Rita Foelker

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Um professor de língua portuguesa da sexta série – alunos por volta dos 11 ou 12 anos – deu como tarefa aos alunos a conjugação de alguns verbos. Quais? Cito alguns deles: amar, beijar, ficar, chupar, trepar. Não é preciso comentar mais nada, concordam?
Rosely Sayão em “As tarefas que a escola não cumpre” – S.O.S. Família, Folha Online, 23.09.0)

 

É um princípio aceito em Educação aquele que diz que o educador precisa conhecer o universo do educando, buscando aproximar-se de seus interesses, na criação de atividades e estratégias.

O educando deve perceber as relações entre a aprendizagem e sua prática, entender onde aqueles conhecimentos se encaixam no seu cotidiano e fazem sentido em sua existência.

Mas quando é que de fato conseguimos isto, e quando é que fazemos uma grande confusão, misturando o pedagógico com o antipedagógico? Quando é que nos tornamos permissivos e, conseqüentemente, perdemos a coerência com a Educação (com “E” maiúsculo) pela qual trabalhamos?

Este é o tipo de reflexão que pais e professores precisam começar a fazer, diante de fatos como o narrado acima e outros, que ouvimos por aí.

Afinal, o que é aproximar-se dos interesses do educando? Será que, para se atingir este objetivo, valem as músicas de gosto duvidoso, exaltando uma sensualidade fora de contexto ou uma violência estúpida? Valem as historinhas e desenhos vazios, de personagens bobos que aparentemente só existem para criar uma marca e incentivar ao consumo? Será que vale fazer de conta que se é “antenado” com o presente, na tentativa de estabelecer algum tipo de cumplicidade com os alunos, enquanto se perde o contato com as idéias perenes de ética, respeito e dignidade?

Reconheço que muitos professores dizem “não saber mais de que recursos lançar mão, para deixar algo nas cabecinhas avoadas dos alunos”.

Contudo, a situação parece-me um pouco pior: parece que perdemos referenciais de decência, beleza, cultura, bom senso e bom gosto.

Cresci num meio em que o universo infantil era povoado de sonhos bonitos, contos-de-fada, músicas inteligentes, imaginação e colorido. Onde o afeto e o carinho eram incentivados e onde as pessoas buscavam Deus, mesmo que através de sua compreensão religiosa particular, onde se faziam preces antes de dormir e ao acordar.

Então, o que me parece é que não estamos nos aproximando do universo infantil, quando aplaudimos suas “dancinhas” baseadas em coreografias questionáveis e quando incentivamos a uma sensualidade precoce. Estamos, é impondo o lixo do universo adulto aos seus corações que mereceriam algo muito, muito melhor.

 

 

Fonte: Fonte: Site da FEAL em 01/01/2005 – www.feal.com.br

http://www.terraespiritual.locaweb.com.br/espiritismo/artigo2149.html

 




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