Apesar das pesquisas científicas a respeito
do fenômeno poltergeist encontrarem algumas dificuldades - especialmente
devido a natureza do fenômeno – já e possível
contar com alguns avanços e elaboração de teorias
a respeito dos mecanismos envolvidos nos casos, o que anima algumas
empresas importantes a investir na pesquisa.
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Era 1948. No Jardim Europa, São Paulo, uma
família teve sua residência assolada dias e dias por
várias chuvas de pedras que se atiravam contra a casa, quebrando
vidraças e provocando muitos estragos. A polícia foi
chamada. Vizinhos foram interrogados. As investigações
não conseguiram dar conta de explicar a ocorrência dos
estranhos fenômenos. Além das pedras, dentro da casa
objetos desapareciam e reapareciam em lugares inusitados, como fotos
de família que apareceram dentro do vaso sanitário.
Peças de roupas apareciam retalhadas.
Final da década de 1970, início da década
de 1980. No bairro de Pirituba, São Paulo, uma família
se via assustada com eventos estranhos que ocorriam em sua residência.
A modesta casa, que sempre fora extremamente limpa e bem cuidada,
começou a sofrer ataques constantes de tijolos e terra. Sem
que houvesse qualquer dano no telhado, eles se “atiravam”
dentro dos cômodos, como se materializassem no ar, provocando
muita sujeira e estragos nos móveis comprados com tanto sacrifício.
Na cozinha, como se não bastassem esses ataques, pratos e xícaras
“teimavam” em não permanecer dentro do armário,
lançando-se ao chão, como se uma grande força
os impulsionasse para fora das prateleiras. Por vezes, a luz do banheiro
se acendia sem que ninguém estivesse naquele cômodo.
Os fios elétricos que percorriam os caibros do telhado sem
forro do quarto apareceram picados, como se alguém tivesse
utilizado uma faca para fazê-lo.
Em 1983, num bairro da periferia de São Paulo,
um casal e seus três filhos (um menino de 12 anos e duas meninas,
uma de 8 e a outra de 3 anos de idade) ficaram perplexos diante de
estranhos eventos que aconteciam em sua residência. As cortinas
se balançavam, chegando por vezes até o teto, mesmo
quando as janelas e portas estavam completamente fechadas; certo local
da casa apresentava temperatura sensivelmente mais fria do que os
outros cômodos; alguns objetos se moviam como se tivessem vida
própria.
Os trechos das histórias contadas brevemente
acima não são fruto de ficção. Trata-se
de fatos narrados pelos pesquisadores que investigaram tais casos
ou pelas próprias pessoas que vivenciaram essas experiências
bizarras. São eventos típicos que compõem os
chamados casos poltergeist.
OS EVENTOS POLTERGEIST (do alemão polter
= barulhento; geist = espírito), começaram a ser assim
chamados sistematicamente por Martinho Lutero (1483-1546) durante
a Reforma Protestante para designar determinados eventos que, segundo
se acreditava religiosa e popularmente, seriam provocados por espíritos
desencarnados ou até mesmo por demônios. Esses eventos
consistiriam em ocorrências físicas extra-motoras, ou
seja, sem que, à primeira vista, fosse identificada alguma
causa natural ou conhecida para que esses eventos acontecessem: movimentação
e/ou ruptura “espontânea” de objetos; chuva de pedras
ou tijolos sobre uma casa ou em um determinado ambiente fechado; aparecimento
espontâneo de água e/ou fogo; aparecimento de fezes em
alimentos; correntes de ar; acender, e apagar de luzes, tudo isso
de forma misteriosa aos olhos das pessoas que observam essas ocorrências.
Por se tratar de eventos de características
tão extraordinárias, é comum que à primeira
vista se atribua uma causa sobrenatural a esses “fenômenos”.
Diferentes grupos culturais podem utilizar diversas denominações
e explicações populares e particulares para esses eventos.
No Brasil, as pessoas comumente chamam o local onde os poltergeists
ocorrem de casas ou locais mal-assombradas. Principalmente na zona
rural, os poltergeists podem ser atribuídos a figuras folclóricas,
como o Saci-Perere, que viveria pelas florestas e fazendas fazendo
traquinagens com animais e pessoas. Na zona urbana, as interpretações
mais freqüentes se voltam para a crença numa suposta ação
de espíritos ou entidades, por influência das religiões
afro-brasileiras e do espiritismo kardecista.
Julgar que se conheça a causa
desses eventos apenas por sua aparência, ou seja, pelo modo
estranho e sugestivamente sobrenatural com que ocorrem, é algo
comum às religiões. No campo científico, cientistas
tentam descobrir se esses eventos de fato ocorrem em determinadas
situações e, a partir daí, o modo de funcionamento
dessas ocorrências. Será que existem facetas das forças
conhecidas da física ainda não devidamente entendidas,
que seriam as responsáveis pelos poltergeists em dadas circunstâncias?
Ou haveria alguma força física ainda não conhecida
que estaria envolvida nesses episódios? Questões cruciais
que pesquisadores psi tentam resolver oficialmente há mais
de um século.
HÁ REGISTROS DE RELATOS DE CASOS poltergeist
desde os tempos mais remotos até o presente. Esses relatos
foram registrados de diferentes formas, sendo alguns mais detalhados
e precisos que outros; uns se referem a casos mais pitorescos e extensos,
outros a casos “menos fantásticos” e de curta duração.
Mas certamente não há qualquer relato que fale de certos
eventos que o cinema nos apresenta. Há que se levar em conta
que os filmes muitas vezes exageram nos efeitos poltergeist.
Cientistas têm se interessado pelo estudo desses
casos, uma vez que eles são narrados insistentemente ao longo
da história. Apesar de raros, esses eventos parecem acontecer
com mais freqüência do que se imagina. Uma coletânea
feita pelos pesquisadores Hereward Carrington (1880-1959) e Nandor
Fodor (1895-1964), publicada em 1953 (Haunted People: The Story of
Poltergeists Down the Centuries), traz registros de ocorrências
poltergeist desde 355 a.C. Na literatura especializada, ainda há
vários relatos associados a supostos místicos, santos
e vítimas de bruxaria. Desde o século 9, não
há um século que deixe de contar com pelo menos um registro
de caso do tipo poltergeist.
Até o século 18, acreditava-se que os
chamados eventos poltergeist fossem provocados por entes espirituais,
fadas, bruxas e pelo diabo. Do século 17 há notícias
de algumas pesquisas rudimentares, porém conduzidas seriamente,
acerca dessas ocorrências. No entanto, devido à forte
influência da Igreja Católica Apostólica Romana,
nessa época, a grande preocupação social no Ocidente
era o combate à bruxaria, à possessão diabólica
e ao envolvimento com espíritos. Dessa forma, pouca importância
se dava às ocorrências físicas propriamente ditas,
enfatizando-se primordialmente a discussão de questões
religiosas.
Nos séculos 18 e 19, o declínio da bruxaria,
o desenvolvimento do mesmerismo (técnica de cura criada pelo
médico vienense Franz Anton Mesmer (1734-1815), baseada na
existência do “magnetismo animal” realizada por
meio de imposição de mãos e de ímãs)
e do espiritismo kardecista, entre outros fatores, levaram a uma abordagem
de pesquisa mais científica dos poltergeists. Várias
ocorrências desse tipo foram descritas detalhadamente e publicadas.
Alguns investigadores se hospedavam nas casas em que se davam os eventos
para observar o ambiente sob condições controladas,
a fim de evitar fraudes.
O SÉCULO 19 APRESENTOU DOIS TIPOS DE INTERPRETAÇÃO
para as ocorrências poltergeist: um sobrenaturalista e outro
naturalista. As interpretações sobrenaturalistas, principalmente
de cunho espírita ou espiritualista, responsabilizavam espíritos
de mortos e/ou seres elementais não-humanizados pelos assim
chamados eventos poltergeist. Por sua vez, as interpretações
naturalistas buscavam na ciência explicações naturais
para aqueles eventos. Era comum levantar a hipótese de que
a eletricidade seria a causadora daqueles “misteriosos”
fenômenos físicos, porque as propriedades dessa forma
de energia eram pouco entendidas. Em algumas circunstâncias,
atribuía-se a causa dos poltergeists a energias psíquicas
ou magnéticas do corpo humano. A não-atribuição
apenas de explicações sobrenaturalistas aos poltergeists
contribuiu para um importante avanço nas pesquisas.
Para alguns pesquisadores dos séculos 19 e
20, os poltergeists nunca passaram de fraudes bem montadas. Especialmente
no início do século 20, debateu-se exaustivamente a
respeito desse assunto. Porém, pesquisadores observaram que
há casos em que realmente parece haver algum tipo de interferência
ambiental não-fraudulenta e aparentemente extra-motora que
provocaria os eventos poltergeist. Assim, surgiram teorias que tentam
explicar cientificamente como se daria essa intervenção.
Uma das primeiras observações feitas
foi a de que as ocorrências poltergeist parecem estar ligadas
à presença de determinada pessoa que habita ou freqüenta
o local dos eventos. Ainda não há consenso sobre como
denominar essa pessoa, mas, principalmente desde o início da
década de 1990, opta-se por chamá-la de “agente”
ou “sujeito” poltergeist.
O século 20 foi marcado pelas especulações
e interpretações psicodinâmicas dos poltergeists
à luz da psicologia e da psicanálise.
Na década de 1920, o pesquisador Carrington
propôs que os poltergeists seriam produzidos por uma espécie
de energia irradiada do corpo do agente no período da puberdade,
quando as energias sexuais estão em “ebulição”
em seus organismos. Possivelmente, vem daí o “mito”
de que sempre há um adolescente envolvido ou responsável
pelos poltergeists. Essa teoria de Carrington se aplicaria a muitos
casos, mas não a todos, uma vez que, apesar de aparentemente
haver uma tendência para que o agente seja um adolescente, a
história registra casos em que o suposto agente não
se encontra na adolescência, sendo por vezes bastante idoso.
É bom que se diga também que há
uma “crença” difundida de que, em geral, os agentes
poltergeist são do sexo feminino. No entanto, William Roll
verificou, através de um levantamento de dados publicado em
1977, que a porcentagem de supostos agentes do sexo masculino e do
sexo feminino é equilibrada, apresentando uma leve tendência,
sem importância estatística, para a incidência
de agentes do sexo feminino. O fato da porcentagem de mulheres ser
um pouco superior à de homens pode se dever, por exemplo, às
proporções de homens e mulheres na população
em geral à época da ocorrência dos casos. De qualquer
forma, essa questão relacionada ao sexo e à idade dos
agentes ainda carece de mais pesquisas e maior aprofundamento.
NA DÉCADA DE 1930, O POLTERGEIST ERA tratado como um “hóspede
indesejado”, não exatamente como algo independente do
agente, mas como fruto de uma psicopatologia. De acordo com essa idéia,
o agente poltergeist estaria sofrendo de uma espécie de doença,
de desequilíbrio que causaria os fenômenos. Essa idéia
ainda é defendida por alguns, mas ela não tem fundamentos
na prática. As pesquisas mostram que não há correlação
direta entre doença física ou mental e a ocorrência
de eventos poltergeists. Assim, qualquer pessoa, sã ou doente,
pode potencialmente se tornar um agente poltergeist, em determinadas
circunstâncias.
Na década de 1940, o psicólogo britânico
John Layard propôs que os poltergeists proveriam “uma
forma dissimulada de alívio e, assim, uma função
curativa para conflitos reprimidos”. Portanto, a ocorrência
dos fenômenos se daria como uma válvula de escape para
essas tensões que são muitas vezes reprimidas “para
manter as aparências”. É como se a agressividade
de uma pessoa se projetasse de alguma forma no ambiente, provocando
os eventos já descritos. No entanto, as pessoas envolvidas
geralmente não se dão conta de sua participação
nos fatos.
A partir de então, a hipótese de envolvimento
do ser humano vivo nas ocorrências poltergeist por meio de uma
interação mental direta com o ambiente começou
a ganhar mais força. Estabelecia-se, assim, a chamada teoria
psicocinética psicológica para explicar os poltergeists.
A partir do final da década de 50, foi proposta uma nova denominação
para os poltergeist: psicocinesia recorrente espontânea ou RSPK
(do inglês recurrent spontaneous psychokinesis). Psicocinesia
se refere à ação mental direta, sem mediação
física conhecida, sobre o ambiente (do grego psique = mente;
kinese = movimento).
Os termos “recorrente” e “espontânea”
são utilizados respectivamente porque as ocorrências
se repetem por determinado período de tempo e de forma não
controlada. Portanto, de acordo com essa teoria – que continua
sendo aperfeiçoada e discutida pelos pesquisadores –
como já foi brevemente dito, os poltergeists seriam eventos
físicos que teriam íntima ligação com
o contexto em que eles se dão. Assim, suponhamos, numa família
em que há um conflito religioso, por exemplo, objetos religiosos
podem ser afetados (Bíblias que se rasgam, terços e
imagens religiosas que se movimentam por si só, etc.). Ou em
um escritório onde há problemas de relacionamento entre
colegas de trabalho, são afetados objetos pessoais ou de uso
primordialmente de uma determinada pessoa envolvida nesses conflitos.
UM QUESTIONAMENTO que comumente se faz acerca
dessa explicação é: se todos nós temos
problemas, por que não somos, a todo momento, bombardeados
por eventos de tipo poltergeist? Infelizmente, a resposta é:
ainda não sabemos. Aparentemente, determinadas pessoas lançam
mão desse tipo de recurso para externalizar suas angústias
e expressar sua agressividade, reprimidos devido a circunstâncias.
Os poltergeists, então, teriam duas funções:
alívio de tensão e comunicação ou expressão
de conteúdos internos reprimidos, sendo esta última
talvez a função mais fundamental.
Explicando melhor: assim como certas pessoas buscam
alívio para seu estresse e tensões praticando algum
esporte, outras inconscientemente provocariam certos efeitos poltergeist.
Mas não provocariam o poltergeist de forma caótica.
Esses fenômenos têm uma lógica intrínseca,
que diz respeito ao contexto, à situação vivida
por aquela pessoa e pelo grupo em que ela está inserida. Nesse
sentido, os poltergeists funcionam de modo semelhante ao mecanismo
dos sonhos descrito por Freud.
Como disse em minha tese de doutoramento que estuda
os poltergeists enquanto linguagem: “De acordo com o ponto de
vista freudiano, o sonho serviria como um modo inconsciente de realização
de desejos e/ou satisfação de necessidades que nem sempre
podem ser realizadas ou satisfeitas por questões sociais, culturais
ou circunstanciais. (...) Os casos poltergeist analisados nos mostram
que os fenômenos poltergeist, assim como os sonhos, também
seriam meios de realizar e expressar desejos e necessidades. Mas os
poltergeists parecem dar um passo além dos sonhos. Enquanto
o sonho é uma metáfora mental de desejos e necessidades
e/ou de sua realização/satisfação, o poltergeist
parece ser a grande metáfora corporificada de uma crise ou
a realização efetiva de um desejo de agressão,
por exemplo. Os fenômenos poltergeist são externos, observáveis,
compartilhados, portanto, são sociais. Os sonhos, por sua vez,
só se tornam sociais quando se transformam em narrativas. Somente
quando contados a outras pessoas é que os sonhos são
compartilhados em alguma medida. Enquanto isso, o poltergeist, sendo
fruto da dinâmica psicossocial de um grupo, somente pode acontecer
de forma compartilhada. E é social também porque parece
ser um modo de tentar resolver algo que ocorre nesse ambiente”.
Portanto, os poltergeists funcionam como uma linguagem.
Essa conclusão tem respaldo no fato de que quando os problemas
que envolvem determinada família ou grupo que vivencia um poltergeist
são identificados e verbalizados, ou seja, as pessoas conversam
sobre seus descontentamentos e colocam os pingos nos “is”,
os fenômenos tendem a diminuir e cessar por completo. Assim
sendo, os poltergeists seriam um meio de expressão, uma linguagem
metafórica por meio da qual determinados indivíduos
expressam desejos, necessidades e agressividade quando essa expressão
é reprimida por causa da cultura, das convenções
sociais etc. Havendo a possibilidade de falar a respeito de suas angústias,
ou seja, de trocar essa linguagem metafórica pela linguagem
verbal, pela conversa, pelo diálogo, os fenômenos cessam.
OS POLTERGEIST CUMPREM SEU PAPEL de linguagem porque acabam por promover,
de uma forma ou de outra, a resolução dos problemas
que o motivaram. Ou seja, os problemas são comunicados metaforicamente
por meio das ocorrências que “forçam” uma
reflexão sobre essas questões.
Pessoas identificadas como agentes poltergeist comumente
não se reconhecem como tais, mas aos poucos acabam por identificar
as ocorrências com seus desejos e necessidades. Esse reconhecimento
e o aprender a lidar com essas angústias auxiliam também
na cessação dos fenômenos.
É importante lembrar que existem, de fato,
muitos eventos fraudulentos que imitam os poltergeists. Essas fraudes
podem ocorrer por vários motivos: alguém que tenta chamar
a atenção ou assustar as pessoas com as quais convive,
por exemplo. De qualquer forma, as fraudes e os chamados eventos poltergeist
genuínos parecem seguir a mesma lógica: expressão
de algo interno reprimido. Um idoso ou um adolescente que de propósito
forja eventos de efeitos semelhantes ao poltergeist podem ter a mesma
motivação que seria válida para uma outra situação
em que se daria um caso poltergeist propriamente dito. Dessa forma,
casos poltergeists, genuínos ou não, se comportam, se
estruturam como uma linguagem, compartilham de uma mesma lógica
e provocam efeitos, no mínimo, semelhantes. O estudo dessa
lógica e dos efeitos comuns certamente pode auxiliar na compreensão
não só dos casos poltergeists em si, mas também
do ser humano, em última instância.
Para além das características pessoais
de personalidade das pessoas envolvidas – que foram detectadas
por meio de testes psicológicos cuja eficácia é
questionável – há também questões
ambientais importantes que têm sido estudadas. A partir da década
de 1960, pesquisadores como Hans Bender (1907-1991) passaram a utilizar
instrumentos nas investigações para detectar, no local
das ocorrências, vibrações, energia eletrostática,
sons e mudanças de temperatura. Atualmente, William Roll e
outros pesquisadores de poltergeists, como Andrew Nichols e Michaeleen
Maher, continuam a utilizar tecnologia moderna nas pesquisas de campo.
Além disso, estudos, principalmente os realizados pelo pesquisador
Michael Persinger, investigam a correlação entre a atividade
geomagnética da Terra e a incidência de ocorrências
poltergeist.
Alguns poucos estudos fisiológicos também
têm sido realizados a fim de tentar descobrir se os chamados
agentes poltergeist teriam alguma característica fisiológica
específica que os faria propensos a desencadear os fenômenos,
mas ainda não foram encontrados resultados significativos.
A chave para uma compreensão mais abrangente
dos poltergeists ainda não foi encontrada. Parece haver uma
conexão entre aspectos psicológicos, físicos
e talvez fisiológicos que, em dadas circunstâncias, propiciam
essas ocorrências.
A investigação científica dos
poltergeists tem andado a passos lentos devido às dificuldades
de pesquisa, resultantes das peculiaridades desses eventos e dos obstáculos
enfrentados pelos pesquisadores. Apesar de todas essas dificuldades,
as muitas centenas de relatos de poltergeists registrados ao longo
da história da humanidade, especialmente nos três últimos
séculos, fornecem dados que dão pistas acerca das condições
e facilitação dessas ocorrências, e já
é possível contar com alguns avanços e teorias
a respeito dos mecanismos nelas envolvidos.
Esses avanços animam algumas importantes empresas
a investirem no estudo da possível aplicação
do potencial psicocinético humano. Pesquisas experimentais
são financiadas com a finalidade de descobrir meios de dominar
a gravidade e levitar objetos, acender e apagar as luzes com a força
do pensamento e coisas desse tipo. A AT&T, a Sony Corporation
e outras empresas japonesas de telecomunicações, além
da Fundação Bial, de Porto, Portugal, mantida por uma
importante indústria farmacêutica, já investiram
milhões em pesquisas com o objetivo de descobrir algo nesse
sentido.
No Brasil, há poucas investigações
científicas de casos poltergeist brasileiros divulgadas. A
maioria dos livros e trabalhos que tratam do assunto apresentam tendências
religiosas, principalmente espíritas ou católicas, antiespiritismo.
Mas uma nova geração de pesquisadores está se
interessando pelo tema, com promessas de novas pesquisas sem o envolvimento
de crenças e dogmatismos.