(trecho da apresentação)
O filósofo portenho Humberto
Mariotti (1905-1982) é hoje, reconhecidamente, um dos maiores
pensadores espíritas que a América Latina nos legou.
Poeta, ensaísta, orador e ativista, Mariotti produziu uma
obra ainda pouco divulgada no Brasil. Alguns livros seus foram aqui
lançados. Parapsicologia e Materialismo Histórico,
seu principal trabalho, é o mais conhecido.
Raros foram os pensadores que conseguiram confrontar com maestria
o pensamento social espírita e o marxismo. Mariotti foi um
deles. Sem descartar a contribuição da filosofia marxista
para a cultura, ele nos oferece correlações e intersecções
filosóficas que poucos autores tiveram coragem de fazê-lo.
Seguindo as pegadas do pensador também argentino Manuel S.
Porteiro (1881-1936), Mariotti aborda a dialética sob a ótica
espírita, utilizando-se das investigações e
experimentações da metapsíquica, disciplina
científica antecessora da parapsicologia. Ele analisa o marxismo
de modo implacável sob a ótica da filosofia espírita.
O resultado é uma obra saborosa, interessante e polêmica.
Este livro foi escrito em 1940 e teve uma edição brasileira,
há muito tempo esgotada, com tradução de Júlio
Abreu Filho e prefácio de José Herculano Pires, em
1950, pela saudosa editora Édipo.
_________
(...)
(começo do capítulo 1)
Julgar a ciência espírita
como "uma seita, misto de religião e de filosofia ingênua"
é desconhecer sua envergadura filosófica, seu movimento
ideológico, seus homens mais representativos e, ainda, sua
imensa bibliografia que, atualmente, constitui toda uma cultura
nova sobre os problemas do Espírito.
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