Divaldo foi um dos principais divulgadores
do Espiritismo no Brasil e no mundo, por isso, foi apontado como uma
espécie de sucessor de Chico Xavier, um dos mais importantes
expoentes do espiritismo. Ao longo de sua trajetória, realizou
mais de 12 mil conferências em cerca de 2.000 cidades brasileiras
e visitou mais de 60 países.

Divaldo Franco morre em Salvador aos 98 anos
Nascido em Feira de Santana, líder religioso
se destacou por forte trabalho humanitário
por Carol Neves e Roberto Midlej
Reportagem Correio da Bahia
O velório será realizado
no Ginásio da Mansão do Caminho, das 9h às 20h,
desta quarta-feira (13/05/2025). O enterro está marcado para
quinta (14/05/2025), às 10h, no Cemitério Bosque da
Paz, no bairro Nova Brasília.
O câncer foi diagnosticado depois
que Divaldo sentiu um desconforto urinário. Ele continuou o
tratamento em casa, com períodos de internação.
Em abril, a Mansão do Caminho informou que Divaldo tinha concluído
o tratamento e estava em remissão, mas estava com dificuldade
para reter nutrientes e precisava de uma sonda para se alimentar.
Apesar dos problemas de saúde, o médium seguiu lúcido
até o fim.
Divaldo era responsável por um Centro Espírita e pela
Mansão do Caminho, no bairro de Pau da Lima, em Salvador. O
espaço tem mais de 80 mil metros quadrados, uma área,
portanto, equivalente a mais de dez campos de futebol. Hoje, existem
ali mais de 50 edificações, onde funcionam creches,
escolas, cursos técnicos e de informática, panificadora,
centro médico. O trabalho social feito pelo centro ajudou a
mudar muitas vidas.
A desencarnação de
Divaldo Pereira Franco representa um marco histórico ao movimento
espírita brasileiro e mundial. Mais do que o encerramento
de uma trajetória pessoal notável, testemunhamos o
fim de uma era caracterizada por médiuns cuja projeção
pública e longevidade conferiram ao Espiritismo uma visibilidade
e uma respeitabilidade únicas, embora não isentas
de tensões doutrinárias e desafios interpretativos.
por Marco Milani - Professor da Unicamp e
um dos pesquisadores da Liga de Pesquisadores do Espiritsmo - LIHPE
https://educadorespirita1.blogspot.com/2025/05/alem-do-carisma-reflexoes-sobre-o-fim.html
Mediunidade começou cedo
Nascido em Feira de Santana em 5 de
maio de 1927, Divaldo estudou na Escola Normal de Rural daquela cidade
e obteve o diploma de professor. Mesmo antes de nascer, ele tinha
a pecha de "anormal". “Dona Anna Franco, a senhora
ficou grávida aos 44 anos. Não é ‘barriga
d’água’, como está pensando. Se a senhora
não fizer o aborto, seu filho vai nascer… anormal!”,
avisou o médico à mãe do médium. A mãe
não se abalou e teve o filho, o último de 12 irmãos
- cinco morreram antes mesmo de Divaldo nascer.
Mas a infância na casa não
foi fácil. Os irmãos mais velhos e o pai não
gostavam das visões de Divaldo, que começaram quando
ele tinha quatro anos e recebeu um recado da avó da mãe.
Ele chegou a apanhar por conta de sua mediunidade, que era vista como
algo do demônio.
Na juventude, por causa de sua capacidade
mediúnica, chegou a ser considerado louco também pelos
colegas. Na escola, os amigos perguntavam, zombando: "Já
viu algum espírito hoje?".

O patrão também acreditava
que Divaldo não era "normal". Ele trabalhava numa
corretora de seguros e via alguns clientes chegarem para pedir informação.
Dirigia-se ao balcão e os atendia da mesma maneira que atendia
qualquer pessoa. A diferença é que ali eram espíritos
que, naturalmente, só Divaldo enxergava.
"Alguém me chamava no
balcão e eu ia atender, era muito real. O meu chefe ficava
indignado e eu indignado com ele, porque eu achava que ele estava
me humilhando, mas ele dizia que não tinha ninguém lá",
recordou o líder espírita. Numa ocasião, atendeu
um cliente que queria mudar o nome da beneficiária de uma apólice
de seguro de vida. O chefe disse que aquele cliente já estava
morto. Mas Divaldo deu o nome do homem e o número do arquivo.
As informações eram corretas e o chefe, claro, assustou-se.
Por ordem de seu superior, Divaldo, aos
19 anos, dirigiu-se a um psiquiatra e o médico mandou que ele
deitasse numa cama. "Fui avisado por um espírito amigo
que ele aplicaria o eletrochoque. Fugi”, lembrou ele, que desceu
16 andares de um prédio correndo.
Contato com espiritismo
Em 1944, um dos irmãos de Divaldo,
José, morreu vítima de um aneurisma. No velório
dele, Divaldo sentiu como se as pernas tivessem sumido e ficou seis
meses de cama, paralisado. A família procurou vários
médicos, sem sucesso, até que recorreram à médium
Ana Ribeiro Borges, a Dona Naná, que identificou que o espírito
de José, sofrendo com a morte súbita, estava se prendendo
a Divaldo. Ela conseguiu ajudar o espírito e Divaldo, que voltou
a caminhar. Foi nesse episódio que a forte mediunidade de Divaldo
foi identificada e ele conheceu a doutrina espírita.
Divaldo visitou pela primeira vez
o Centro Espírita Jesus de Nazaré, que se mantém
em atividade até os dias atuais. Por influência da Dona
Naná, ele se mudou para Salvador em 1945 e passou a ficar cada
vez mais envolvido com a religião.
Mansão do Caminho
Pouco depois, aos 20 anos, em 1947,
juntou-se ao amigo Nilson de Souza Pereira, o Tio Nilson, e fundou
com ele o Centro Espírita Caminho da Redenção,
no bairro da Calçada. Ali, abrigava mais de 50 órfãos,
que, em 1956, foram para o Pau da Lima com ele, viver na nova sede
do Centro Espírita, onde foi instalada a Obra Social da Mansão
do Caminho.
As crianças, supervisionadas
por Divaldo, Nilson e uma tia prepararam o terreno e ali abriram ruas
e plantaram hortas, em condições precárias e
sem conforto. O dinheiro era escasso e, às vezes, mal dava
para a alimentação. Paralelamente ao trabalho social,
Divaldo era escriturário do Ipase, Instituto de Previdência
e Assistência dos Servidores do Estado, criado no governo de
Getúlio Vargas. Se aposentou em 1980, aos 53 anos.
A preocupação com educação
também era justificada pela sua fé no espiritismo: “Allan
Kardec perguntou aos espíritos qual era a grande solução
para o problema da humanidade e a resposta foi: a educação.
Não aquela que se adquire pelos livros, mas aquela que tem
a ver com as qualidades morais, porque elas combatem o materialismo
e a crueldade”, disse Divaldo.
Segundo informações
da Mansão, mais de 35 mil crianças e jovens já
estudaram na instituição. Calcula-se que cerca de 680
crianças residiram ali, até se tornarem emancipadas.
A Mansão tem aproximadamente 300 funcionários, além
de 400 voluntários.
Livros psicografados
O projeto é mantido com doações
e a venda de livros espíritas, muitos dos quais são
psicografados por Divaldo, que já deve ter mais de 250 obras
publicadas e mais de dez milhões de livros vendidos até
hoje. O primeiro deles foi Messe de Amor, de autoria de Joanna de
Ângelis, mentora espiritual de Divaldo.
Anália Franco, Amélia
Rodrigues e Bezerra de Menezes são outros espíritos
que o médium baiano psicografa. Os livros já foram traduzidos
para mais de 15 idiomas, incluido albanês, húngaro e
tcheco.
Divaldo realizou conferências
em mais de 60 países de todos os continentes para propagar
a doutrina espírita e seus ensinamentos.
Considerado por muitos o "novo
Chico Xavier", Divaldo, que foi amigo do médium mineiro,
evitava o rótulo: “Pra mim, ele é um grande mestre.
Não me sinto um continuador do trabalho dele, mas me sinto
como alguém envolto, como ele, da propaganda do espiritismo.
Ele era ‘o concur’ pela sua irradiação de
amor e paz, por isso ele foi pra mim um grande mestre”, disse.
Fonte: https://www.correio24horas.com.br/salvador/divaldo-franco-morre-em-salvador-aos-98-anos-0525?utm_medium=share-site&utm_source=whatsapp
Divaldo Franco e José Medrado
O médium José Medrado
usou as redes sociais para se despedir do colega e um dos maiores
líderes do espiritismo no Brasil, Divaldo Franco. O fundador
do Centro Espirita Cidade da Luz ainda reconheceu a importância
do colega e disse que sua "missão foi cumprida".
"Desencarna Divaldo Franco. Certamente, um dos seus últimos
haustos de vida deve ter sido a conclusão : missão cumprida.
Que siga sob o amparo dos amigos espirituais", declarou.

Centro de Parto Normal da Mansão do Caminho
Fim do Centro de Parto Mansão
do Caminho, legado de Divaldo Franco,
deixa lacuna aberta até hoje
Líder espírita faleceu, aos 89 anos, na noite desta
terça-feira (13), em Salvador
por Maysa Polcri
Com o bebê recém-nascido
no colo, Débora Albuquerque sentia-se em casa, mesmo a quilômetros
de distância de onde vive. A vista para o jardim e as árvores
da Mansão do Caminho eram acalanto para a mãe de primeira
viagem após o parto. Ao longo de 12 anos, o principal legado
material do médium Divaldo Franco, que faleceu, aos 89 anos,
na noite desta terça-feira (13), em Salvador, acolheu milhares
de grávidas, com média de 48 partos mensais. O fechamento
da unidade, em 2023, abriu uma lacuna que nunca foi totalmente preenchida.
A gravidez sempre vem acompanhada de dúvidas. Enquanto o bebê
se desenvolve, as preocupações rondam as cabeças
das mães. Onde e como será o parto talvez seja a mais
dura delas. Quem buscava dar à luz de maneira humanizada, longe
dos corredores frios dos hospitais, encontrava refúgio no Centro
de Parto Normal (CPN) Marieta de Souza Pereira, uma das mais de 40
edificações da Mansão do Caminho, no bairro Pau
da Lima.
O centro de parto nasceu de uma visão
espírita de Divaldo Franco e da necessidade da própria
população, que buscava a Mansão do Caminho mesmo
antes da especialidade, como conta Mário Sérgio, atual
presidente do Centro Espírita Caminho da Redenção.
Nilson de Souza Pereira, que fundou a Mansão junto com Divaldo,
realizou partos de emergência no local.
"Quem pediu para fazer o centro de parto
foi Joanna de Ângelis [mentora espiritual de Divaldo] porque
o tio Nilson, há 15 anos, chegou a fazer dois partos na porta
da Mansão. As mulheres não tinham para onde ir, buscavam
ajuda aqui, e ele fez os dois partos dentro de uma kombi", conta
o presidente. Nilson Pereira faleceu em 2013, aos 89 anos.
Débora Albuquerque, 30, soube
que o centro socioassistencial realizava partos normais quando estava
grávida do primeiro filho, em 2018. O tratamento humanizado,
através do Sistema Único de Saúde (SUS), chamou
atenção da professora de artes, que enfrentava o período
de carência do plano de saúde.
“Tive receio de sofrer violência
durante o parto e, de forma alguma, isso aconteceu comigo na Mansão
do Caminho. Ouço mães que foram obrigadas a ficar deitadas
nos hospitais, e comigo foi ao contrário. Me ofereceram várias
opções de posições e fui muito respeitada”,
conta Débora. Apesar de ser um direito de toda gestante, não
são todas que têm acesso aos partos humanizados.
Os anos de funcionamento do CPN tornaram a Mansão do Caminho
referência na área e mais de 11 mil partos foram realizados
ao longo dos anos. Diferente dos procedimentos em hospitais tradicionais,
o parto humanizado coloca a mulher e suas escolhas como protagonistas.
A cartilha prevê, por exemplo, que a equipe médica só
interfira em caso de intercorrências.
No Brasil, esses estabelecimentos
são regulados pela resolução nº 920/2024
do Ministério da Saúde. Os centros de parto normal devem
seguir uma série de normas como: estar localizado nas imediações
de hospitais de referência, transporte seguro para a mãe
e o recém nascido, além de garantir a permanência
de ambos antes, durante e depois do parto.
História
Antes de ocupar a área de 78 mil m² no bairro de Pau da
Lima, a obra de fraternidade criada por Divaldo Franco e o amigo Nilson
de Souza Pereira funcionou no bairro da Calçada, em Salvador.
O terreno foi adquirido em 1955, quando o centro foi transferido.
Tão logo foi inaugurada a obra social, seus fundadores viram
nascer as experiências dos “lares-famílias”,
sob a máxima do espiritismo: “fora da caridade não
há salvação”.
Mulheres escolhidas por Divaldo cuidavam
de até cinco crianças dentro de residências construídas
na Mansão. Foi o caso de Dilma Correia, 90. Aos 30 anos, ela
recebeu a missão de cuidar de uma dessas casas e, hoje, mora
na Mansão do Caminho, onde também recebe cuidados. Ao
longo de anos, cuidou de diversos "filhos", que a chamavam
carinhosamente de "tia".
"Eu vim para cá logo depois
que me formei e agradeço muito a Deus por isso. Aprendi muita
coisa com Divaldo e vi o que os espíritos são capaz
de fazer. Você olha para a magnitude dessa obra e entende que,
só com eles, foi possível dois jovens [Divaldo e Nilson]
construírem tudo isso em só uma encarnação",
diz Dilma.
A mediunidade de Divaldo e as ações
de caridade atraiam pessoas que buscavam auxílio material,
educacional e espiritual. Foram diversas as vezes em que bebês
foram abandonados no local por famílias que não tinham
condições de cuidar. Todos foram acolhidos. Ao longo
dos anos, foram construídas creche, escola, centro médico,
laboratório, biblioteca, entre outros espaços. São
44 edificações espalhadas na área verde de grandes
proporções, que recebem cerca de cinco mil pessoas diariamente.
O CPN aumentou ainda mais a popularidade
da Mansão do Caminho e funcionou até setembro de 2013,
após a realização de mais de 11 mil partos. Foi
o primeiro Centro de Parto Normal da Rede Cegonha, estratégia
do Ministério da Saúde que estrutura e organiza a atenção
materno-infantil do país. A criação do espaço
era um desejo de Divaldo Franco.
A decisão de encerrar as atividades
partiu da direção, que afirmou, na época, não
ter recebido recursos suficientes dos órgãos públicos.
Mas não só isso. Assim como a mentora espiritual de
Divaldo Franco sugeriu a criação do centro, ela também
teria dito que estava no momento do ciclo chegar ao fim.
"Ela disse assim: se encerrou
um ciclo e vamos iniciar outro. Hoje, a humanidade tem a necessidade
de um equilíbrio mental. Então, nós desviamos
o foco e os recursos para aplicar em saúde mental", detalha
Mário Sérgio. O espaço onde funcionou o centro
de parto será transformado em uma policlínica e a direção
planeja a construção de um prédio para atender
questões relacionadas à saúde mental.
A família da fisioterapeuta
Fernanda Deise Oliveira, 28, tentou a todo custo fazer com que ela
desistisse da ideia de parir em um centro de parto normal. O medo
era que a mãe e o bebê passassem por algum problema e
não tivessem a assistência médica devida. “Pouco
antes do parto, minha mãe chegou a oferecer o cartão
de crédito para pagar a cesariana”, relembra.
Fernanda enfrentou as críticas e preocupações,
e deixou a cidade natal, Ribeira do Pombal, para dar à luz
no lugar que escolheu. Ela chegou na Mansão do Caminho com
dez centímetros de dilatação e muita apreensão.
A pequena Ana Julia veio ao mundo em 28 de maio de 2023, em plena
pandemia.
“Eu e meu marido fomos super
bem acolhidos. Eles me ensinaram o jeito correto de amamentar e a
dar banho nela", relembra. O ambiente bucólico, com vegetação
a se perder de vista, contribuíam para a escolha das mães
que queriam fugir dos padrões convencionais dos hospitais públicos
ou privados.
Apesar da Mansão do Caminho
ser vinculada à doutrina espírita, que tem Divaldo Franco
como um de seus principais expoentes, nunca houve restrições
por crenças religiosas durante os atendimentos. Mesmo sem seguir
à risca a religião, Débora Albuquerque escolheu
o centro para dar à luz em 2018. “Tenho alguma ligação
com o espiritismo, apesar de não saber ao certo qual. Me considero
uma pessoa espiritualizada, com fé. Mas não tenho religião”,
diz.
Em entrevista concedida ao CORREIO,
após o anúncio de fechamento da unidade, uma obstetra
aposentada que trabalhou no local contou que havia desentendimentos
entre a gestão do Centro Espírita e do Centro de Parto
Normal. “A gestão do CPN e a gestão geral da instituição
possuem formas diferentes de ver as coisas. Nunca houveram falas sobre
fechamento, mas o relacionamento sempre foi muito conflituoso”,
contou Marilene Pereira.
Questionado sobre os supostos conflitos,
Mário Sérgio explica que cada prédio da Mansão
do Caminho possui gestão própria. "Todas as gestões
são independentes. No centro de parto normal havia um médico
responsável, que tinha independência para tocar as atividades",
afirma.
Lacuna aberta
O fim do CPN deixou uma lacuna aberta e a comoção frente
à notícia de fechamento foi grande. Em menos de dois
dias, a petição “Não fechem o CPN Mansão
do Caminho” reuniu 17 mil assinaturas. Em 2023, a Secretaria
de Saúde da Bahia (Sesab) chegou a divulgar a criação
de um grupo de trabalho que formularia estratégias para a continuidade
do centro, o que não se concretizou.
Mesmo sem realizar partos, a Mansão
do Caminho ainda presta assistência às gestantes com
consultas de pré-natal, consultoria de amamentação,
além de grupos de psicologia, aulas de yoga e doação
de cestas básicas (veja todos os serviços abaixo). Atualmente,
cerca de 480 gestantes são acompanhadas por médicos
e outros profissionais voluntários.
Em Salvador, apenas as maternidades
Albert Sabin e Maria da Conceição de Jesus possuem centros
de partos normais através do SUS atualmente, segundo a pasta
estadual. São cinco leitos em cada uma das unidades, que seguem
os parâmetros hospitalares tradicionais.
Fernanda Deise, que deu à luz durante
a pandemia, lamenta que outras mães não possam ter experiências
como a que ela teve no CPN. "Eu, até hoje, não
entendo como fecharam uma instituição tão boa
como aquela. Eu trabalho com atendimento às gestantes e, com
certeza, indicaria que elas dessem à luz na Mansão do
Caminho. Muitas mulheres buscam o parto humanizado, com profissionais
que pensam mais na paciente e é algo muito difícil de
achar", aponta.
O acolhimento de crianças em
situação de vulnerabilidade continua sendo uma das principais
vertentes do centro. Quase dois mil alunos estão distribuídos
nas unidades Creche A Manjedoura, Jardim de Infância Esperança,
Escola Alvorada Nova, Escolas Jesus Cristo e Allan Kardec e Colégio
Nilson de Souza Pereira. Ainda há atendimento médico
para 21 especialidades e cerca de 800 atendimentos de saúde
são realizados por mês por profissionais exclusivamente
voluntários.
Fonte: https://www.correio24horas.com.br/minha-bahia/fim-do-centro-de-parto-mansao-do-caminho-legado-de-divaldo-franco-deixou-lacuna-aberta-ate-hoje-0525
Morre Divaldo Franco, espírita considerado
sucessor de Chico Xavier
Médium fundou a Mansão do Caminho,
entidade que acolhe crianças vulneráveis na Bahia desde
1952
por João Pedro Pitombo
da Folha de SP

Morreu nesta terça-feira (13),
aos 98 anos, o médium Divaldo Franco, líder religioso
que liderou trabalhos filantrópicos por mais de 70 anos, foi
um dos principais disseminadores da doutrina espírita no Brasil
e foi apontado como sucessor de Chico Xavier (1910-2002).
Ele foi fundador da Mansão
do Caminho, entidade que acolhe crianças em adolescentes em
situação de vulnerabilidade social na Bahia.
A causa da morte não foi divulgada.
Nos últimos anos, vinha enfrentando problemas de saúde,
incluindo um câncer na bexiga identificado em novembro de 2024.
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Divaldo Franco posa para foto na sede da Mansão do Caminho,
em Salvador, em 2012
Divaldo Pereira Franco nasceu em
maio de 1927 em Feira de Santana, (a 109 km de Salvador), sendo caçula
de uma família de 12 irmãos. Cursou a Escola Normal,
recebeu o diploma de professor primário em 1943, mas não
exerceu a profissão.
Dois anos depois, mudou-se para Salvador
e se tornou servidor do Instituto de Previdência e Assistência
dos Servidores do Estado, local onde trabalhou até se aposentar
em 1980.
Foi criado em família católica
e, segundo depoimentos que deu ao longo da vida, começou a
ver e ouvir espíritos ainda na infância. Anos depois,
na juventude, se descobriu médium e passou a desenvolver a
psicografia (habilidade de decifrar mensagens passadas por espíritos,
segundo a doutrina).
Sua trajetória como líder
religioso começou em 1947, ano em que ele fundou junto com
o amigo Nilson de Souza Pereira (1924-2013) o Centro Espírita
Caminho da Redenção, com sede em Salvador.
O espaço foi o embrião
para Mansão do Caminho, fundada em 1952 para atender a crianças
e adolescentes de famílias pobres e que com o tempo se tornou
uma das maiores instituições filantrópicas do
país.
Divaldo foi um dos principais divulgadores
do Espiritismo no Brasil e no mundo, por isso, foi apontado como uma
espécie de sucessor de Chico Xavier, um dos mais importantes
expoentes do espiritismo. Ao longo de sua trajetória, realizou
mais de 12 mil conferências em cerca de 2.000 cidades brasileiras
e visitou mais de 60 países.
Escreveu mais de 200 livros psicografados
sob orientação da sua guia, o espírito Joanna
de Ângelis. Seus escritos se tornaram um sucesso editorial,
vendendo mais de sete milhões de exemplares e sendo traduzido
para diversos idiomas.
Joanna de Ângelis, explicava
o médium, era um espírito antigo, que teria encarnado
na Terra em personalidades marcantes como Santa Clara de Assis, a
mártir cristã Joana de Cusa e a abadessa Joanna Angélica,
morta em 1822 em meio aos conflitos que iniciaram guerra pela Independência
na Bahia.
O primeiro livro, "Messe de Amor",
foi lançado em 1964 e reunia mensagens de Joanna de Ângelis
que teriam sido psicografadas. Também se destacam na obra do
médium a chamada Série Psicológica, composta
por dezesseis livros que estabelecem pontes entre a Doutrina Espírita
e correntes da psicologia.

No campo social, Divaldo Franco se
notabilizou pelo trabalho na Mansão do Caminho, inicialmente
concebida como um orfanato. Ao longo da vida, adotou como filhos cerca
de 600 crianças que passaram pela entidade.
A Mansão do Caminho ocupa uma
área de 78 mil metros quadrados no bairro do Pau da Lima, periferia
de Salvador e atende diariamente cerca de 2.000 crianças e
adolescentes de famílias de baixa renda.
A estrutura inclui uma creche, uma
escola de ensino fundamental, uma de ensino médio, além
de uma clínica de partos humanizados.
A entidade também atua na assistência
social, oferecendo auxílio a mais de 500 pessoas em estado
de vulnerabilidade social, com patologias graves, idosos e gestantes.
Também gere o Centro de Saúde Dr. José Carneiro
de Campos, unidade realiza exames e consultas em diversas especialidades
médicas.
Nos últimos anos, passou a
manifestar em palestras e vídeos suas posições
políticas conservadoras. Foi entusiasta da operação
Lava Jato e apoiou Jair Bolsonaro (PL) à Presidência
da República.
Em 2023, o médium voltou a
gerar polêmica no meio espírita ao defender os manifestantes
que participaram dos protestos de caráter golpista de 8 de
janeiro e depredaram as sedes dos três Poderes da República.
"Estamos vendo aí leis
absurdas, prisões estúpidas sem julgamento. Como é
que pegam pessoas na rua, botam no ônibus e levam para a cadeia?",
questionou Divaldo em vídeo publicado na época. As declarações
geraram reações de setores progressistas do espiritismo.
O líder religioso teve sua
história contada no filme "Divaldo - O Mensageiro da Paz",
lançado em 2019 com direção de Clovis Mello e
elenco com Guilherme Lobo, Regiane Alves, Bruno Garcia e Marcos Veras.
Fonte: https://www1.folha.uol.com.br/cotidiano/2025/05/morre-divaldo-franco-lider-espirita-considerado-sucessor-de-chico-xavier.shtml
Morre Divaldo Franco, referência do espiritismo
na atualidade
Médium baiano faleceu em Salvador, aos 98 anos; ele tratava
um câncer na bexiga
por Camila Tíssiada CNN , Salvador
Morreu em Salvador, na noite desta
terça-feira (13), o líder religioso Dilvado Franco,
aos 98 anos. O médium baiano lutava contra um câncer
na bexiga desde novembro do ano passado e, nesta noite, teve falência
múltipla dos órgãos, segundo a assessoria do
Centro Espírita Mansão do Caminho, entidade representada
por Divaldo.
O velório será realizado nesta quarta (14), no Ginásio
da Mansão do Caminho, na capital baiana, das 9h às
20h. Já o sepultamento ocorrerá na quinta-feira (15),
às 10h, no Cemitério Bosque da Paz.
Conhecido como embaixador da paz no mundo, Divaldo foi responsável
por mais de 20 mil conferências, realizadas em mais de 2.500
cidades e 71 países.
Sua trajetória começou a ganhar
destaque em 1952, quando fundou a Mansão do Caminho. O espaço
abriga hoje um amplo complexo educacional e socioassistencial, atendendo
diariamente mais de 5 mil pessoas – entre crianças,
jovens, adultos, idosos – em condições de miséria
extrema – que procuram ajuda material, educacional e espiritual.
Com mais de 260 obras publicadas
ele deixou também um legado literário, muitos psicografados
a partir de histórias de diversos espíritos. As obras
de Divaldo foram traduzidas para 17 idiomas.
Entre tantas homenagens pelo trabalho
de caridade realizado, Divaldo Franco teve ainda a vida e obra retratadas
no cinema através do filme “Divaldo – O Mensageiro
da Paz”, lançado em 2019.
Divaldo Franco não deixou
filhos biológicos, mas era reconhecido como pai de cerca
de 685 pessoas que acolheu nas últimas décadas e deixa
um legado de amor e luz.
Fonte: https://www.cnnbrasil.com.br/nacional/nordeste/ba/morre-divaldo-franco-referencia-do-espiritismo-na-atualidade/
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