31/05/2008
Vejam abaixo reportagem publicado no website Answers
e traduzida no blog Séances de Spiritisme -
http://www.answers.com/topic/dream
O significado oculto dos sonhos
era um assunto de especulação entre os sábios desde o primeiro período
na história da civilização. As escrituras na Babilônia e no Egito, até
certo ponto, desenharam os métodos pelos quais os homens sábios daqueles
países prediziam o futuro por visões percebidas durante o sono; e artigos
que abordaram outros países incluem dados relativos a sonhos e doutrina
dos sonhos. Estas escrituras discursam algumas das teorias mais notáveis
da Antigüidade relativas à natureza e às causas dos sonhos e à maneira
em que os profetas antigos geralmente os interpretavam.
As
visões históricas do sonho
Os sonhos eram considerados a partir de dois tipos - falso e verdadeiro,
em ambos os casos eles emanam de uma inteligência sobrenatural, má ou
boa. O sono era considerado como uma segunda vida para os antigos, uma
vida na qual a alma estava livre do corpo e era então muito mais ativa
do que durante o estado de vigília. As ações nele observadas e as cenas
eram imaginadas como se fossem uma porta para uma vida futura do sonhador,
mas também se acredita que a vida do sonho era considerada como sobrenatural
e "invertida", e os eventos que o espírito desincorporado via eram os
opostos daqueles que iriam mais tarde acontecer no plano terrestre.
A idéia deste modo resultava que "sonhos viam ao contrário", assim como
muitas crenças populares e tratados sobre o assunto de visões noturnas
nos garantem.
Uma crença na característica premonitória dos sonhos emergiu, e suas
causas e natureza ocuparam algumas das maiores mentes da Antigüidade.
Aristóteles, por exemplo, acreditava que ela surgia apenas de causas
naturais. Posidônio, o Estóico, era da opinião que existiam três espécies:
as primeiras eram automáticas e vinham da visão clara da alma, a segunda
do espírito, e a terceira de Deus. Cratippus, Demócrito, e Pitágoras
desenvolveram doutrinas quase idênticas a esta ou diferindo apenas em
detalhes.
Mais tarde, Macrobius dividiu sonhos em cinco tipos: o sonho, a visão,
o sonho ocular, o insomnium, e o fantasma. O primeiro era uma
representação figurativa e misteriosa que exigia uma interpretação;
o segundo era uma representação exata de um evento futuro durante o
sono; o terceiro era um sonho representando algum sacerdote ou divindade
que contava ao sonhador coisas que estavam para vir; o quarto era um
sonho comum, não merecendo atenção; e o quinto era um perturbador sonho
meio acordado, uma espécie de pesadelo.
Outros escritores dividiam os sonhos em sonhos acidentais e aqueles
induzidos para propósitos de premonição. Herodotus escreveu que no templo
de Bel, na Babilônia, uma sacerdotisa deita numa cama de pele de carneiro
pronta para sonhar em busca de uma premonição. Os antigos hebreus obtinham
tais sonhos sobre tumbas. Acredita-se que os sonhos sejam tão bem sucedidos
quanto à hipnose e a outros métodos para alcançar um mundo sobrenatural
e ouvir seus pronunciamentos.
O sono era, é claro, freqüentemente induzido por drogas, a Soma
dos hindus, o Peiote dos antigos mexicanos antigos, o Haxixe
dos árabes, ou o Ópio dos malaios ou chineses. Estes narcóticos,
que tinham propriedades de induzir um sono rápido e de exaltar visões
interiores, eram e ainda são estimados por profissionais de sonhos em
qualquer lugar, especialmente porque induzem o sonho imediatamente.
Conforme declarado, a interpretação dos sonhos era geralmente realizada
por uma classe especial de profetas, que na Grécia antiga eram conhecidos
como oneiocritikoi, ou "intérpretes dos sonhos". O primeiro
tratado sobre o assunto foi de Artemidorus (100 AC). Ele classificava
os sonhos de reis e os de cidadãos. Ele acreditava que as visões da
realeza se referiam à comunidade e não a um indivíduo e que os sonhos
representavam ao sonhador algum acontecimento a revelar um significado
pessoal, desde que um sonho conectado a outro envolvessem somente aquele.
Ele detalhou uma numerosa espécie de sonhos ao longo de cinco livros,
dando muitos exemplos. As regras de Artemidorus estão longe de serem
claras, e de acordo com elas, qualquer sonho poderia significar qualquer
evento, e qualquer interpretação poderia ser considerada justificável.
O método de testar sonhos de acordo com Moiséis Amyraldus em seu Discours
sur les sonhes divins (1625) era determinar se as instruções e
conselhos contidos faziam bem ou mal — um teste impossível de se aplicar
mesmo depois de se conhecer o resultado. Mas Amyraldus cuidou desta
dificuldade propondo testar os sonhos pela evidência do conhecimento
divino que eles mostravam — perguntando se o sonho dava alguma evidência
de coisas que só Deus poderia saber.
De uma análise dos sonhos submetidos aos antigos profetas parece que
o simbolismo exibido poderia apenas ser interpretado pela ajuda divina,
como nos casos de Moisés e Daniel na Bíblia. Muitas interpretações inverossímeis
foram dadas à maioria dos notáveis sonhos da Antigüidade. Existem alguns
estudiosos do oculto que duvidam do significado oculto dos sonhos e
não os classificam geralmente como visão, intuição ou êxtase.
Sonhos e fenômenos psíquicos
Certos sonhos caem dentro da pesquisa psíquica. A linha divisória entre
os sonhos normal e supernormal não é fácil de delinear. Acredita-se
que a produção subconsciente freqüentemente apresente efeitos supernormais.
Reportadamente Goethe resolveu problemas científicos e compôs poesias
durante seus sonhos. Jean de La Fontaine compôs A Fábula dos Prazeres
e Samuel Taylor Coleridge escreveu "Kubla Khan" (1816)
como resultado de seus sonhos. Bernhard Palissy fez uma peça cuja inspiração
veio em seu sono. Matthew Maury confessou, "eu tenho tido idéias
e inspirações em sonho as quais nunca poderiam chegar a minha consciência
quando acordado". Giuseppe Tartini escutou sua "Sonate Del
Diavolo" executada por Belzebu durante um sonho, Holden La Phantasie
compunha em seu sono; e Lydia de Charles Nodier foi criada
da mesma maneira. Os enredos mais talentosos de Robert Louis Stevenson
eram desenvolvidos em estado de sonho. De acordo com o relatado, Kruger,
Corda e Maignan resolviam problemas matemáticos durante os sonhos e
Condillac terminou um discurso. Muitos dos escritores românticos, como
Coleridge e Nodier, experimentavam tais estados criativos dos sonhos
induzidos por ópio.
Um sonho de Louis Agassiz é freqüentemente citado. Ele tentou por duas
semanas decifrar a impressão obscura de um fóssil de peixe na placa
de pedra em que era preservado. Em um sonho ele viu o peixe com todas
as características desencontradas restabelecidas. A imagem o escapou
ao despertar. Ele foi para o Jardin des Plantes na esperança
que um contato com o fóssil a recapturaria. Nada aconteceu. Na próxima
noite ele novamente sonhou com o peixe, mas de manhã as características
do peixe continuavam esquivas como sempre. Na terceira noite ele colocou
papel e lápis próximos de sua cama. Perto de amanhecer, o peixe novamente
apareceu num sonho. Meio sonho, meio acordado, localizou os contornos
na escuridão. Ao despertar, ele ficou surpreendido ao ver os detalhes,
em seu esboço noturno, os quais ele pensava serem impossíveis. Ele retornou
ao Jardin des Plantes e começou a esculpir na superfície da
pedra usando o esboço como guia. Como reportado, Agassiz descobriu as
porções escondidas do peixe como indicava o desenho.
O sonho de um professor Hilprecht, um estudioso babilônico que tentava
decifrar a escrita contida em dois pedaços pequenos de ágata, é mais
complicado e pertence à ordem clarividente. Como reportado nas Atas
da Society for Psychical Research (agosto de 1900), ele foi
dormir e sonhou com um padre alto e magro de Nippur, período pré-cristão,
o qual o levou à câmara do tesouro do templo, até um aposento rebaixado,
sem janelas, onde existia uma arca grande de madeira; o fragmento de
ágata e de pedra celestial estavam dispersos no chão. Aqui o padre abordou
Hilprecht como se segue: "os dois fragmentos que você separadamente
publicou se complementam, e sua história é a seguinte: Rei Kruigalzu
[1300 A.C] uma vez enviou ao templo de Bel, entre outros artigos de
ágata e pedra celestial, um rolo comemorativo inscrito na ágata. Então
nós, padres, de repente recebemos a ordem para fazer para a estátua
do deus Nidib um par de anéis de orelha de ágata. Nós estávamos em grande
desânimo, eis que não existia nenhuma ágata como matéria-prima à mão.
Para que nós pudéssemos executar o comando não havia mais nada, a não
ser cortarmos o rolo em três partes, deste modo fazendo três anéis,
cada um contendo uma parte da inscrição original. As duas primeiras
serviam como anéis de orelha para a estátua do deus; os dois fragmentos
que lhe trouxeram tanta dificuldade são partes dela. Se você justapô-los,
você terá uma confirmação de minhas palavras". A continuação da história
é dada pela sra. Hilprecht, que testemunhou ter visto o marido pular
da cama e apressar-se no estudo e clamar, "É isso, é isso".
O cientista Nikola Tesla tinha visões durante a vigília em que um complexo
aparelho de engenharia elétrica era visto em detalhes completos de projeto
e construção.
Existem muitos casos em que partes de informação foram obtidas em sonhos.
William James ficou impressionado pelo caso Enfield, no qual a descoberta
do corpo de uma mulher afogada deu-se através do sonho de uma sra. Titus,
do Líbano, uma estranha ao caso. Charles Richet reconta o seguinte exemplo
de cognição no sonho: "Eu vi Stella na manhã de 2 de dezembro, e
ao despedir-me, disse: 'eu vou dar uma conferência sobre veneno de cobra'.
Ela de uma vez respondeu: 'eu sonhei ontem à noite com cobras, ou especialmente
com enguias'. Então, sem uma clara razão, eu a pedi para me contar sobre
seu sonho, e suas palavras exatas foram: 'era mais sobre enguias do
que cobras, duas enguias, eu pude ver seus ventres brancos brilhando
e a pele pegajosa delas; e eu disse para mim mesma que eu não gosto
destas criaturas, mas sinto dó quando elas são feridas'. Este sonho
era estranhamente adaptável ao que eu fizera na véspera, em primeiro
de dezembro. Naquele dia, eu tive, pela primeira vez em vinte anos,
experienciado com enguias. Desejando tirar delas um pouco sangue, pus
duas enguias na mesa e seus ventres brancos, brilhando iridescentemente
e viscosos, particularmente, impressionaram-me".
Um caso de clarividência no sonho, possivelmente sob a influência de
um espírito, é aquele de uma srta. Loganson, 19 anos, Chicago. Ela viu
num sonho o assassinato de seu irmão, Oscar, que era um fazendeiro em
Marengo, mais ou menos a 50 milhas a noroeste de Chicago. Ela, por dias,
acusou um fazendeiro vizinho chamado Bedford, mas ninguém lhe deu atenção.
Demoradamente a permitiram enviar um telegrama; a resposta foi, "Oscar
desaparecido". Começando a busca pela fazenda de Oscar, acompanhada
por outro irmão e pela polícia, ela foi diretamente à casa de Bedford.
Os rastros de sangue foram encontrados na cozinha. Prosseguindo ao galinheiro,
um quintal que estava cimentado, a menina disse, "meu irmão está
enterrado aqui". Por causa da insistência da menina e de sua agitação,
consentiram em cavar. Debaixo do pavimento eles primeiro acharam o casaco
do irmão; cinco pés abaixo encontraram acidentalmente o corpo. Bedford
foi preso em Ellos, Nebraska, e oportunamente enforcado. Em explicação,
srta. Loganson disse que o espírito de seu irmão a assombrava por sete
dias nos sonhos.
Objetos perdidos são freqüentemente encontrados em sonhos. Na maioria
dos casos a memória subconsciente suficientemente explica o mistério.
Existem, porém, casos mais complicados. De acordo com a lenda, Hercules
apareceu num sonho para Sophocles e indicou a este onde uma coroa dourada
seria encontrada. Sophocles conseguiu a recompensa prometida por aquele
que procurava.
Supostamente o caráter paranormal dos sonhos é mais claro nos sonhos
telepáticos e proféticos. Eles freqüentemente produzem uma impressão
que dura por dias. Suor e tremor são ocasionalmente experimentados ao
se despertar de sonhos destes gêneros. Os sonhos tendem a repetirem-se.
Um caso de sonho profético anunciou o assassinato de um Chanceler Perceval.
É assim narrado por um Abercrombie: "há muitos anos atrás foi mencionado
em vários jornais um sonho que informava o assassinato do Sr. Perceval.
Pela bondade de um eminente amigo, médico na Inglaterra, eu recebi os
pormenores autênticos deste notável caso, do cavalheiro para quem o
sonho ocorreu. Ele reside em Cornwall, e oito dias antes do assassinato,
sonhou que estava no salão de entrada da House of Commons, e viu um
homem baixo entrar, vestido com um casaco azul e jaleco branco. Logo
depois, viu um homem vestido de casaco marrom com botões amarelos de
cesta de metal puxando uma pistola debaixo de seu casaco, e a descarregando
no primeiro, que imediatamente caiu; saia sangue do ferimento, um pouco
abaixo do peito esquerdo. Ele viu o assassino ser agarrado por alguns
cavalheiros que estavam presentes, e observou seu semblante; e ao perguntar
qual o cavalheiro que tinha sofrido os disparos, ele foi informado que
era o Chanceler. Ele então despertou, e contou o sonho para sua esposa,
que não deu atenção; mas no curso da noite o sonho aconteceu três vezes,
sem a menor variação em quaisquer das circunstâncias. Ele agora estava
tão impressionado que se sentiu muito inclinado a avisar o Sr. Perceval,
mas foi dissuadido por alguns amigos a quem consultou, que o asseguraram
que ele apenas conseguiria ser tratado como um fanático. Na noite do
oitavo dia posterior, ele recebeu a notícia do assassinato. Estando
em Londres pouco tempo depois, ele encontrou nas lojas de impressão
uma representação da cena, e reconheceu nela o semblante e vestidos
das festas, o sangue no jaleco do Sr. Perceval, e os botões de cesta
amarela no casaco do Bellingham, justamente como ele vira em seus sonhos".
An Experiment with Time (1927) de J. W. Dunne é um estudo do
quão eventos futuros são pressagiados em nossos sonhos. Mantendo um
registro de seus sonhos, retratando-os imediatamente ao despertar, ele
descobriu que uma parte considerável de seus sonhos antecipava experiências
sobre o futuro, e isto foi confirmado por experimentadores de mesma
categoria.
Muitos outros sonhos, difíceis de classificar, sustentam a chancela
de paranormal. Camille Flammarion em Death and its Mystery
(1922-23) citou o curioso sonho de uma sra. Marechal, que entre o dormir
e o despertar, via um espectro segurando seu braço e dizendo, "ou
seu marido ou sua filha devem morrer. Escolha!". Depois de grandes
angústias mentais, ela decidiu a favor de sua criança. Cinco dias mais
tarde seu marido, que estava em boa saúde, de repente morreu.
A experiência de déjà vu, a qual aqueles que defendem a reencarnação
freqüentemente se referem, pode ser explicada por clarividência viajante
em sonhos. Outra explicação, uma teoria de sonhos ancestrais, é oferecida
nos Bulletins et Mémoires de la Societé d'Anthropologie de
Paris, por Letourneau, como segue: "certos eventos, externos ou
psíquicos, que fizeram uma impressão profunda numa pessoa, podem ser
bem profundamente gravados no cérebro dela, o que resulta numa orientação
molecular, tão duradoura que pode ser transmitida para alguns de seus
descendentes, da mesma maneira que o caráter, as aptidões, as enfermidades
mentais, etc. Isso então não é nenhuma questão de reminiscências infantis,
mas de memórias ancestrais, capazes de serem reavivadas. Disso não prosseguirá
apenas o reconhecimento aleatório de lugares que uma pessoa nunca vira,
mas, além disso, uma categoria inteira de sonhos peculiares, admiravelmente
coordenados, os quais nós testemunhamos como num panorama, aventuras
que não podem ser recordações, porque elas não têm a menor conexão com
a nossa vida individual" (Paul Joire, Psychical and Supernormal
Phenomena, 1936).
Hereward Carrington chamou a atenção em The Story of Psychic Science
(1930) para a negligencia mostrada aos sonhos dos médiuns. Acredita-se
que se os comunicadores são personalidades subconscientes, um pouco
de conexão pode ser estabelecida entre eles e os sonhos do médium. Nos
transes de Leonora Piper os próprios comunicadores alegavam que estavam
num estado como um sonho. Em um momento chegava uma declaração que estava
bem errada, mas sob investigação, verificava-se ser uma observação que
o comunicador fez no delírio da morte.
Modernas visões dos sonhos
Os cientistas modernos estudaram a relação do movimento dos olhos e
o sonhar. Os professores N. Kleitman e E. Aserinsky do Departamento
de Fisiologia da Universidade de Chicago, monitoraram os movimentos
dos olhos de sujeitos adormecidos usando registros eletroencefalográficos.
Eles distinguiram quatro tipos de ondas cerebrais e quatro períodos
do sono, desde o sono mais leve ao profundo coma. Na fase 1 haveria
rápidos movimentos dos olhos; nas fases 2, 3, e 4 os movimentos dos
olhos eram lentos. Eles concluíram que os rápidos movimentos dos olhos
(REMs) estavam relacionados ao sonhar, semelhante ao movimento dos olhos
de um espectador assistindo a uma peça de teatro ou lendo um livro.
Esta relação entre movimento dos olhos e os estados mentais faz interessante
comparação com as técnicas religiosas orientais de meditação. Tanto
nos exercícios de meditação indígenas e da ioga chinesa, os olhos girando
e focalizando são relacionados às técnicas de concentração e à experiência
visionária.
O estado do sonho atua como uma peça proeminente dentro da filosofia
religiosa hindu, a qual reconhece quatro estados de consciência — vigília,
sonho, sono profundo e uma quarta condição de consciência, mais alta,
que abraça as três primeiras. Os místicos hindus têm enfatizado que
o "eu" essencial (a sensação incondicionada de "Eu") é constante em
todos os estados de consciência, identificação com o corpo, com a mente,
com as emoções, com as memórias, com a idade, com o sexo e assim por
diante ao se acordar na vida desperta, que é ilusória — um falso ego
— visto que tais características são transitórias. O "eu" puro está
sempre presente, e este essencial "eu" é o mesmo em todos os indivíduos.
A ciência deste verdadeiro "eu" no quarto estado da consciência mais
alta (turiya) é conhecida como auto-realização, em que existe
uma unidade com toda a criação. O significado de sonhar, sono profundo
e estados de vigília é discutido na escritura hindu Mandukya Upani-shad.
Muitas experiências de viagens fora-do-corpo parecem ser estimuladas
por sonhos lúcidos, particularmente quando a consciência de vigília
é despertada por alguma irregularidade na lógica de um sonho. Por exemplo,
um sonhador reconhece o ambiente familiar de seu próprio quarto, mas
nota que o papel de parede está errado no estilo e na cor, e imediatamente
pensa "Isto deve ser um sonho!". Este, voltando à consciência
de vigília, enquanto ainda numa condição adormecida, às vezes, resulta
num corpo sutil ou astral se movendo independentemente do corpo físico.
Alguns experimentadores alegam que se lançar no corpo sutil pode ser
estimulado por imagens deliberadamente induzidas de lançamento (por
exemplo, decolando num avião, viajando para cima num elevador), logo
antes de passarem para o estado do sono. Tais experiências fora-do-corpo
também eram reconhecidas na filosofia religiosa hindu e são descritas
em escrituras antigas. O corpo sutil era chamado de sukshma sharira.
As psicanálises Freudiana e Jungiana foram dirigidas num sentindo distinto
em suas interpretações do significado dos sonhos. Certos elementos dos
sonhos parecem ser desejos a serem satisfeitos ou conter pistas a problemas
psíquicos dos indivíduos. Na análise Jungiana, símbolos dos sonhos também
são entendidos como arquétipos universais da experiência humana. Carl
G. Jung fortemente se embasou nas filosofias religiosas orientais para
sua exposição sobre o conceito de um inconsciente coletivo.
A pesquisa científica indica outras áreas fascinantes do sonhar. Em
1927 J. W. Dunne, um projetor aéreo britânico, publicou seu notável
livro An Experiment with Time, em que ele analisa uma experiência
de sonho sugestiva sobre a ocorrência de elementos futuros dentro dos
sonhos, lado a lado com imagens de experiências passadas.
Em 1970 o psiquiatra soviético Dr. Vasily Kasatkin reportou num estudo
de 28 anos, com 8.000 sonhos, e concluiu que os sonhos poderiam advertir
sobre o início de uma séria enfermidade vários meses antes, através
de uma sensibilidade especial do cérebro para sintomas físicos preliminares.
No Dream Laboratory, fundado em Maimonides Medical Center,
Nova Iorque, em 1962, voluntários submeteram-se ao controle de experiências
sobre os sonhos, estudando o rápido movimento dos olhos noticiado em
pessoas enquanto elas sonham. Um dos projetos mais interessantes foi
um estudo estatístico com pares de sujeitos a fim de mostrar que sonhos
telepáticos poderiam realmente ser experimentalmente produzidos.
Pareceria que sonhos e os elementos nos sonhos têm muitos aspectos diferentes
de uma natureza fisiológica e psicológica, com certas características
paranormais. Muitos destes aspectos diferem extensamente em vários indivíduos.
Existem sonhos proféticos bem autenticados, como também elementos fragmentários
de eventos futuros do tipo descrito por J. W. Dunne. Muitos aspectos
das imagens em sonho parecem ser uma apresentação visual dos problemas
psíquicos individuais. A evidência crescente de experiências fora-do-corpo
viajantes têm convencido alguns pesquisadores da realidade sobre a viagem
astral e de seu estímulo através de imagens durante o sono. Pode bem
ser, como destacado em várias tradições religiosas, que existam também
dimensões metafísicas para a experiência do sonho.
Mais de um século se passou desde que The Interpretation of Dreams
(1899) de Sigmund Freud foi publicada. Sua premissa principal, abraçando
a concepção dele sobre a mente inconsciente, era que os sonhos são a
realização simbólica dos desejos de uma infância reprimida. Embora a
venda do livro tenha sido insondavelmente lenta em seus primeiros anos
de impressão e, apesar dos buracos na teoria de Freud que, hoje, são
óbvios, The Interpretation of Dreams influenciou bastante o
pensamento e a cultura ocidental e é agora considerada por alguns analistas
sobre sonhos como a bíblia dos estudos do sonho. As livrarias têm carregado
muitos dicionários de sonhos que oferecem interpretações de quase todo
e qualquer símbolo ou imagem vista num sonho. Os modernos estudos sobre
o sonho demonstraram que a avaliação dos sonhos é muito mais complexa
que estes manuais populares de interpretação dos sonhos podem sugerir.
Para tratar uma sociedade mais educada, os recentes manuais dos sonhos
oferecem mais detalhes em suas análises sobre a interpretação do sonho,
com muito enfoque na ciência de mensagens escondidas e sobre o despertar
de uma mente inconsciente.
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Fonte:
http://parapsi.blogspot.com:80/2008/05/os-sonhos-e-o-paranormal.html
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