A busca de apoio nas Ciências Modernas
para doutrinas e teorias espiritualistas se tornou muito comum nas últimas
décadas. De fato, Kardec disse que o Espiritismo deve assimilar
os progressos da Ciência (item 55 do cap. I de A Gênese).
Mas disse também que isso só deve ocorrer "...
desde que hajam [as doutrinas progressistas] assumido o estado
de verdades práticas e abandonado o domínio da utopia,
sem o que ele [o Espiritismo] se suicidaria."
Mas, a falta de compreensão sobre o que é a Ciência
e o que determina o caráter científico do Espiritismo
fez surgir o receio de ver a nossa Doutrina se tornar ultrapassada frente
às novas descobertas da Ciência. Isso tem permitido a proliferação
de pseudoteorias científicas para explicação de
conceitos espíritas. Acreditando estar valorizando o Espiritismo,
essas teorias acabam por repelir as pessoas sérias que confundem
o Espiritismo com propostas fictícias e pseudocientíficas.
Kardec não apoiava isso conforme se depreende das seguintes palavras
(Obras Póstumas, item intitulado "Constituição
do Espiritismo, Dos Cismas"):
"Se é certo que a utopia da véspera
se torna muitas vezes a verdade do dia seguinte, deixemos
que o dia seguinte realize a utopia da véspera, porém
não atravanquemos a Doutrina de princípios
que possam ser considerados quiméricos e fazer que
a repilam os homens positivos." (Grifos em negrito
nossos).
Nesse contexto, de supervalorização da
Ciência, motivado pelo desejo sincero de contribuir para o progresso
da humanidade, Pietro Ubaldi (1886-1972) publica algumas obras de teor
científico e filosófico, algumas delas escritas sob a
inspiração de um Espírito denominado "Sua
Voz". Em particular, a segunda dessas obras, intitulada A Grande
Síntese, finalizada no ano de 1935, propõe uma teoria
para a natureza e o processo de evolução de todas as coisas
na natureza. Como aparece na terceira página do livro, a obra
se considera a "Síntese e Solução dos
Problemas da Ciência e do Espírito" e, talvez
por isso, teve uma grande repercussão no movimento espírita
brasileiro da época conforme registrado na literatura (capítulo
intitulado "Mais Lutas Doutrinárias" da obra de Jorge
Rizzini "J. Herculano Pires, O Apóstolo de Kardec, Editora
Paideia). Entretanto, pouco tempos depois, as lideranças espíritas
perceberam as discordâncias entre alguns conceitos de A Grande
Síntese e o Espiritismo. A discrepância entre o pensamento
de Ubaldi e o Espiritismo se tornou bem mais clara após o episódio
em que ele não somente houvera apresentado críticas graves
ao Espiritismo, mas também propusera a adoção de
suas obras pelo movimento espírita, em nome de "salvar"
o Espiritismo (referência acima - obra de J. Rizzini).
O Leitor é referido à obra de Jorge Rizzini (especificada
acima) para ver uma síntese das respostas de Herculano Pires
às críticas de Ubaldi.
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