Neste trabalho discute-se brevemente
as dificuldades inerentes da pesquisa da reencarnação
diante da perspectiva espírita.
Além da proposta feita pelos
Espíritos em O Livro dos Espíritos, são duas
as fontes fenomenológicas usadas por pesquisadores para
a validação da reencarnação: relatos
infantis e testemunho de adultos via regressão hipnótica
ou afirmações de vigília.
Ilustramos aqui os problemas envolvidos
nessa pesquisa com o famoso caso Ruprecht Schulz, que foi considerado
por Ian Stevenson um exemplo “forte” de reencarnação,
mas que apresenta inúmeros problemas na interpretação
das evidências apresentadas pelo sujeito.
Tais problemas são causados
tanto pela inexistência de um teoria da mente como por falhas
na apreciação da fenomenologia mental, capazes de
explicar a origem dos relatos, em particular, a gênese de
percepções anômalas, a potencial confusão
feita por pesquisadores entre manifestações mediúnicas
e memórias de vidas anteriores.
Longe de se apresentar como um exemplo
que contraria detalhes do mecanismo reencarnatório como
proposto pelos Espíritos, o caso na verdade expõe
as limitações a que estão sujeitos os que
pretendem pesquisar reencarnação sem a devida atenção
a questões como mediunidade e influência dos Espíritos
na vida dos encarnados.