Salve os 160 anos de “O
Livro dos Espíritos”
18-04-1857 / 18-04-2017
Kardec, obrigado!
Kardec, enquanto recebes as homenagens do mundo, pedimos vênia
para associar nosso preito singelo de amor aos cânticos de reconhecimento
que te exaltam a obra gigantesca nos domínios da libertação
espiritual.
Não nos referimos aqui ao professor
emérito que foste, mas ao discípulo de JESUS que possibilitou
o levantamento das bases do Espiritismo Cristão, cuja estrutura
desafia a passagem do tempo.
Falem outros dos títulos de
cultura que te exornavam a personalidade, do prestígio que
desfrutavas na esfera da inteligência, do brilho de tua presença
nos fastos sociais, da glória que te ilustrava o nome, de vez
que todas as referências à tua dignidade pessoal nunca
dirão integralmente o exato valor de teus créditos humanos.
Reportar-nos-emos ao amigo fiel do
Cristo e da Humanidade, em agradecimento pela coragem e abnegação
com que te esqueceste para entregar ao mundo a mensagem da Espiritualidade
Superior. E, rememorando o clima de inquietações e dificuldades,
em que, a fim de reacender a luz do Evangelho, superaste injúria
e sarcasmo, perseguição e calúnia, desejamos
expressar-te o carinho e a gratidão de quantos edificaste para
a fé na imortalidade e na sabedoria da vida.
O Senhor te engrandeça por
todos aqueles que emancipaste das trevas e te faça bendito
pelos que se renovaram perante o destino à força de
teu verbo e de teu exemplo!...
Diante de ti, enfileiram-se, agradecidos
e reverentes, os que arrebataste à loucura e ao suicídio
com o facho da esperança; os que arrancaste ao labirinto da
obsessão com o esclarecimento salvador; os pais desditosos
que se viram atormentados por filhos insensíveis e delinqüentes,
e os filhos agoniados que se encontraram na vala da frustração
e do abandono pela irresponsabilidade dos pais em desequilíbrio
e que foram reajustados por teus ensinamentos, em torno da reencarnação;
os que renasceram em dolorosos conflitos da alma e se reconheceram,
por isso, esmagados de angústia nas brenhas da provação,
e os quais livraste da demência, apontando-lhes as vidas sucessivas;
os que se acharam arrasados de pranto, tateando a lousa na procura
dos entes queridos que a morte lhes furtou dos braços ansiosos,
e aos quais abriste os horizontes da sobrevivência, insuflando-lhes
renovação e paz, na contemplação do futuro;
os que soergueste do chão pantanoso do tédio e do desalento,
conferindo-lhes, de novo, o anseio de trabalhar e a alegria de viver;
os que aprenderam contigo o perdão das ofensas e abençoaram,
em prece, aqueles mesmos companheiros da Humanidade que lhes apunhalaram
o espírito, a golpes de insulto e de ingratidão; os
que te ouviram a palavra fraterna e aceitaram com humildade a injúria
e a dor por instrumentos de redenção; e os que desencarnaram
incompreendidos ou acusados sem crime, abraçando-te as páginas
consoladoras que molharam com as próprias lágrimas...
Todos nós, os que levantaste
do pó da inutilidade ou do fel do desencanto para as bênçãos
da vida, estamos também diante de ti!... E, identificando-nos
na condição dos teus mais apagados admiradores e como
os últimos dos teus mais pobres amigos, comovidamente, em tua
festa, nós te rogamos permissão para dizer: Kardec,
obrigado!...
Muito obrigado!...
Autor: Irmão X (espírito)
Psicografia de Chico Xavier
Fonte: http://www.oespiritismo.com.br/mensagens/ver.php?id1=59