Quando nos deixamos levar pelas emoções
desordenadas, pelas paixões de toda ordem, a vaidade toma
conta do nosso “eu” e passamos a desejar o que é
do outro a qualquer custo.
Estes sentimentos aos pouco vão nos levando,
sorrateiramente, ao cume de um penhasco e, lentamente, empurrando-nos
em uma queda livre. Infelizmente só paramos para analisar
as perdas quando já estamos lá embaixo, esmagados
moralmente. E o mais difícil é levantar-se.
Muitos se comprazem neste sentimento negativo,
às vezes, até inconscientemente, entretanto, maculam
a quem o sente, bem como ao seu receptor, caso não esteja
preparado para tais investidas, destruindo assim relacionamentos,
lares, empregos e muito mais...
Necessitamos radiografar nossos sentimentos e pensamentos
mais íntimos, para que possamos analisá-los criteriosamente,
tratando-os com sabedoria e astúcia. É um sentimento
devastador e, não nos damos conta do tamanho do perigo quando
nos aproximamos dele. Saibamos sondá-los, analisá-los
e persegui-los trabalhando contra estes instintos primitivos.
Invejar é um desejo violento de querer ter
o que o outro tem, seja material ou imaterial, nem que seja à
força. Age camuflado e disfarçadamente com desculpas
descabidas justamente para tomarmos iniciativas hostis, fazendo
e trazendo o sofrimento a muitos.
Vamos subindo o penhasco e, ainda felizes da vida
por estar conseguindo a todo custo o que queremos. Porém,
são conquistas sem sentimentos verdadeiros, somente atraídos
pela arrogância e presunção achando ser o melhor.
É fatal, uma vez que já estamos aprendendo pela lei
divina uma lei chamada ação e reação,
ou seja, o que fizermos contra ou a favor de alguém receberemos
igualmente.
Quando fomentamos tais pensamentos devassadores,
damos muitos passos para trás, encaminhamo-nos a patamares
de dor e sofrimento incomensuráveis.
Chegamos a desejar ao outro o “mal” para garantir que
o nosso suposto “bem“ se realize, sofremos pelo que
o outro tem e não pelo que temos necessidade. Sentir inveja
é verdadeiramente querer a vida do outro.
Fugir da nossa, fugir de nossos compromissos espirituais
de aprendizado e acertos de contas neste estágio. Enfim,
vamos cavando um poço cada vez mais fundo, e o pior: ficamos
dentro dele e, logicamente, quanto mais cavarmos, mais teremos dificuldades
de sair, ficando ali até que a dor nos faça refletir
e analisar nossos erros e nos arrepender. Por conseguinte, irá
iniciar-se uma corrida às reações de nossas
ações, ao pagamento das dívidas que foram adquiridas
por nós.
Cada um tem no momento em que vive, exatamente o
que lhe é permitido por hora pela justiça divina,
precisamente por estar quitando dividas do passado. É certo
e óbvio que Deus quer que impulsionemos a nossa vida galgando
melhorias de toda ordem.
Entretanto, isto não quer dizer “fazer
do outro o nosso degrau”, deixando de viver a nossa vida para
viver a do outro. E mesmo que consigamos, a infelicidade será
uma constante para nós.
Lutemos contra tais emoções desordenadas,
entendendo que somente nos levam à decadência. Desejemos
sim, tudo o que quisermos, mas com equilíbrio, sentimentos
puros e verdadeiros traçados no bem, nunca por inveja e paixões
negativas, pois só de pensar já estamos apunhalando
o receptor. Tenhamos objetivos sim, e persigamo-los, porém
cuidemos para não jogar punhais em nossos companheiros de
jornada, porque, no caminho inverso da viagem, outros tantos certamente
estarão nos esperando impulsionados pela justiça divina.
Saiamos de um mundo de ilusão e sofrimento;
sejamos nós mesmos alcançando nossos próprios
objetivos, assim conseguiremos tudo o que queremos, e, o melhor,
com muita felicidade, sem remorsos e pesares atraindo uma reação
muito satisfatória.
Lutemos para ter o que necessitamos engrandecendo
nosso eu espírito com paz, amor, felicidade e sucesso, sem
desejar o que o outro tem.
Cuidemos do nosso jardim, porque o do vizinho cuidará
ele; o remédio para estas nossas doenças da alma é
a “espiritualidade”.
A verdadeira felicidade só é adquirida quando construímos
nossos castelos estruturados no próprio esforço, ordenados
pela ética e pela moral.