Sabemos que Umbanda não é
Candomblé e nem Kardecismo, a confusão é grande,
pois Candomblé é religião de culto aos Orixás
e Kardecismo é religião de trabalho com os espíritos,
ambas calcadas no fenômeno Mediunidade. Encontramos na Umbanda
aspectos das duas, assim como de tantas outras para um observador
mais atento, mas o fato de ter algo em comum não quer dizer
que podemos adotar por livre e espontânea vontade as práticas,
e filosofias religiosas das mesmas para dentro de nosso terreiro,
pois a Umbanda possui filosofia e práticas próprias
que são observadas e trazidas a luz através dos espíritos
guias.
Sim, nós também cultuamos
aos Orixás mas de forma diferente do ancestral culto Africano,
pois os vemos sob outro ponto de vista, se fosse para ser igual não
haveria de se fundar outra religião, simplesmente adotaríamos
o “Candomblé de Caboclo”. Logo, quando surgir uma
dúvida, antes de recorrer ao que é tão funcional
dentro do âmbito de “Culto de Nação”,
espere, consulte e tenha fé que seus guias de Umbanda terão
as soluções, dentro e segundo nossas práticas.
Quanto ao kardecismo a maioria de nós Umbandistas tem recorrido
à sua vasta literatura para nos esclarecermos quanto “ao
mundo dos espíritos” . O movimento kardecista esmiuçou
e foi a fundo no estudo do fenômeno Mediunidade, o que nos vale
como ponto em comum.
Já a maneira de se trabalhar
mediunicamente dentro da Umbanda é única, pois ela vai
além do “passe e doutrina”, os guias de Umbanda
têm extrema afinidade e conhecimento das manipulações
de elementos da natureza e processos magísticos, motivo pelo
qual possuem toda uma variedade de recursos como o uso do fumo, das
velas, ponto riscado, ponteiros, Otás, pedras e cristais, guias,
banhos, defumações e etc...
O que muitas vezes é
visto como um “atraso religioso”, na verdade em sua humildade
“esconde” toda uma riqueza jamais imaginada pelo “leigo
critico”.