02/05/2008
Folha Online
http://www1.folha.uol.com.br/folha/cotidiano/ult95u397652.shtml
Uma pesquisa realizada pela UnB (Universidade de Brasília)
e pela Uerj (Universidade do Estado do Rio de Janeiro) revelou que a
maioria das brasileiras que aborta é católica - de 51%
a 82% do total de 3,7 milhões. A maioria delas tem entre 20 e
29 anos e já são mães.
"Para a massa, que a vê [a Igreja Católica]
como um meio de conforto, e não como uma cartilha dogmática,
ela não é suficiente para as mulheres mudarem sua decisão",
opina a pesquisadora da UnB Débora Diniz.
Para ela, a conclusão não surpreende,
já que grande parte dos brasileiros se diz católica. Em
segundo lugar ficaram espíritas (4,5% a 19,2%) e, em terceiro,
evangélicas (2,6% e 12,2%).
Para os autores do levantamento, o alto número
de abortos feitos por mulheres que já têm filhos (entre
70,8% e 90,5%) reforça a tese de que o aborto seria medida de
planejamento reprodutivo, empregado em último caso, quando os
outros métodos contraceptivos falharam. "Ao contrário
do que se imagina, essa não é uma solução
para a gravidez indesejada de uma mulher que desconheça o sentido
da maternidade", afirma a pesquisadora.
Outro dado que corrobora essa tese é o uso de
métodos contraceptivos pelas mulheres que interromperam a gravidez.
Segundo a pesquisa, mais de 50% das que abortaram nas regiões
Sul e Sudeste usavam algum método anticoncepcional, principalmente
pílulas. Já na região Nordeste, a porcentagem oscila
entre 34% e 38,9%.
Cytotec
O medicamento de venda controlada misoprostol, o Cytotec,
é o abortivo mais comum, de acordo com a pesquisa. Indicada para
problemas gástricos, a substância foi usada por até
84% das mulheres que fizeram abortos de 1997 a 2007. Na década
de 80, medicamentos eram usados como métodos abortivos apenas
entre 10% e 15% dos casos.
"Nos anos 80, tínhamos mulheres perdendo
o útero e com processos infecciosos graves. Com a entrada do
misoprostol, o período de internação e as seqüelas
associadas ao aborto diminuem consideravelmente no cenário
brasileiro", disse a pesquisadora.
Diniz destacou, no entanto, que pílulas compradas
por meio de traficantes têm autenticidade questionável
e que as subdoses --decorrência do uso sem orientação
médica - implicam em atendimento médico para completar
o abortamento e reações como hemorragias e dores.
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