11/05/2011
Doenças psiquiátricas
roubam mais anos de vida do brasileiro
Distúrbios mentais como depressão,
psicoses e alcoolismo incapacitam mais que doença cardíaca.
Dado é de série de estudos sobre saúde no país,
de uma das revistas médicas mais importantes do mundo
ANGELA PINHO
DA FOLHA DE SÃO PAULO
Com mudanças no estilo de vida dos brasileiros,
os transtornos psiquiátricos passaram a ocupar lugar de destaque
entre os problemas de saúde pública do país.
De acordo com dados de uma série de estudos sobre o Brasil, publicada
ontem no periódico médico "Lancet", as doenças
mentais são as responsáveis pela maior parte de anos com
qualidade de vida perdidos no país devido a doenças crônicas.
Essa metodologia calcula tanto a mortalidade causada pelas doenças
como a incapacidade provocada por elas para trabalhar e realizar tarefas
do dia a dia.
Segundo esse cálculo, problemas psiquiátricos foram responsáveis
por 19% dos anos perdidos. Entre eles, em ordem, os maiores vilões
foram depressão, psicoses e dependência de álcool.
Em segundo lugar, vieram as doenças cardiovasculares, responsáveis
por 13% dos anos perdidos.
Outros dados do estudo mostram que de 18% a 30% dos brasileiros já
apresentaram sintomas de depressão. Na região metropolitana
de São Paulo, uma pesquisa, com dados de 2004 a 2007, mostrou
que a depressão atinge 10,4% dos adultos.
Não é possível dizer se o problema aumentou ou
se o diagnóstico foi ampliado, diz Maria Inês Schmidt,
professora da Universidade Federal do Rio Grande do Sul e uma das autoras
do estudo.
Ela afirma também que são necessários mais estudos
para saber de que forma o modo de vida nas cidades pode influenciar
o aparecimento da depressão, além das causas bioquímicas.
No caso da dependência de álcool, no entanto, há
uma relação com o estilo de vida, uma vez que pesquisas
recentes do Ministério da Saúde apontam um aumento no
consumo abusivo de bebidas.
IDADE AVANÇADA
O envelhecimento da população também contribui
para o aparecimento de transtornos psiquiátricos. De acordo com
o estudo, a mortalidade por demência aumentou de 1,8 por 100 mil
óbitos, em 1996, para 7 por 100 mil em 2007.
"O Brasil mudou com consumo de álcool,
envelhecimento e obesidade e, com isso, temos novos problemas de saúde",
disse o ministro Alexandre Padilha (Saúde).
Em relação às doenças psiquiátricas,
ele afirmou que a pasta irá expandir os Caps (centros de atenção
psicossocial) e aumentar o número de leitos para internações
de curto prazo.
A série de estudos do "Lancet" coloca como outros problemas
emergentes de saúde diabetes, hipertensão e alguns tipos
de câncer, como o de mama. Eles estão associados a mudanças
no padrão alimentar, como o aumento do consumo de produtos ricos
em sódio ou açúcar.
Por outro lado, a mortalidade por doenças respiratórias
caiu, principalmente devido à redução do número
de fumantes.
>>> clique aqui para ver a lista completa
de notícias
>>>
clique aqui para voltar a página inicial do site
topo