Em verdade, a praga “pega” quando lhe damos poder, isto
é, acreditamos nas pessoas que rogam a praga. Nesse sentido,
é comum muitas pessoas - no imaginário, no inconsciente
coletivo -, acreditarem, darem poder às crendices, às
superstições.
Tais crenças acabam fazendo parte da cultura de um povo, pois
são cultivadas e passadas por várias gerações.
Quem já não ouviu o comentário: “Fulano(a)
jogou uma praga e por isso a
minha vida está emperrada, não anda”.
Quando uma pessoa nos odeia e pragueja contra nós (envia vibrações
mentais de ódio, de maldição), se nos impressionamos,
dando importância às suas palavras e ficando temerosos,
é evidente que com isso ficaremos vulneráveis, e a praga
nos trará dano.
Não obstante, quero ressaltar que a praga nos “pegou”
não pelo poder do praguejador, mas pelo temor, pelo poder que
demos a ele.
Neste aspecto, as pragas pegam na proporção do medo
que sentimos, ao acreditarmos nas palavras proferidas por outrem.
Vendo desta forma, as vibrações mentais negativas de
uma praga não passam de mera fumaça, ilusão,
de superstição.
Certa ocasião, um paciente
me disse na entrevista inicial de avaliação: “Eu
evito usar cueca vermelha porque percebi que ela me causa impotência
sexual”. Portanto, ele atribuía à cor vermelha
da cueca “a causa” de sua disfunção erétil.
Em verdade, as superstições
tem sua origem nos dogmas religiosos.
Desde a antiguidade, lideres religiosos se aproveitavam das crendices
para manter o poder sob o povo, controlando as pessoas pelo medo,
pela idéia do pecado, da culpa. Portanto, se utilizavam (e
ainda hoje se utilizam) do expediente do medo para infundir na mente
das pessoas o temor a Deus e ao mal.
A bem da verdade, ninguém tem o poder de mudar, de influenciar
as nossas vidas a não ser nós mesmos.
Assim também ocorre em relação à hipnose.
O hipnotizador não tem o poder de hipnotizar uma pessoa se
esta não deixar, não permitir ser hipnotizada. Se o
mesmo não consentir, não quiser, não haverá
a indução, o aprofundamento hipnótico.
É comum muitos acreditarem que o hipnotizador tem “poderes
especiais”, “dons paranormais” para influenciar
as pessoas a seu bel prazer; é um grande mito, uma inverdade.
Na realidade, o que existe de fato é a auto-hipnose, pois o
hipnotizador é apenas um facilitador da indução
hipnótica do hipnotizado. Por conta dessas falácias,
muitos pacientes me procuram temerosos querendo que eu esclareça
melhor, com mais detalhes, como funciona a técnica da hipnose
no processo regressivo.
É um desserviço certos “profissionais” aparecerem
na mídia televisiva fazendo demonstrações circense
de seus “poderes hipnóticos”. Evidentemente, isso
só vem a reforçar o temor, a desconfiança da
população acerca da hipnose, ou seja, o receio de ser
controlado e ficar totalmente à mercê do hipnotizador.
Daí a pergunta clássica de muitos: “Não
é perigoso eu dormir na hipnose e não acordar mais”?
O mesmo ocorre quando o assunto é sobre Regressão de
Memória e a existência dos Espíritos.
O saudoso Dr. Hernani Guimarães
Andrade, grande pesquisador brasileiro da Reencarnação,
autor de vários livros sobre o assunto, fez uma advertência
aos que querem se iniciar nas pesquisas da Reencarnação
dentro de uma metodologia científica: “Entram em jogo
o emocional e as neuroses do observador e do observado, as paixões,
as crenças, os preconceitos e um número imenso de elementos
perturbadores, que normalmente invalidam tudo, até provas indiscutíveis”.
O físico Albert Einstein dizia que “É
mais fácil quebrar o núcleo de um átomo do que
os preconceitos humanos”. No meu entender, é preciso
adotamos uma atitude científica em nossas vidas, e não
precisa ser cientista para isso.
Atitude científica é o bom senso sistematizado, é
ser criterioso, cuidadoso, responsável, tomar cuidado com o
que você acredita.
É não entrar no “achismo” (eu acho que...)
ou no “alguém falou que”... sem ter a própria
vivência, experiência a respeito de um determinado assunto.
É sermos livres pensadores sem nos prendermos a dogmas religiosos,
filosóficos ou científicos.
O grande fisiologista Claude
Bernard disse em seu livro “Introdução
ao Método Científico”:
“Quando um fato contraria
uma teoria dominante, abandone essa teoria e conserve esse fato
mesmo que essa teoria seja defendida pelas maiores autoridades da
época”.
Segui o seu conselho, abandonei a
psicologia tradicional (era antes psicanalista), pois os fatos, as
evidências clinicas, os relatos de meus pacientes ao se submeterem
à regressão de memória iam frontalmente contra
o que aprendi na Faculdade de Psicologia a respeito da psique humana.
Não fui treinado a lidar com
espíritos obsessores, vida após a morte, reencarnação,
mundo espiritual, mentores espirituais, doenças e relacionamentos
cármicos, leis espirituais, etc. Não me ensinaram a
ter fé na vida e na nossa essência divina, ou que somos
espíritos imortais, seres de luz, uma fagulha de Deus.
Na vivência terapêutica
com os mentores espirituais de meus pacientes, passei a acreditar
no poder do amor, do bem, da positividade, nas presenças espirituais
amigas do Astral Superior e, principalmente, no nosso Criador, em
transformar profundamente as nossas vidas. E acabei criando a minha
própria abordagem terapêutica: A Terapia Regressiva Evolutiva
(TRE). Nesta nova abordagem terapêutica, busco resgatar o sentido
original da palavra Terapeuta que na Grécia Antiga é
“aquele que conduz até Deus”, ou seja, aquele que
leva o paciente a redescobrir a sua natureza divina.
Caso Clínico: Impotência
Sexual
Homem de 35 anos, solteiro.
Veio ao meu consultório por
conta de sua impotência sexual com a namorada. Já na
sua primeira relação sexual com ela teve uma disfunção
erétil. Antes dela, o paciente não apresentava nenhum
problema de ereção com as mulheres.
Fez vários exames médicos, e não constataram
nenhuma anormalidade.
Passou por um psicólogo, mas não apresentou melhoras.
Com o insucesso na primeira relação sexual com a namorada,
começou a sofrer por antecipação ficando muito
ansioso, preocupado com o seu desempenho sexual. A ansiedade de desempenho
o levava, obviamente, a não ter uma boa ereção.
Desta forma, o ato sexual passou a ser para ele uma obrigação
e não uma fonte de prazer.
Ao regredir me relatou:
“Sinto o meu corpo bem leve
e dormente...
Estou vendo algumas imagens, uma época medieval, um campo
de batalha, homens com armaduras correndo a cavalo. Vejo sangue,
muitas mortes”.
- Você consegue se ver nessa
cena? - Peço-lhe.
“Sou homem, uso uma malha
metálica, um protetor que cobre o meu peito. Uso também
uma armadura. Estou correndo a cavalo, matando muita gente com a
minha espada (pausa).
Tenho a impressão que fui capturado pelos inimigos.
Estou agora dentro de uma grade de madeira esperando o meu julgamento.
Eles queriam muito me capturar e conseguiram.
É noite, vejo uma fogueira no centro do acampamento. Há
muitas pessoas em volta da fogueira, dentro de uma floresta. Fui
capturado sozinho, alguns de meus homens conseguiram escapar, e
outros morreram lutando. Eu era o líder daquele grupo”.
- Vai prosseguindo nessa cena - Peço-lhe.
“Estou sendo julgado por
um homem idoso, cabelos longos e grisalhos. Ele é um feiticeiro,
veste um casaco acinzentado.
Estão me levando e fico de frente pra ele. Todos estão
rindo de mim.”
- Como você se sente? - Pergunto
ao paciente.
“Quero sair desse lugar, mas
não tem como. Pensei, quando me capturaram, que eles iriam
me matar, mas não vão fazer isso” (pausa).
- Prossiga nessa cena e veja o que
acontece com você - Peço-lhe
“Esse senhor idoso fala alguma
coisa para mim e encosta o seu cajado (na ponta tem uma bola de
vidro e algo dentro) na minha cabeça. Não entendi
o que ele disse, mas as pessoas à minha volta entendem e
riem de mim.
Tenho a impressão de que ele me amaldiçoou”.
- Que tipo de maldição?
- Pergunto-lhe.
“É algo relacionado
a eu não poder mais ter filhos”.
- Por que ele lhe amaldiçoou?
- Pergunto-lhe.
“Tenho a impressão
de que ele fez isso porque se me matasse eu iria me tornar um herói,
um mártir de meu povo.
Portanto, me amaldiçoando, não teria forças
para lutar contra ele e, sem filhos, não teria descendentes
para perpetuar o meu reinado.
Após a maldição, eles fazem um ritual com cânticos
e batem na minha cabeça por trás. Eu acabei desmaiando
(pausa).
- Prossiga nessa cena e veja o que
lhe acontece?
“Acordei, estou de frente
ao meu castelo. Estou com a boca e a minha cabeça ferida,
sangrando. Tento me levantar, mas caio novamente. Alguém
me resgatou e me levou para dentro do castelo. Tenho uma esposa,
mas não a vejo direito. Depois da maldição,
não consegui mais ter relação sexual com ela,
fiquei impotente (pausa).
Sinto que essa esposa é a minha namorada da vida atual (paciente
começa a chorar).
Eu não me conformo em ter impotência sexual com a minha
esposa nessa vida passada... as brigas começaram por conta
desse problema.
Faz sentido o fato de na vida atual também não me
conformar com o meu problema de impotência e brigar com a
minha namorada. Estamos repetindo os mesmos padrões de sentimentos
e atitudes dessa vida passada (pausa).
- Prossiga nessa cena – Peço
ao paciente.
“Não tendo filhos,
não teria um sucessor para continuar o reinado. Isso, evidentemente
iria favorecer aquele maldito feiticeiro”.
- Avance mais para frente nessa cena
- Peço-lhe.
“Eu decido voltar para o campo
de batalha e lutar contra o feiticeiro. Achava que se o matasse,
iria me livrar daquela maldição.
Mas não consegui vencer essa batalha. Eu me vejo caído,
morto com uma lança cravada no meu olho”.
- Vá para o momento de sua
morte e perceba quais foram seus últimos pensamentos e sentimentos
- peço-lhe.
“Eu só penso em me
vingar, matá-lo e me curar. Sinto muito ódio dele
por ter me amaldiçoado”.
- Veja o que acontece com você
após sua morte – pergunto.
“Eu olho o campo de batalha
e vejo os meus homens mortos no chão”.
- Como você se sente? - Pergunto-lhe.
“Eu ainda tenho vontade de
derrotá-lo, mas algo me bloqueia a entrar naquela floresta
para ir atrás daquele feiticeiro”.
- Veja o que acontece com você
- peço-lhe novamente
“O castelo onde morava virou
ruína, ninguém mais habita lá. Não tenho
noção de quanto tempo se passou após a minha
morte; não sei porque, mas ainda fico vagando como fantasma
perto do castelo. Na verdade, fiquei preso a esse lugar pelo ódio
que nutria por aquele feiticeiro (pausa).
Estou vendo agora uma luz branca, bem intensa... É uma mulher
vestida de branco”.
- Quem é essa mulher? –
Pergunto-lhe.
“É uma entidade espiritual,
é a minha mentora espiritual.
Fala que não preciso mais ficar nesse lugar. Fala também
para eu esquecer o que passou, e diz que novas oportunidades me
serão dadas. Pede para sair desse lugar e ir com ela. Atravessamos
uma região escura, não sei para onde ela me leva”.
Na sessão seguinte, o paciente
me diz:
“Vejo uma luz branca e no
centro é dourada.
É a minha mentora novamente; outros seres de luz a acompanham;
eles estão aqui no consultório. Esses seres de luz
me cobrem com uma manta. Vejo quatro seres de luz, um de cada lado
do divã. Sinto um leve arrepio na bolsa escrotal do meu órgão
genital. A minha mentora me diz:
“O amor é a cura
da alma, e a sua também. Deus está sob tudo e sob
todas as coisas. Não há maldição que
resista a esse Poder e o seu Poder. Acredite nisso!
Agora estou sentindo um arrepio
no lado esquerdo de minha cabeça. Ela volta a me dizer:
“Você deve procurar
perdoar pelo ódio que sentiu no momento de sua morte naquela
vida passada. Não deve temer, só acreditar em Deus
e pedir a ele. Não há o que temer e nem se preocupar.
Bendito o homem que acredita em Deus”! (paciente começa
a chorar).
Após passar por mais 4 sessões
de regressão, o paciente estava mais tranqüilo, mais autoconfiante,
não estava mais preocupado com o seu desempenho sexual, pois
estava tendo um relacionamento sexual normal com a namorada.