Caridade que se expresse tão-somente
na cessão do supérfluo pode facilmente induzir-nos à
vaidade.
Não é difícil dar o que retemos, no entanto, a
virtude genuína pede a doação de nós mesmos,
através do que temos e do que somos.
Em razão disso, é preciso não esquecer que a caridade
é também e acima de qualquer circunstância, o sentimento
que nos rege a atitude.
No templo doméstico, caridade é compreensão e gentileza.
Em família, caridade é cooperação desinteressada
e fraterna.
Na profissão, caridade é a honestidade.
No trabalho, caridade é o dever bem cumprido.
Na dor, caridade é a fortaleza.
Na alegria, caridade é a temperança.
Na saúde, caridade é a presença útil.
Na enfermidade, caridade é a paciência.
Na abastança, caridade é o serviço a todos.
Na pobreza, caridade é a diligência.
Na direção, caridade é a respeitabilidade.
Na obediência, caridade é a humildade digna.
Entre amigos, caridade é a confiança.
Entre adversários, caridade é o perdão das ofensas.
Entre os fortes, caridade é o socorro aos mais fracos.
Entre os bons, caridade é o auxílio aos menos bons.
Na cultura, caridade é o amparo à ignorância.
No poder, caridade é a autoridade sem abuso.
Em sociedade, caridade é o apoio fraterno que devemos uns aos
outros.
Na vida privada, caridade é a conduta reta ante o próprio
julgamento.
Não vale espalhar um tesouro amoedado com as vítimas de
penúria, alimentando o ódio e a incompreensão,
a revolta e o pessimismo nas almas.
Aceitemos a experiência que o Senhor nos reserva cada dia, fazendo
o melhor ao nosso alcance.
Seja a nossa tarefa um cântico de paz e esperança, eficiência
e alegria, onde estivermos.
E recebendo o divino dom de pensar e entender, irradiando os mais belos
ideais que nos enriquecem a vida, em forma de serviço aos semelhantes,
a caridade será, em nossos corações, a luz constante
clareando, desde as sombras da terra, os mais remotos horizontes de
nosso luminoso porvir.
* * *
Livro: Linha 200. Lição
nº 18. Página 90.
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