TRAGÉDIA DO RESSENTIMENTO
As pressões psicológicas,
emocionais, sociais, econômicas, entre outras, desencadeiam distúrbios
variados, nos quais mergulha grande parte da sociedade.
Desses distúrbios surgem o medo, a ansiedade, a amargura.
E esse estado desarmoniza o sistema nervoso dos seres humanos conduzindo-os
a neuroses profundas, que se manifestam em forma de enfermidades alérgicas,
digestivas, do metabolismo em geral, facultando a instalação
de processos degenerativos.
Todavia, há pessoas mais sensíveis que não conseguem
suportar e superar essas pressões e guardam ressentimentos.
E esses ressentimentos as infelicitam e as predispõem a reagir
sempre, desferindo dardos venenosos contra aqueles a quem transforma
em inimigos reais ou imaginários.
Algumas intoxicam-se de mágoas e se isolam..
Outras, inconscientemente, tornam-se vítimas de insucessos afetivos,
financeiros e sociais.
Diversas fracassam na autoestima, desvalorizando-se e fazendo o jogo
da autodestruição.
Dessa maneira, o ressentimento é responsável por muitas
das tragédias do cotidiano.
O ressentimento é tóxico que mata aquele que o carrega.
Enquanto vibra na emoção, desarmoniza os equipamentos
nervosos mais sutis e produz disritmia, oscilação de pressão,
disfunções cardíacas.
Assim, nunca vale a pena deixar-se envenenar pelo ressentimento.
Nem sempre ele se manifesta com expressões definidas. Às
vezes se disfarça nas fixações mentais e passa
despercebido.
Há pessoas ressentidas que não se dão conta.
Um autoexame enérgico nos auxilia a identificá-lo na intimidade
da alma.
Logo depois, prosseguindo na busca e análise, descobriremos as
suas raízes, quando ele teve início e porque se instalou
em nosso ser, passando a perturbar-nos.
Verificaremos, surpresos, que somos responsáveis por lhe dar
guarida e permitir a vitalização desse corrosivo que acaba
nos consumindo.
Não nos espantemos se constatar que, desde a infância,
acalentamos no coração o ressentimento contra indivíduos
que nos foram cruéis, sejam eles familiares ou amigos.
Pessoas que talvez nem se deram conta da dimensão do que nos
fizeram sofrer.
O nosso primeiro passo deve ser o de compreender e perdoar, afastando
da alma esses sentimentos de mágoa que somente nos infelicitam.
* * *
Arrancada a causa injusta do ressentimento,
despertaremos de imediato em paisagem sem sombras, redescobrindo a
vida e desarmando-nos em relação às outras pessoas,
que antipatizávamos ou das quais nos mantínhamos em
guarda.
Ademais, o mal que nos façam somente nos perturbará
se permitirmos, acolhendo-o. Em caso contrário, voltará
à sua origem.
Vivamos, pois, sem mágoas.
Depuremo-nos.
Ressentimento, nunca.
* * *
Redação do Momento Espírita,
com base no cap. 11, do livro Momentos de saúde,
pelo Espírito Joanna de Ângelis, psicografia de Divaldo
Pereira Franco, ed. Leal.