A Pedagogia nos diz que para uma boa
aprendizagem é preciso que se tenha também um bom método
de educação, por isso, torna-se necessário uma
didática de ensino dentro da lógica e da razão.
Todavia, no que tange à educação religiosa, a
Pedagogia deixa muito que desejar, a partir do dogma: O que não
se pode discutir, aceita-se como verdade.
Foi uma médica, Maria de Montessori, italiana de Chiaravale
que, no início do século XX, tratando de crianças
excepcionais à época, idealizou um método de
Pedagogia que, posteriormente foi utilizado para a educação
de um modo geral: a Pedagogia científica.
Sem dúvida, as religiões têm que se opor a tal
método quando se trata dos assuntos divinos e, infelizmente,
ainda, os próprios religiosos preferem se deixar levar pelas
teses da salvação para alçar a um mundo melhor
ao lado de Deus, do que analisar a vida como de fato ela seja.
O cristão julga que Jesus sofreu na cruz para redimi-lo de
suas culpas, e que, assim bastará aceitá-lo para se
livrar dos erros cometidos.
Porém se foi o próprio Jesus quem teria dito "Assim
como fizeres, assim acharás" como, então,
ele iria ressarcir das conseqüências de seus atos os seus
seguidores?
Aí é que a Pedagogia, racional, entra para destruir
a razão apresentada: afinal, se ele Jesus, resgatasse da lei
de causa e efeito os seus adeptos, então, por que, proferiria
tal frase? Não seria mais justo dizer que quem o seguisse estaria
salvo? Sim, mas salvo de quê?
No meio espírita surgiram novas interpretações
alheias à codificação elaborada por A. Kardec,
expondo uma nova linha evangélica de doutrina onde a Pedagogia
também não tem vez, afinal, a lógica deixa de
imperar para se impor a crença.
Até mesmo, pasma, fico a ver certos pregadores que se dizem
espíritas chamarem Deus de "Criador", evidentemente,
baseados nos evangelhos ou na crença da Igreja de que Deus
tenha tirado do nada, a seu bel prazer, os elementos para fazer a
Terra como centro do Universo.
Erro duplo, ou então, o pobre do Antoine Laurente de Lavoisier,
em fins do séc. XVIII, guilhotinado, praticamente, por dizer
que "nada se cria, nada se perde, tudo se transforma"
jamais poderia ser levado a sério. Mas é lei química
e, de acordo com a Pedagogia moderna, temos que analisá-la
para definir a verdade do que se deva ensinar.
Bem fez A. Kardec em classificar Deus como causa primária
e nunca, como criador embora os evangélicos
do movimento espírita brasileiro insistam em contrariar o codificador
e impingir, a duras penas, a verdade bíblica da Criação
divina.
Aí, entra a lógica que indaga: e de onde Deus teria
tirado a essência de tudo para formar o Universo? Se veio do
nada, o nada existe. Entretanto, são os próprios defensores
da Criação Divina que garantem que o nada não
existe.
O que ocorre é que, no que tange à dita crença,
o que se vê com o nome de Cristianismo, inicialmente, nada mais
é do que a hipótese do velho Torah, de que, de repente,
Deus, o Supremo e inexplicado Senhor da Vontade, resolveu criar a
Terra e nela colocar os homens, só que, como tal, ela seria
o centro do universo. Ora, nada disso é verdadeiro, então,
como pedagogicamente, admitir que se possa ensinar tal coisa?
A Crença foge à razão.
Querer usar uma Pedagogia educativa para ensinar preceitos religiosos
que não tenham apoio senão no dogma e na fé,
não irá encontrar amparo em nenhuma técnica racional
para impor aquilo que, por si só se contrapõe ao conhecimento
humano.
Ainda hoje, teimam os evangélicos em afirmar que Deus criou
Lúcifer como anjo de luz, e que este teria se rebelado contra
seu criador. Peca duplamente tal assertiva: primeiro porque, Deus,
supremo, onipotente não teria sabido criar seu dileto e amado
anjo de luz; porque não o teria feito perfeito para amá-Lo
como supremo criador? Segundo, onisciente, como não previu,
que este iria se rebelar contra Ele.
E assim, justificam a existência do mal, o que, no caso, irá
aprovar que Deus não seria o supremo criador porque também
Lúcifer teria capacidade de criar, mesmo sendo o mal, ato portanto
contrário aos desígnios superiores de um Deus de suprema
bondade.
Pasmam-se pois, os estudantes de Pedagogia quando tomam conhecimento
de que o ensino do dogma religioso, seria uma forma de aplicar sua
técnica educativa para ensinar coisas erradas ou fictícias
A Pedagogia não admite contradições.