Todo espírita consciente, coerente e, sobretudo, responsável
deve fazer de tudo para preservar os postulados da doutrina, ou seja,
procurar praticar o Espiritismo com fidelidade à sua obra básica,
contida nos livros organizados por Allan Kardec.
Kardec é a base!!! Isto é fundamental
e indiscutível.
Relembremos Chico Xavier, considerado o mais importante
espírita do Brasil, quando começou a sua missão
recebeu a proposta de um especial amigo espiritual, o Emmanuel, que
se proporia ser o coordenador de toda a sua obra, o seu orientador,
amigo sempre disposto ao seu lado, mas que teve um cuidado muito especial
de orientá-lo logo no início:
- “Chico. Se qualquer dos meus ensinamentos
deixar alguma dúvida em você, fique com Kardec”.
Se a proposta daquela missão era falar sobre
o Espiritismo e ensinar o Espiritismo, enriquecer a cultura espírita,
o próprio benfeitor deixou muito claro que a base é
Kardec.
Analisemos, também, um outro aspecto aqui.
Conforme consta na Introdução de “O
Livro dos Espíritos”, a expressão “Espiritismo”
foi criada por Allan Kardec, exclusivamente para denominar aquela
nova doutrina que surgia no mundo, praticada conforme aqueles postulados.
Ao mesmo tempo, foi criada também a expressão “espírita”
para identificar o seguidor daquela doutrina.
Isto nos remete a entender que só é
Espiritismo aquilo que é praticado de acordo com a doutrina
que nos é ensinada, em conformidade com aquilo que
chamamos de “Obras Básicas”, que nada mais é
que o conjunto de livros que traz a assinatura Allan Kardec, que não
deve ser constituída apenas por cinco livros, conforme querem
algumas lideranças do movimento, mas, também por outros
dois livros que são o “O que é o Espiritismo”
e “Obras Póstumas”.
Pronto. Esclarecido isto, o nosso bom senso deve chegar
a conclusão de que não tem o menor sentido alguém
querer rotular também como Espiritismo outras doutrinas e práticas
religiosas.
Por mais respeito e carinho que podemos ter com os
nossos irmãos Umbandistas, por exemplo, onde encontramos de
fato muita humildade, sinceridade de propósitos e amor ao próximo,
não tem o menor sentido querermos identificá-los
também como espíritas, sob argumentações
de que devemos ser caridosos para com eles, porque não é
isto que é Caridade.
A Umbanda utiliza-se de determinadas coisas que não
encontramos na obra básica de Kardec, que são, por exemplo,
os altares, as defumações, as imagens, vestimentas especiais,
rituais, obrigações, bebidas etc...
Estou afirmando, então, que a Umbanda está
errada, por utilizar essas coisas?
Não! Não é nada disto. Não
estamos entrando no mérito de julgar o que é certo e
o que é errado aqui e nem discutindo o que é bom e o
que é ruim. Estamos apenas convidando pessoas ao raciocínio
para um melhor entendimento do que é uma coisa e do que é
outra coisa.
A Umbanda já tem a sua denominação
própria, “Umbanda” e não precisa de nenhuma
outra emprestada.
Se eu, em nome da minha liberdade de achar o que quero, e de pensar
da maneira que me é mais conveniente, resolvo misturar maracujá,
água e açúcar e dizer que aquilo é uma
limonada, queiram ou não eu estou errado. Para ser identificado
como limonada, tem que ser limão, água e açúcar.
Com maracujá, não! É também um suco ou
um refresco, mas deve ter qualquer outro nome, menos limonada que
já é um nome criado exclusivamente para a mistura de
limão, açúcar e água.
Mas um suco de maracujá não é
bom?
É bom sim, uma laranjada é bom, como
também é bom um suco de goiaba, morango, manga, melão
e vários outros. Só não podem ser chamados de
limonada!!! Cada coisa no seu devido lugar.
Esta matéria visa discutir a frase muito utilizada
no movimento espírita: “Isto não é
Espiritismo!!!”.
Conforme foi dito no início da matéria,
todo espírita consciente deve ter o cuidado e a responsabilidade
de deixar bem claro para as pessoas o que é e o que não
é Espiritismo, sem a menor preocupação se vai
ou não agradar ao seu interlocutor.
Lembro-me em Belém do Pará, quando,
com menos experiência, comecei a ser muito conhecido como espírita,
devido a grande coluna semanal que eu tinha no jornal “O Liberal”
e também nas entrevistas dadas no rádio e na televisão,
sempre disposto a dizer também sobre o que não era Espiritismo.
Invariavelmente eu era chamado a atenção por alguns
confrades, da União Espírita Paraense, que eu deveria
evitar escrever e falar sobre o que não era Espiritismo, sob
a argumentação de que o fato de falar sobre o que é,
implicitamente está dizendo às pessoas o que não
é.
Didaticamente não é bem assim; as pessoas
precisam, sim, saber também o que não é.
Pois bem, vamos discutir o tal “Isto não é
Espiritismo!!!”
Estão corretos os confrades que, com tanta
veemência, utilizam-se muito o “Isto não é
Espiritismo!!”?????????
Sob o ponto de vista da preocupação
em querer preservar a doutrina, para evitar mistificações,
enxertos, misturas e o que normalmente eu chamo de “espiritismo
à moda da casa” estão corretos, sim. Eu também
faço isto.
O grande problema está na lamentável
falta de dosagem que existe nesta utilização no meio
espírita.
Dosagem é fator fundamental em tudo, nas nossas
vidas.
Se um médico nos passa um remédio para
tomarmos 3 cápsulas por dia, ou seja, uma de 8 em 8 horas e
resolvemos, deliberadamente, tomar apenas 1 cápsula por dia,
certamente não teremos a enfermidade curada, teremos complicações.
Se, com a mesma liberalidade, resolvermos tomar 1 comprimido de 2
em 2 horas, ou seja, 12 cápsulas por dia, certamente não
teremos também o problema resolvido e, muito pelo contrário,
terei sérias complicações.
A dosagem é de 3 cápsulas por dia, e
acabou.
É exatamente a falta de dosagem que faz com
que muitas coisas, que têm objetivos nobres e úteis,
terminem por proporcionar resultados desastrosos.
Quando digo para uma pessoa, que conduz um determinado
centro, que o que ela faz naquela casa não é Espiritismo,
mas antes me habilito muito bem a estudar profundamente a essência
espírita, o pensamento de Kardec e dos Espíritos da
Codificação, eu estou agindo em coerência, com
fidelidade à Doutrina e fazendo um grande favor ao Espiritismo.
Todavia, quando eu reprovo o que o confrade está
fazendo, sob a argumentação de que não é
Espiritismo, apenas achando que a minha interpretação
pessoal da doutrina, a forma como eu acho que é a doutrina
e que eu suponho ser o certo, deixa de ser coerência e fidelidade
doutrinária para ser presunção e intolerância.
Está aí a identificação
de um dos maiores problemas enfrentados pelo Espiritismo para o seu
desenvolvimento junto a humanidade.
É gigantesco o número de espíritas
que está fora do centro e até que diz querer distância
do movimento espírita.
Isto não é bom. Não é
nada agradável e nenhum espírita que verdadeiramente
ama a doutrina pode ficar satisfeito com uma coisa dessa.
Isto não é Espiritismo!!!!
Impressionante, mas há em quase todas as cidades
do Brasil, e nas diversas localidades do exterior onde existem movimentos
espíritas, pessoas fantásticas, maravilhosas, dedicadas,
sérias, dinâmicas, honestas, dignas e altamente dispostas
a trabalharem pela difusão do Espiritismo que enfrentam barreiras
terríveis proporcionadas pela língua de outros confrades
que não se limitam apenas ao falar e criticar, mas estendem-se
ao sabotar, boicotar e desenvolver todos os esforços para impedirem
que o companheiro trabalhe.
Calma aí! Eu não estou falando daquelas
pessoas que inventam todo tipo de maluquice dentro do centro espírita,
dizendo que é Espiritismo. Não estou falando de gente
que ensina banho de sal grosso, como sendo Espiritismo; gente que
pede para a mulher trazer a cueca do marido para ser rezada, como
se fosse Espiritismo... não é nada disto.
Estou falando de gente séria mesmo, gente honesta
e gente responsável que conhece a Doutrina, estuda também
a Doutrina, tem consciência do Espiritismo e desenvolve trabalhos
maravilhosos, que não são do agrado de outras que sempre
acham que sabem mais do que todos e até se postam como donas
exclusivas da verdade.
Este é o grande problema.
Onde estão os limites do “Isto não
é Espiritismo!!!” e onde está a dosagem disto?
Se eu faço uma palestra e dedico-me algum tempo
a dissertar sobre a Irmã Dulce e Dom Hélder Câmara,
por exemplo, estou enquadrado no patrulhamento do “Isto não
é Espiritismo!!!” pelo fato dela e ele terem sido religiosos
católicos e não espíritas?
Eu não posso, numa palestra, referir-me a uma
música, e até cantar um trecho dela, que tem uma letra
altamente edificante, educativa e de amor, sob a argumentação
do “Isto não é Espiritismo!!!”?
Meu amigo e minha amiga, vejam um fato que eu testemunhei,
envolvendo um dos mais expressivos nomes da história do Espiritismo
no mundo, Divaldo Pereira Franco, um homem, bom, sério, honesto,
digno e cem por cento comprometido com o Espiritismo, na sua essência.
Desde o ano de 1959, todos os anos o tribuno baiano
era convidado e viajava para uma determinada capital de um Estado
neste País, a fim de proferir três palestras, em três
dias distintos, sempre para um público bastante expressivo.
No ano de 1987, como de costume, ele foi novamente
a essa cidade, com as três palestras programadas.
Acontece que em uma das suas palestras ele dedicou
maior parte do tempo a falar sobre o Sathia Sai Baba, dando ênfase
à sua proposta educacional, ao seu compromisso de levar pessoas
a mudanças nas suas condutas morais e sobretudo na consciência
da reencarnação daquele líder indiano, enaltecendo
as suas qualidades espirituais evidentes.
A palestra entusiasmou a enorme platéia presente,
onde tinha gente até sentada no chão, ocupando todos
os espaços dos corredores, tamanho o interesse pelo orador
que sempre transmite mensagens edificantes, à luz da doutrina
espírita. Ao final foi aplaudido calorosa e demoradamente por
toda a platéia.
Sabe o que aconteceu depois?
A liderança espírita local achou que
Divaldo Franco estava trazendo o “orientalismo” para a
casa espírita, estava mistificando e promovendo enxertos na
doutrina, e simplesmente deliberou em colocá-lo de castigo,
decidindo por nunca mais chamá-lo a fazer palestras naquele
Estado.
Falar em Sai Baba é alguma coisa que está
inserida dentro do “Isto não é Espiritismo!!!”,
por mais que se trata de uma personalidade que, além de estar
identificado com um ser de educação, de amor e de notável
proposta de elevação espiritual, nos trás excelentes
ilustrações, com o exemplo da sua própria vida,
para entendermos melhor a questão da reencarnação,
este assunto que, por incrível que pareça, é
pouquíssimo estudado no movimento espírita.
Não documentaram a decisão, obviamente.
Também não deram conhecimento público à
decisão que, normalmente, quando isto acontece é de
forma muito fechada, restrita a um grupo pequeno, porém com
um grande efeito devastador.
Houve um “agravante”. Além de ter
falado sobre Sai Baba, o mesmo Divaldo, um ano antes, em 1986, havia
pedido a mim, na época apenas um colaborador que instalava
os equipamentos de som nos ambientes para as grandes palestras, que
colocasse a “Ave Maria de Gounod” ao final da sua palestra,
naquele momento em que ele costumeiramente começa a pronunciar
a “Prece da Gratidão”, o que foi atendido por mim,
atitude que gerou um seríssimo problema com a direção
do movimento espírita local, de forma muito enérgica,
no local mesmo, diante de todo o público. (Guardo tudo filmado,
até hoje).
Colocar uma música ali, para uma prece, mesmo
suave e dentro daquele padrão que normalmente é utilizado
para preces, corresponde a algo como se fosse um crime hediondo.
Enfim. Divaldo só voltou àquela cidade
sete anos depois, mesmo assim por insistência e pressão
de minha parte, atendendo a um apelo público que queria vê-lo
novamente e não conseguia entender os motivos pelos quais nunca
mais ele fora lá. Mas ficou marcado ali. De lá para
cá, quase 20 anos depois, não tem voltado mais lá
com a freqüência de antes.
É por isto que pergunto: Onde estão
os limites do “Isto não é Espiritismo!!!”?
Muitos dos meus leitores, costumeiramente, me perguntam
o que eu acho da prática da Cromoterapia no
Centro Espírita, assim como da prática do Reick,
da Apometria e de outras que algumas instituições
utilizam.
É aí que eu procuro consultar o bom
senso e identificar a dosagem correta, para não colocar apenas
meia colherzinha de açúcar no café ou exageradas
três colheres de sopa no mesmo café. Nada pode ser 8
ou 80.
Vejam bem: O fato de determinadas coisas serem boas,
não fazerem mal a ninguém, não quer dizer que
necessariamente têm que ser levadas para o Centro Espíritas
e praticadas como sendo Espiritismo.
A Cromoterapia, por exemplo, é
alguma coisa que já tem comprovações científicas
e resultados satisfatórios, fazendo bem a muita gente; mas
é Cromoterapia e não Espiritismo.
A Odontologia também é boa; tem que
ser levada para o centro espírita?
A Dermatologia, a Arte Culinária, a Massoterapia,
a Programação Neuro Lingüística e inúmeras
outras coisas maravilhosas são, de fato, coisas muito boas.
Por isto tem que ser levadas para a casa espírita, só
porque um dos seus dirigentes gosta muito?
O Centro Espírita é lugar para
estudar Espiritismo. As suas salas já são insuficientes
para o estudo da doutrina, o número de instrutores já
é insuficiente em quantidade e sobretudo em qualidade, o número
de horas e de dias de atividades na semana já é insuficiente,
uma vez que a maioria dos centros fica mais fechado do que aberto,
os espíritas pouco conhecem a doutrina, inclusive os dirigentes,
e nós ainda vamos usar esse insuficiente espaço e esse
reduzido tempo para ocupar com outros ensinamentos?
Mas de repente você diz: Alamar, eu já
não estou entendendo mais nada. Você não está
sendo contraditório nesta abordagem? Você acaba de defender
o Divaldo, na tal cidade que citou, por ter falado em Sai Baba, agora
está falando o contrário?
Não, claro que não. É exatamente
neste ponto que quero convidar os espíritas à indispensável
dosagem.
Quando Divaldo falou em Sai Baba, na palestra, ele
levou ao público ensinamentos ilustrados de exemplos mais claros
da questão da reencarnação, que tem tudo a ver
com o Espiritismo, uma vez que aqui no Brasil a maioria dos espíritas
apenas crê na reencarnação, quando no caso citado
existem culturas que sabem da reencarnação, o que é
muito mais forte. Por outro lado, um Sai Baba que apresenta propostas
de reforma íntima do ser, educação e necessidade
de melhor trato no ser espiritual de cada um de nós, claro
que tem tudo a ver com o Espiritismo.
Não houve nenhuma espécie de implantação
da “Babaterapia”, da “babametodologia” da
prática espírita ou coisa parecida.
É diferente de alguém que passa a gostar
da piramidologia, de repente instala uma pirâmide numa das salas
do centro e manda que as pessoas, após as palestras, retirem
os seus sapatos e deitem um pouquinho embaixo da pirâmide, a
fim de receberem energias benéficas do alto.
É diferente da casa espírita que resolveu
adotar, depois das palestras, que as pessoas se dirijam para uma sala,
para determinado trabalhador da casa optar se bota uma toalhinha vermelha,
verde, azul, amarela ou qualquer outra cor em cima da sua cabeça,
muitas vezes até confundindo a Cromoterapia, que é um
tratamento que se faz com luzes coloridas e não simplesmente
com toalhinhas coloridas.
Não é a mesma coisa.
O “Isto não é Espiritismo!!!”
é alguma coisa que deve ser feito, sim, mas com mais responsabilidade
quanto a filtragem, para não continuar sendo, como é,
um instrumento de presunção de alguns e até mesmo
de descarregamento de rancor em relação a confrades
ou, muitas vezes, até inveja.
A obra “Violetas na Janela”
foi muito criticada e proibida de ser vendida em vários centros
espíritas. Hoje nem tanto porque tem outro fator que tem pesado
de certa forma: “Os livros de Petit dão dinheiro pra
casa”, então já não sofre tanto quanto
há algum tempo atrás. Mas a intolerância em cima
da obra foi e continua sendo grande demais. Ela é uma das que
está citada dentro do “Isto não é Espiritismo!!!”
Analisemos por outro ângulo: Quantos e quantos
milhares, talvez até milhões de brasileiros, esta obra
não trouxe para o Espiritismo, graças à forma
como é apresentada?
Não valeu a pena? Claro que valeu!!! Viva “Violetas
na Janela” e viva a Editora Petit!!!
Quantos milhões de pessoas a nossa querida
Zíbia Gasparetto, tão massacrada hoje pelo movimento
espírita, não trouxe e continua trazendo para o Espiritismo?
Sei que muita gente tem o Flávio, da Petit,
atravessado na garganta. Mas o que incomoda não é a
obra não e sim o sucesso extraordinário que a sua editora
faz no Brasil. Da mesma forma a dona Zíbia,
uma das escritoras “top de linha” do Brasil. Por que o
sucesso de alguns incomodam tanto em nosso meio?
Se alguma obra tem alguma coisinha que não
está bem dentro do postulado espírita, não tem
problema. A pessoa veio para o centro? Ótimo, então
aproveitemos nós, que nos julgamos sabedores de tudo de Espiritismo,
e botemos essas pessoas para estudarem as Obras Básicas, que
elas vão entender o Espiritismo como deve ser entendido, e
terá valido a pena.
A onda também é baixarem o sarrafo no
José Medrado, porque ele não se limitou a ser simplesmente
um palestrante espírita no modelo dos outros, ou seja: “Meus
irmãos, que a paz de Jesus esteja com todos. Na palestra de
hoje, vamos falar sobre a visita do Mestre Jesus a Zaqueu”.
Ora, ele criou um estilo diferente, é um verdadeiro
“show man”, canta, sacode, brinca, conta casos e piadas,
mas sempre deixa um puxão de orelhas nas pessoas, fazendo-as
refletir sobre questões de ordem moral a espiritual. Fala o
tempo todo no Espiritismo, desperta nas pessoas a atenção
pelo Espiritismo, pelo conhecimento da doutrina.
Será que isto não vale a pena? Para
o seu trabalho valer a pena ele tem que, necessariamente, citar a
questão A ou B de O Livro dos Espíritos?
Todas as pessoas que vão ver as palestras do
Medrado, vão a um evento espírita, invariavelmente terminam
indo para a casa espírita depois, porque sempre saem de lá
empolgadíssimas com o Espiritismo, porque ouviram o médium
José Medrado, e quando se fala em médium, obviamente
vinculam ao Espiritismo, esta que é a verdade.
Compete ao pessoal da casa espírita, altamente
preparado, conduzi-las bem ao estudo, sobretudo das obras básicas,
ao interesse por outras obras notáveis, como Leon Denis,
Dellane, Geley, Bozzano e vários outros que consolidam
o conhecimento espírita.
O pior é que a maioria também não
conhece essas obras, por isto as deixam sempre embaixo do alqueire.
Quem achar que o Alamar está exagerando, que dê uma bisbilhotada
no centro onde freqüenta, que certamente tem uma livrariazinha,
e procure por estas obras, pra ver onde é que estão.
Gente, vamos ter mais cuidado com o “Isto não
é Espiritismo!!!”.
Conhecer Kardec não se resume apenas em decorar as 1018 questões
de “O Livro dos Espíritos” não. É
fundamental entendermos o pensamento de Kardec, a cabeça de
Kardec, a essência de Kardec, o homem avançado, atualizado,
acompanhador dos avanços tecnológicos e “pra frente”
que sempre foi Kardec para praticarmos um Espiritismo melhor e mais
bonito.
Retiremos este Kardec Coloquemos este Kardec
Não tenhamos dúvidas de que se o Kardec
se materializasse aqui hoje, com certeza absoluta a primeira coisa
que ele faria era ter um computador, ligado à internet, com
MSN instalado, SKYPE, câmera e tudo, pra viver falando daqui
com Divaldo, onde ele estivesse, com Wanderley, nos Estados Unidos;
Charles Kempf, na França; Isabel Saraiva, em Portugal; Fábio
Villarraga, na Venezuela; Edwin Bravo, na Guatemala; Nestor Masotti
e um montão de gente.
Esse negócio de dizer que praticamos uma doutrina
“racional” e que somos seguidores de uma fé “racional”
é bonito e chique demais. Mas pensemos bem: quem raciocinou
em cima do Espiritismo? Eu? Você? Ou estamos pegando carona
nos raciocínios de Kardec, de Denis e de outros?
Procedamos, então, uma mudança radical
em cima disto. Tenhamos mais responsabilidade em qualificar com “Isto
não é Espiritismo!!!” apenas em cima de coisas
que de fato não sejam Espiritismo, para não destruirmos
os ideais de tantos valorosos trabalhadores pela doutrina, para não
multiplicarmos a antipática intolerância que tem afastado
tanta gente dos nossos centros, cada vez mais carentes de trabalhadores.
Unamo-nos neste momento fantástico que a Rede
Globo está dando tanta força para o Espiritismo, com
suas novelas, para uma considerável mudança cultural
em nosso País, que certamente terá brilhantes conseqüências
de ordem moral.
Carinhosamente.