Dentre as diferentes funções
do processo administrativo, existe aquela conhecida como direção,
que está relacionada com a capacidade de liderar e motivar
os colaboradores adequadamente. Representa a terceira função
administrativa.
A liderança é o principal instrumento da direção,
utilizada para interagir com os colaboradores para a execução
das atividades no esforço de seguir o planejamento e atingir
ou superar metas pré-determinadas, que, no seu conjunto, garantem
o alcance dos objetivos estratégicos e do padrão de
qualidade esperado.
A direção procura garantir bons resultados para todas
as partes envolvidas com um padrão esperado de eficiência
no uso dos recursos e nas ações sociais. Ela pode ser
realizada em todos os níveis organizacionais, sempre com muita
empatia. Os diretores dirigem os gestores, que dirigem os supervisores
e os executores.
Não se trata de mandar e obedecer, mas de demonstrar a harmonia
dos objetivos comuns e convencer os colaboradores a terem as atitudes
mais adequadas na execução e relacionamento com os pares
e com as pessoas atendidas.
O papel do líder é ajudar a organização
a atingir sua visão, cumprir sua missão, com base nas
ações coordenadas dos colaboradores, baseadas nos valores
institucionais.
Tradicionalmente, o exercício da liderança envolve comportamentos
autoritários, liberais e democráticos. Há muito
tempo que a liderança se distancia da autoridade de linha ou
hierárquica, para se aproximar dos conceitos de coaching (alcance
de metas e objetivos) e mentoring (transferência de conhecimento
e a expertise).
Assim, treinar, orientar e incentivar os voluntários a fazerem
o seu melhor é, antes de tudo, um princípio fundamentado
no desenvolvimento da pessoa humana.
É determinante para o líder atual, principalmente em
organizações religiosas ou não governamentais
desenvolver sua capacidade de motivar, de estimular intelectualmente
os subordinados, despertar talentos e de se preocupar com as características
e necessidades individuais dos seus colaboradores.
A melhoria da comunicação assertiva e solidária
deve ser buscada incessantemente entre todos os envolvidos.

Para nós, espíritas,
a comunicação é uma faculdade do princípio
inteligente que todos precisamos desenvolver. Somos seres essencialmente
comunicativos. Estamos sempre irradiando e captando assuntos de nosso
interesse, conectando mentes. A comunicação para nós
é alimento do espírito. Afetamos os outros e somos afetados,
mudamos para melhor e ajudamos a transformar o meio que vivemos.
É imprescindível aumentar nosso interesse pelas pessoas,
disposição para compreender e comprometer os colaboradores
com os ideais para exercer a direção de forma proficiente
e profícua.
A liderança hoje pode ser também situacional, de um
projeto, por exemplo. Todos devem ter a oportunidade de liderar vez
por outra para identificar e treinar novos talentos visando assumirem
cargos de direção em um futuro breve.
O líder deve ter o comportamento ético, íntegro,
responsável, comprometido e transparente, além de atuar
para facilitar o alcance dos objetivos pessoais dos trabalhadores,
em sua maioria voluntários que almejam, entre outras coisas:
ser solidário, melhorar a autoestima, retribuir algo que recebeu,
fazer a diferença, aprender coisas novas e contribuir para
o Espiritismo.
Afinal, o “lucro” de uma organização social
tem a ver com a garantia de continuidade de seus serviços e
a melhoria da qualidade de vida do público atendido.
Não tem receio de adotar soluções simples, nem
cultiva o preciosismo de só fazer alguma coisa quando obtiver
todas as respostas antes. É preciso priorizar e trabalhar com
os recursos disponíveis.
Importante sempre ouvir e procurar acolher as ideias e sugestões
dos executantes. Descobrir e usar o que motiva os colaboradores e
que esteja em sintonia com a missão, visão, valores
e objetivos da organização.
Dar o exemplo na conduta, iniciativa, dedicação e qualidade
do trabalho. Manter ambiente de alegria em que as pessoas cultivem
a satisfação interior de fazer tudo o que seus valores
e suas próprias consciências considerem adequados.
Nunca permitir que o domínio do conformismo, da indiferença
e do silêncio ante as deficiências e as oportunidades.
A direção de uma instituição que não
visa lucros e sim, serviços prestados à comunidade,
representa o processo de interpretar os objetivos, filosofia e cultura
da organização para indicar bons caminhos, motivar e
habilitar os colaboradores para buscarem os melhores resultados. É
despertar o ideal, convergir as pessoas para as causas comuns e o
trabalho se desenvolverá com alegria e otimismo e vontade de
contribuir.