para que também o Espírito não
o fosse. Está colocado entre o Espírito e a matéria;
é fluido, como a matéria, e susceptível, pelas
suas inumeráveis combinações com esta e sob
a acção do Espírito, de produzir a infinita
variedade das coisas de que apenas conheceis uma parte mínima.
Esse fluido universal, ou primitivo, ou elementar, sendo o agente
de que o Espírito se utiliza, é o princípio
sem o qual a matéria estaria em perpétuo estado de
divisão e nunca adquiriria as qualidades que a gravidade
lhe dá."
Luís de Almeida é Dirigente
do Centro Espírita Caridade por Amor, da cidade do Porto,
com pagina na Internet http://www.terravista.pt/PortoSanto/1391
_______________
Bibliografia:
(1) Dyson, Freeman em INFINITO EM TODAS AS
DIRECÇÕES - Edições Gradiva - 1990 -
Portugal.
(2) Greene, Brian em O UNIVERSO ELEGANTE - Edições
Gradiva - 2000 - Portugal.
(3) Hawking, Stephen em BREVE HISTÓRIA DO TEMPO (Edição
actualizada e aumentada, comemorativa do 1º Aniversário)
- Edições Gradiva - 2000 - Portugal.
(4) Hawking, Stephen em O FIM DA FÍSICA - Edições
Gradiva - 1994 - Portugal.
(5) Homepage, CERN - ORGANISATION EUROPEENNE POUR LA RECHERCHE NUCLEAIRE
-http://www.cern.ch/
(6) Homepage, ESA - EUROPEAN SPACE AGENCY - http://www.esa.int/
(7) Homepage, FERMILAB - FERMI NATIONAL ACCELERATOR LABORATORY -
http://www.fnal.gov/
(8) Homepage, NASA - NATIONAL AERONAUTICS & SPACE ADMINISTRATION
-http://www.nasa.gov/
(9) Kardec, Allan em O LIVRO DOS ESPÍRITOS - Edições
FEB 76ª edição
(10) Kardec, Allan em A GÉNESE - Edições FEB
36ª edição.
(11) Luiz, André em EVOLUÇÃO EM DOIS MUNDOS
- Edições FEB 12ª edição
(12) Reeves, Hubert em O PRIMEIRO SEGUNDO - Edições
Gradiva - 1996 - Portugal.
(13) Sagan, Carl em UM MUNDO INFESTADO DE DEMÓNIOS - Edições
Gradiva - 1997 - Portugal.
-------------------------
in O que é o Espiritismo
Cap. II, item 9, 10 e 14 - (Allan Kardec).
9. Quando a alma está ligada ao corpo, durante
a vida, tem duplo envoltório: um pesado e grosseiro e perecível,
que é o corpo; o outro fluídico, leve e indestrutível,
chamado perispírito.
10. Existem, portanto, no homem, três elementos
essenciais:
1o . A alma ou Espírito, princípio
inteligente onde residem o pensamento, a vontade e o senso moral;
2o . O corpo, envoltório material que põe o Espírito
em relação com o mundo exterior;
3o. O perispírito, invólucro fluídico, leve,
imponderável, servindo de liame e de intermediário
entre o Espírito e o Corpo.”
14. A união da alma, do perispírito, e do corpo material
constitui o homem. A alma e o perispírito separados do corpo
constituem a ser a que chamamos Espírito.
NOTA DE ALLAN KARDEC referindo-se aos itens acima citados:
· A alma é assim um ser simples;
· O Espírito um ser duplo, e
· O homem um ser triplo.
Seria portanto mais exato reservar a palavra alma para designar
o princípio inteligente, e a palavra Espírito para
o ser semimaterial formado desse princípio e do corpo fluídico.
Mas como não se pode conceber o princípio inteligente
sem ligação material, as palavras alma e Espírito
são, no uso comum, indiferentemente empregadas uma pela outra;
é a figura que consiste em tomar a parte pelo todo, da mesma
forma que se diz que uma cidade é habitada por tantas almas,
uma vila composta de tantas casas; porém, filosoficamente
é essencial fazer-se a diferença.