O EGOÍSMO DAS NOSSAS VIDAS
Egoísmo é descrito como das mais terríveis
enfermidades da alma e o maior obstáculo ao melhoramento social.
É a persistência em nós desse individualismo feroz
que caracteriza o animal, como vestígio do estado de inferioridade.
Quase sempre, quando se menciona o egoísmo, nos vêm à
mente os que acumulam grandes riquezas e a quem nada de material falta.
São vistos em manchetes constantes, em viagens internacionais,
festas elegantes, banquetes luxuosos, iates e aviões particulares.
Ou então cogita-se das nações civilizadas, excessivamente
ricas que tanto têm e não repartem com as nações
pobres.
Essa é a nossa visão. Mas, convenhamos, um tanto distorcida.
Se pensarmos bem, acabaremos por descobrir que todos somos um pouco
ou um tanto egoístas.
Observemos no lar como funcionam as coisas. Levantamo-nos da mesa e
não nos preocupamos em retirar o nosso prato e talheres, ou sequer
recolocar a cadeira no lugar.
Quando nos vamos servir, não pensamos em divisão, mas
em encher e muito o nosso prato.
Quando nos dispomos a assistir televisão, é tal o egoísmo
que sequer cogitamos de combinar uma espécie de escala para que
cada componente da família escolha, em um dia, a programação
de sua eleição e juntos assistamos ora um, ora outro programa,
a todos satisfazendo.
Nosso egoísmo é tamanho que preferimos logo ter uma televisão
para cada um, em seu próprio quarto, para nunca ter que ceder
ou deixar de ter atendida a sua vontade.
Quando andamos pelas ruas, em dias de chuva, somos tão egoístas
que, mesmo estando com o guarda-chuva, desejamos andar debaixo das marquises,
em vez de deixá-las para aqueles que foram apanhados desprevenidos
pela intempérie.
Quando tomamos o coletivo para os deslocamentos urbanos, nosso egoísmo
é tão grande que nem olhamos para o lado, a fim de não
descobrirmos que alguém idoso, ou com criança ao colo
ou deficiente, precisaria muito mais do que nós do assento em
que nos acomodamos.
E pensamos tanto em nós mesmos, que nem esperamos que os passageiros
desçam do ônibus e já vamos entrando, empurrando.
Que importa se os demais precisam sair? Nós desejamos entrar
e logo, às pressas, para conseguirmos um lugar para sentar.
No ambiente de trabalho, fala alto também o egoísmo. Quando
alguém nos deve substituir durante um período de férias,
preferimos não ensinar tudo ao substituto, para que ele, por
sua dedicação e competência, não venha a
suplantar-nos e nós acabemos sobrando.
Em matéria religiosa, não somos diferentes. Cada qual
deseja ter a exclusividade da verdade, do conhecimento e merecer, por
isso, o reino dos céus.
Quantos nos afirmamos os exclusivos filhos de Deus, esquecidos de que
Deus é um só. O único Criador. De todos. De tudo.
E com o mesmo amor que nos ama, ama a todos os demais.
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Aquele que não simplesmente aproveita o trabalho
já encetado por outros mas, ao contrário, sabe cooperar,
espalha ao redor de si tudo que tem de bom e se sente mais feliz.
Está consciente de ser um membro útil à sociedade.
Interessa-lhe tudo o que se realiza no mundo, tudo o que é grande
e belo sensibiliza-o e comove.
Sua alma vibra em harmonia com todos os Espíritos esclarecidos
e generosos e em pé, como campeão ou como soldado, está
pronto a participar de todos os grandes trabalhos, a penetrar em novos
caminhos, a fecundar o patrimônio comum da Humanidade.
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Redação do Momento Espírita, com base no cap.
XLVI do livro Depois da morte, de Léon Denis, ed. Feb.
Em 02.01.2009.
http://www.momento..com.br
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