02/05/2008
"O Herege" - Fonte: Revista Universo Espírita
por Ana Carolina Coutinho
Quase
um ano depois da primeira entrevista com Herminio C. Miranda finalmente
você vai ler um pouco mais sobre os conhecimentos deste que é
considerado um dos mais importantes escritores e pesquisadores do Espiritismo.
Daquela primeira vez, na Universo Espírita
34, exploramos o tema obsessão. Só para lembrar,
Herminio foi doutrinador em reunião de desobsessão por
28 anos. As histórias que relatou são impressionantes,
fantásticas e reais. O que ficou marcado, pelo menos para esta
leitora interativa aqui, foi a frase do Espírito Emmanuel que
Herminio destacou: “O ódio é o amor
que enlouqueceu”. Bonito, não é?
Herminio gosta mesmo de falar em amor – como você
poderá conferir nas respostas dele –, e ele é uma
pessoa amorosa. Ao transcrever outros trechos da entrevista, todo aquele
dia foi revivido. Foi uma tarde agradável; feliz. Apesar do medo
que senti em entrevistar aquele espírito tão antigo, nosso
diálogo não se caracterizou como um trabalho para mim,
mas sim como uma conversa.
Herminio é bem-humorado, educado, gentil. Na
primeira vez foi difícil para mim escolher apenas partes de tudo
o que falamos. Minha vontade era conciliar as páginas disponíveis
com todo aquele conhecimento. Não deu. Então, separei
por assunto, e, se naquela ocasião foi o amor que enlouqueceu,
nesta eu queria enfocar sua produção literária;
porém, conforme eu transcrevia nossas falas descobri algo maravilhoso:
apesar de termos começado falando dos livros, acabamos por enveredar
para a história do Cristianismo, desde o antigo Egito. Surpreso?
Não, não há nenhum equívoco em minha afirmação.
E você descobrir o por quê nas linhas abaixo. Essa mudança
de rumo foi natural. Diversos livros do Herminio enfocam diferentes
épocas do Cristianismo, e você pode se sentir privilegiado,
pois aqui há uma síntese de tudo que Herminio descobriu
na jornada desta vida dele; mas claro que com pinceladas de todas as
suas existências.
Agora, é só seguir o caminho
das letras.
O sr. escreveu um livro que é considerado
um guia da prática mediúnica, Diversidade dos Carismas,
o que é mediunidade Herminio?
Ah! Se eu soubesse, eu diria (rs). A definição é
simples, é a que está em O Livro dos Espíritos:
“O médium é o intermediário entre um
mundo e outro, entre uma face da vida e outra, entre uma dimensão
e outra”. Agora, há uma variedade tão grande
de recursos mediúnicos... Em Diversidade de Carismas
fiz uma tentativa de dizer o que eu entendia, mais ou menos, sobre mediunidade,
quando me pediram esse livro – foram até as entidades mesmo
que me pediram – eu disse: “Mas o que é que vou
falar sobre mediunidade, já está tudo falado...”
Mas aí comecei a estudar e vi que ainda tinha muita coisa para
dizer. Não tenho a pretensão de afirmar que esgotei o
assunto, de forma alguma. Ainda tem muita coisa que aprender sobre mediunidade.
O caso do Luciano dos Anjos [protagonista de Eu sou Camille
Desmoulins], por exemplo, nele é uma faculdade animista,
é o espírito dele dizendo o que está acontecendo,
o que viu no passado. Mediunidade é tão difícil
de definir quanto o tempo. Até hoje não sei defini-lo
e não tenho a pretensão de fazê-lo tão cedo.
Acho que só quando eu estiver fora dele é que vou entendê-lo.
Nossos Filhos são Espíritos é um dos livros
mais vendidos da literatura espírita, chegando a mais de 250
mil exemplares. Ao quê o sr. credita esse sucesso?
Faço todos os meus livros com muita emoção. Envolvo-me
demais naquela atmosfera. Uma vez conheci o Érico Veríssimo
lá nos Estados Unidos e disse-lhe que o meu preferido dele era
o Olhai os Lírios do Campo, uma obra lírica, muito bonita,
eu lhe disse que esse livro tinha carga emocional muito grande e ele
confirmou minha afirmação. Então, acho que isso
se aplica no meu caso, ao Nosso Filhos São Espíritos.
Coloquei nele todo o meu coração e não procurei
me dirigir aos espíritas especificamente; sempre achei, desde
que comecei a escrever, que nós, do meio espírita, tínhamos
que escrever também visando o público não espírita.
Porque o não espírita não pega para ler O Livro
dos Médiuns, dos Espíritos, de Emmanuel; raramente lê
os de André Luiz, e quando o faz é como romance e não
como obra didática que é. Então, chegou a um ponto
em que eu tinha de dizer as coisas, a minha experiência pessoal,
como se eu tivesse conversando, contando as emoções do
nascimento de minha primeira filha, se aparecerem fenômenos mediúnicos
na criança como ela deve ser tratada, etc. Então, uma
pessoa que não pega um livro espírita para ler, pega Nosso
Filhos São Espíritos; Autismo também. Um livro
com este tema interessa a muita gente que não é espírita.
Claro que há uma visão espírita e não faço
segredo disso. “Você não acredita? Tudo bem”.
Não é nem problema de fé. Reencarnação
não é uma questão de você acreditar ou não,
é a Lei. Tanto faz. Você já reencarnou e ainda vai
reencarnar.
As quais conclusões chegou após pesquisar sobre
o autismo?
O autismo é um problema muito interessante. Muito curioso. Às
vezes, uma pequena frase que você lê num livro lhe desperta
um mundo interior de coisas. Eu estava lendo um livro que a médica,
uma psicóloga de vanguarda que começou a fazer experiência
de regressão com muita competência, disse que o autismo
era uma rejeição à reencarnação.
Essa frase acendeu uma luzinha na minha cabeça. Se é uma
rejeição da reencarnação, isso faz sentido,
por que a pessoa se reencarna e não quer participar, interagir
com ninguém. O autismo é uma síndrome extramente
complexa e muito difícil de entender se não se levar em
conta o mundo espiritual. Por que crianças sadias, perfeitas,
lindas, não interagem? Geralmente ocorre tudo bem até
os dois, três, primeiros anos e, de repente, ela para de falar
e começa a se isolar; é um drama terrível. Aí
comecei a comprar livros; queria saber. Só depois de muita leitura,
muita meditação, decidi escrever. Autismo é um
livro muito lido fora do meio espírita. Acho que o autista não
é uma pessoa perturbada, nem um doente mental, é apenas
uma pessoa que tem um conflito qualquer, precisa ser entendida como
ela é. Você não pode arrastá-la para o seu
mundo. Afinal, o que é ser normal? Para o autista o normal é
aquilo. No livro procurei dar essa visão de que a criança
está diferente porque ela tem uma outra visão da vida
e precisa ser respeitada. A nossa “normalidade” é
a única possível? De jeito nenhum.
Houve algum livro que lhe deu maior prazer na execução
de sua tradução?
A História Triste [no prelo]. É um livro raríssimo,
discutidíssimo. Foi psicografado por uma médium americana
e a entidade que se apresentou a ela se dizia uma mulher nascida na
Inglaterra que migrou para os Estados Unidos no século 17. Este
livro tem uma linguagem impressionante, antiga, arcaica, com estilo
similar à
época de Shakespeare. Deu um trabalho... Mas em todo caso, foi
um livro que traduzi com prazer. Quando ele foi lançado [na segunda
década do século 20], o fenômeno interessou a jornalistas,
pensadores, cientistas, filósofos. A jovem senhora, casada, que
escreveu, não tinha a mínima condição para
fazê-lo. A história se passa na Palestina, do dia em que
Cristo nasceu até quando ele foi crucificado. Levei dois anos
trabalhando nele. A autora espiritual viveu lá. Conhece a história,
a geografia, a política, a religião, o costume daqueles
povos. Sabe de tudo. Tem um respeito e uma admiração incrível
pelo Cristo. Ele teria sido uma escrava levada da Grécia pelos
romanos, e César a deu de presente ao Tibérius –
futuro imperador. Ela era uma mulher lindíssima, mas engravidou.
Tibérius não queria complicação, pois já
sabia que iria suceder Augusto no trono, então pediu que seus
soldados sumissem com ela no mundo. E ela saiu pelo mundo afora e acabou
na Palestina. Seu filho nasceu nas proximidades de Belém na mesma
noite em que nasceu Jesus. O filho dela é terrível, se
transformou num criminoso. Então, dá-se o contraste entre
o Cristo, a luz, e ele, a sombra. Ela conta coisas inacreditáveis
da época. Uma história muito bonita que despertou o grande
interesse pela competência literária, mas o povo não
estava preparado para aceitar a história fantástica que
tinha por trás daquilo tudo. Esse livro me causou muita emoção.
Envolveu-me muito com aqueles tempos também.
Você escreveu um livro sobre os “hereges”
cátaros. O que foi o Catarismo?
Foi o Espiritismo do século 13. Era uma doutrina que tentava
recuperar o Cristianismo primitivo. Eles tinham uma filosofia muito
bonita. Era o Espiritismo puro. Foi uma pena o Cristianismo ter perdido
aquela oportunidade de se refazer.
Qual foi a fonte que eles utilizaram para recuperar os verdadeiros
ensinamentos de Jesus?
Eles vieram programados para isso. O Cristianismo começou a se
desviar do que o Cristo pregou logo no principio, no fim do 1º
século, quando começaram a inventar dogmas. A Dra. Elaine
Pagels, que escreveu um livro sobre os Evangelhos Gnósticos,
diz que o Cristianismo começou a mudar – e estou de acordo
com ela – quando optou pelo poder terreno. Eles queriam o
Cristianismo quantitativo e não qualitativo – uma
expressão genial dela –, pois assim eles queriam uma Igreja
que arrebanhasse gente e aí se inventou um monte de coisa, que
Cristo era Deus, o Natal para comemorar o nascimento... Cristo não
nasceu no dia 25 de dezembro, isso foi uma adaptação da
Igreja para que conseguisse arrebanhar aqueles que comemoravam as festas
pagãs. Cristo não fundou uma Igreja. Lamento dizer essas
coisas, mas já fui herege tantas vezes que mais uma não
tem diferença. Ele pregou uma doutrina de comportamento: como
é que você deve se portar perante a vida, o seu semelhante,
perante Deus, perante você mesmo. Cristo nunca pregou ritual nenhum;
ao contrário, ritual por ritual, fizesse o que faziam os judeus
da época. Ele não queria convencer ninguém a ser
cristão. Ele não era cristão. O Cristianismo foi
uma coisa posterior, a questão dos santos, por exemplo, veio
para substituir os deuses do politeísmo. Bom, realmente a Igreja
teve um grande sucesso na parte de quantidade, já na de qualidade
subverteu. Então, entre o 3º e 4º séculos surgiu
o gnosticismo, que, na verdade, não surgiu, ressurgiu.
O que é o gnosticismo?
Ele ensina idéias, que são coisas religiosas, como reencarnação,
imortalidade, preexistência, comunicabilidade dos Espíritos.
Essas idéias precisam fazer parte de qualquer religião
que se preze. Não se pode ter religião fora disso, pois
como dá para entender um Deus injusto que cria pessoas saudáveis
e outras não? Como dizia Santo Agostinho, ou Ele não sabia
o que estava fazendo ou então Ele é muito mal. Criar um
sujeito para ir para o inferno?! Essas são as coisas que questiono.
Estes conceitos fundamentais – reencarnação, imortalidade,
etc. – aparecem, em primeiro lugar, em Jesus. Em segundo lugar,
nos gnósticos, que não era uma religião, mas uma
filosofia. A palavra gnosticismo quer dizer conhecimento, uma busca
do conhecimento, não importa se religioso ou não. Os neoplatônicos
[corrente filosófica do 3º século] também
lidavam com essas idéias. O gnosticismo passou a ser, no tempo
dos neoplatônicos um tipo de filosofia. Oferece a salvação
pelo conhecimento, pelo progresso espiritual, pela ampliação
da observação que dá para se fazer sobre o mundo.
Nesse sentido, os gnósticos tentaram reverter o Cristianismo,
e foram excluídos sumariamente. Mas não foi com violência.
Os gnósticos não se juntaram à Igreja, eles pegaram
de Jesus aquilo que fazia sentido para eles: as vidas sucessivas, a
comunicação dos Espíritos, essas coisas. Falhou
o gnosticismo.
Foi uma tentativa de resgatar os verdadeiros ensinamentos de Jesus,
né? Neste sentido vieram outras tentativas posteriores?
No século 7, conforme conta Emmanuel, Maomé veio para
cá com o projeto de recomeçar todo o Cristianismo. Nasceu
numa tribo que não tinha muita ligação com o mundo,
tudo para recomeçar a pregação de Jesus. Segundo
diz Emmanuel, Maomé se desviou dessa missão. Então
veio o Islamismo, que é uma religião muito respeitável.
Eu não tenho nenhuma restrição, absolutamente.
Essa foi uma outra alternativa. Veio, então, o catarismo. Começou
no ano 1000. Tenho um palpite que começou como programação
para encontrar qual a melhor maneira de apresentar aquela filosofia
dos gnósticos sem combater as religiões institucionalizadas.
Enfim, os mesmos conceitos sempre ressurgem. Por causa de alguma perseguição
metem eles debaixo da terra, daqui a pouco eles aparecem lá na
frente.
Após o catarismo veio a Reforma. Ela também foi
uma tentativa para a retomada do verdadeiro Cristianismo?
Sim, e isso quem diz é o próprio Emmanuel. No livro A
Caminho da Luz ele conta que o mundo espiritual estava
muito preocupado em ver como o Cristianismo estava mal interpretado
e que isso precisava mudar. Então, ele cita uma turma que veio
para cá para esse recomeço: Lutero, Calvino, entre outros.
Para recomeçar, pelo Evangelho do Cristo. Era preciso voltar
àqueles tempos e recomeçar. Mas não deu certo de
novo. Lutero pregou suas teses na porta da Igreja. Ele era sensacional
e tinha todos os recursos. Inclusive, achei que ele era a encarnação
de Paulo. Não quero convencer o leitor; mas são tantas
coincidências (digo que coincidência é um dos pseudônimos
de Deus, quando Ele não quer assinar). Lutero veio com esse propósito,
mas depois acabou se envolvendo em outras coisas... A Reforma não
foi suficientemente reformista. Também começaram a se
separar em seitas; uns acreditavam numa coisa, outros noutra. Ficaram
ainda lidando com o problema da fé; mas não mudaram nada
na substância do Cristianismo, foi muito pouco. E hoje ainda estamos
vemos isso aí, né? O Cristianismo cada vez mais perdido.
Depois veio o Espiritismo?
Aí, desta vez, foi planejado tudo de maneira diferente. O próprio
Jesus foi a liderança principal do movimento. Tinha de ser. Muita
gente ainda tem dúvida se o Espírito de Verdade é
o próprio Cristo. É. Aquela comunicação
do Espírito de Verdade a Kardec: “Espíritas,
amai-vos (...). Instruí-vos (...)”, figura
em O Livro dos Médiuns assinada por Jesus e
aparece também em O Evangelho Segundo o Espiritismo,
com ligeiras modificações de redação, assinada
como Jesus. Então o próprio Cristo resolveu retomar o
assunto. Ele disse que estaria à disposição do
Kardec durante 15 minutos, se não me engano, por semana, para
responder as dúvidas dele. Revelou a Kardec, mas Kardec mesmo
não disse, pois lhe respeitou o desejo, que queria mesmo ficar
como Espírito de Verdade.
Da mesma forma que planejou movimentos para o resgate do verdadeiro
Cristianismo, como o sr. acha que a espiritualidade está fazendo
isso atualmente?
Em todos os tempos a espiritualidade passa o recado para nós.
A visão de Fátima, por exemplo, foi uma coisa dramática,
não tem como negar; assim como a de Guadalupe. É a espiritualidade
chamando nossa atenção. Recentemente me perguntaram se
eu acreditava numa reunião entre as diversas crenças,
eu disse que não, pois é uma guerra de poder e todas precisariam
ceder um pouco; deixar de ser o que são, enfim. Criar uma concepção
nova. E é ela que o Espiritismo vem trazer. Mas não é
uma peculiaridade do Espiritismo, existe e vem há milhares e
milhares de anos. São conceitos que os sacerdotes egípcios
sabiam de cor e salteado, pois a religião egípcia tinha
sua parte iniciática e tinha a versão popular, simbólica,
que tinha sua razão de ser, mas não era a religião
dos grandes sacerdotes. Era a mensagem do Cristo, que é a mesma
de sempre. E ele, aliás, deve estar por trás disso tudo,
pois Jesus ficou incumbido de dirigir o nosso planeta, desde a criação,
conforme nos contam entidades respeitáveis.
Na sua próxima encarnação o que gostaria
de encontrar de diferente neste mundo?
O amor. Com “A” bem grande. Estamos disputando espaços,
gente que só quer ganhar dinheiro, só quer ocupar posições
de comando. O poder é uma coisa perigosíssima. Acho provações
mais difíceis o poder, a riqueza, a beleza física, a inteligência...
Falta o componente da afetividade, do bom relacionamento com o mundo.
O planeta está sendo demolido, destruído, isso é
a falta de uma visão amorosa das coisas: dos seres e do ambiente
em que vivemos. A grande mensagem do Cristo é esta. E Pedro foi
muito feliz em dizer que “o Amor cobre uma multidão de
pedaços”.
Como você vê os caminhos do Espiritismo hoje?
Acho que ele corre dois riscos: o de ser deturpado e o de ficar engessado.
Acho um pouco exagerada a fixação dos divulgadores espíritas
de conversarem apenas entre si. Os grandes filósofos do passado
foram grandes comunicadores, falavam para todos e todos entendiam. Com
todo respeito, se você pega o livro de um filósofo contemporâneo,
não dá para entender nada; parece que escrevem uns para
os outros! Acho que essa espécie de síndrome prevalece
em alguns setores espíritas. Não precisa se preocupar
com a doutrina espírita, se ela falhar agora – e por nossa
causa – ela volta depois. Um Espírito disse a Kardec que
o Espiritismo será “com os homens, sem os homens ou a despeito
dos homens”. Mesmo que o rejeitemos ele vai renascer em outro
lugar. Não é o movimento espírita são os
conceitos fundamentais do Espiritismo que vem de milhares de anos.
Herminio C. Miranda
Herminio Correa Miranda nasceu no dia 5 de janeiro de 1920, em Volta
Redonda - RJ. Formou-se em Ciências Contábeis e trabalhou
na Companhia Siderúrgica Nacional até se aposentar. Nesse
período morou, a trabalho, em Nova York, EUA, onde aprimorou
seu inglês e tornou-se um exímio tradutor dessa língua.
Conheceu o Espiritismo por intermédio de um amigo que o indicou
a leitura dos livros da Codificação. “A surpresa
começou com O Livro dos Espíritos. Inexplicavelmente,
eu tinha a impressão de haver lido aquele livro antes. Mas onde,
quando? Antecipava na mente o conteúdo de inúmeras respostas”,
disse ele em uma entrevista à Folha Espírita. Seu primeiro
livro, Diálogo com as Sombras, foi publicado em 1976. Depois
vieram mais de 30 obras, que contabilizam mais de um milhão de
exemplares vendidos. A maioria se tornou best-seller e seus direitos
autorais foram cedidos a instituições como Feb, Lar Emmanuel,
O Caminho da Redenção, entre outras – ele mesmo
possui uma assistência social numa favela no Rio de Janeiro. Herminio
é um respeitado pesquisador, escritor, tradutor e homem de bem,
não só no meio espírita como fora dele. Seu livro
mais recente é Negritude e Genialidade, publicado pela ditora
Lachâtre. (Redação)
Algumas vidas de Herminio
Todas as vidas de Herminio estão sutilmente relatadas em seus
escritos. Os fatos históricos pesquisados por ele relatam sua
própria trajetória espiritual. Tudo começou centenas
de anos antes de Jesus. Uma sonâmbula identificou Herminio como
sacerdote no Egito. Passaram-se alguns séculos, e a doutrina
que fora secreta no Egito agora é explicada para todos. Os detratores
do Cristo começaram a combater e deturpar a mensagem de Jesus
e foi então que o antigo egípcio pôs sua pena a
serviço da resistência consciente, diante da luta contra
a mensagem libertadora. Isso ocorreu na época dos movimentos
heréticos, como os Cátaros. Tempos depois, quando a falsa
interpretação tomou as rédeas da Igreja na Idade
Média ressurgiu Herminio ao lado de Lutero. Era Melanchthon,
auxiliando a corajosa Reforma Protestante. Considerado apóstolo
por Pedro, Barnabé é citado em As Marcas do Cristo. A
epístola de Barnabé, considerada apócrifa pela
Igreja, tem o mesmo propósito e lógica da Confissão
de Augsburgo, escrita séculos depois por Melanchthon. Barnabé
era o auxiliar anônimo de Paulo. E exerceu a mesma função
como Melanchthon – ainda auxiliar de Paulo, que renasceu como
Lutero. O mesmo espírito, de tempos em tempos, restaurando o
verdadeiro sentido da Doutrina, mas permanecendo no anonimato. Não
é essa a personalidade atual de Herminio? Herminio estava também
no surgimento da Doutrina Espírita, como pai do poeta Robert
Browning. Como este inglês, Herminio passou seus últimos
anos em Paris, dialogou com o Codificador, propôs algumas questões.
Em 1920, atravessou o oceano e nasceu no Brasil. De detentor do conhecimento,
o antigo sacerdote egípcio passou a divulgar a Doutrina. Herminio,
um escriba fiel e consciente, de ontem, hoje e amanhã. (Redação)
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